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sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

PLANO E ORÇAMENTO DA REGIÃO PARA 2011


Quando se fala em "esforço", a própria palavra já dá a entender que há muitas outras coisas que não são entendidas como prioritárias, por isso, o "esforço" para contemplá-las.  O que me leva ao entendimento que a prioridade estrutural não é respeitada porque falha uma consistente preocupação pelo planeamento. 

Duas notas:
Muito dinheiro
com inversão das
prioridades.
Primeira: Segue-se o "debate" sobre o Plano e Orçamento da Região para 2011. Documentos de vital importância que, ainda hoje, estiveram em apreciação na 2ª Comissão Especializada em Economia e Finanças da Assembleia Legislativa da Madeira. Um encontro que, valha a verdade, pouco adiantou. A maioria não quer saber de nada, dos argumentos da oposição, das posições e contradicções do governo. É assim, porque é assim e, ponto final. Não existiu trabalho de análise aos porquês e, daí, zero em negociação. Está tudo falido mas o caminho é para a frente. O precipício está à frente dos olhos, mas a ordem é para continuar a marchar. As empresas estão a falir, mas isso são assuntos de paróquia. As escolas e a saúde estão de corda ao pescoço, mas isso pouco interessa, continuar a marcha é o sinal mais do governo. A pobreza alastra e cresce o desemprego, mas isso é coisa que se vai resolvendo com a Cáritas e com as paróquias, entre outras misericórdias.
Falam em esforço para aqui e esforço para ali, para atender a algumas situações mas, pergunto, que esforço? Palavra que, do meu ponto de vista, não faz e não tem qualquer sentido. O que deve existir no governo ou nas organizações circunscreve-se a uma palavra, PLANEAMENTO. E a uma segunda palavra, PRIORIDADE. Quando se fala em "esforço", a própria palavra já dá a entender que há muitas outras coisas que não são entendidas como prioritárias, por isso, o "esforço" para contemplá-las.  O que me leva ao entendimento que a prioridade estrutural não é respeitada porque falha uma consistente preocupação pelo planeamento. 
Digamos que a reunião da 2ª Comissão cumpriu o ritual. Nada mais do que isso. Ritual que parece ter atingido o Conselho Económico e Social ao facultar um parecer, aprovado apenas com duas abstenções. Não sei de quem, nem me interessa saber. Um facto é verdadeiro, é que nesse Conselho estão representados os Sindicatos. E este facto, sim, deixa-me pasmado. Um Plano e Orçamento que agrava a situação dos trabalhadores, questiono-me, como pode beneficiar de duas abstenções, uma vez que não creio, excluo, a possibilidade de alguém ter votado a favor.
Repito, fico pasmado, quando todos são tão rápidos (não ponho sequer em causa a legitimidade e oportunidade do confronto face às medidas da República) na manifestação contra o Governo, em S. Bento, mas, na hora H, face a um ORÇAMENTO REGIONAL, da responsabilidade do governo da Madeira, que não atenua as medidas de austeridade, com outra sensação não posso ficar quando verifico a existência de duas abstenções. Se fosse um bom Orçamento, tudo bem. Quem o lê, com atenção, não pode ter qualquer hesitação em condená-lo.
Para quê tanta pressa?
Segunda: Pelo que me é dado a perceber a azáfama é grande na renovada Assembleia Legislativa da Madeira. Tudo no sentido do "debate" do Plano e Orçamento regressar à sede própria. É um entra e sai, com uma greve pelo meio, segundo ouvi, de trabalhadores de uma empresa com largos meses de salários em atraso, enfim, há trabalho com o recurso a horas extraordinárias e, pergunto, para quê? Por capricho, porque tem de ser, porque alguém decidiu que a abertura tem de ser no dia 14? Valerá este esforço, que custa dinheiro, para logo a seguir as obras continuarem? Valerá o esforço para um "debate" cujo resultado já está definido antes de começar? Não seria mais sensato, realizá-lo no Tecnopólo, deixando que a obra de recuperação terminasse, quando se sabe que obras à pressa deixam sempre marcas e acabam, tarde ou cedo, por custar mais caro? Confesso que tenho dificuldades em perceber as razões substantivas de tanta pressa!
Ilustração: Google Imagens.

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