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sábado, 18 de dezembro de 2010

SALVAR A MADEIRA DA BANCARROTA


Durante o "debate" o Dr. Jacinto Serrão disse que se isto fosse independente, há muito que já aqui estava o Fundo Monetário Internacional (FMI), ao que o Presidente do Governo respondeu: "Deus o oiça". Ora, ele através desta frase é capaz de tudo ter dito, isto é, que a Madeira está de pantanas e que precisa de alguém que a governe, alguém que imponha austeridade, ao governo, digo eu, já que ele não consegue impô-la.


O "debate" sobre o Plano e Orçamento para 2011, do meu ponto de vista, demonstrou a fragilidade do governo e da maioria parlamentar do PSD. Foi evidente a desorientação pela quase impossibilidade de contrariar as intervenções e propostas dos partidos da oposição e, fundamentalmente, do grupo parlamentar do PS. Dir-se-á que o governo passou por ali, acabrunhado, sem chama, tentando gerir o prejuízo, metido na toca através de discursos com olhos colocados no passado do que na situação presente, muito menos virados para o futuro. Uns manifestando-se agradecidos ao governo da República, outros ao ataque, como foi o caso do muito mal explicada política em relação ao Centro Internacional de Negócios da Madeira.
 Do Presidente do Governo apenas gesticulações e "bocas" para este e para aquele, algumas grotescas e de muito mau tom, desprestigiantes para quem exerce um lugar de notoriedade e responsabilidade política e social. Falou do nada e nada ficou em memória. Um autêntico "resert" na memória, um constante "delete" discursivo, com um ora avança, ora apaga.
O Secretário das Finanças, nervoso, face a uma situação deveras complexa, arrastou-se e multiplicou-se em ataques à República, aqueles malvados que não abrem os cordões à bolsa, como se fossem culpados da ausência de planeamento desta terra e respeito pelas prioridades. Como se eles fossem os culpados pela criação das Sociedades de Desenvolvimento, pelas SAD's desportivas, pelas empresas públicas falidas, pelas obras megalómanas, pela situação angustiante das empresas, pelos calotes na educação e na saúde. Foram horas a empurrar para lá um problema que é de cá, claramente, de péssima gestão e administração da coisa pública. Foi um Secretário dos Assuntos Sociais frouxo, que perante as evidências, os conflitos no Sistema de Saúde, as dívidas de cento e muitos milhões de Euros às farmácias e aos laboratórios, entre outras, a páginas tantas deixou a ideia de querer dizer "não batam mais"! Foi o desastre do discurso do Secretário da Educação, sem uma única resposta para os problemas do sector, a braços com dívidas até ao céu da boca, um desporto profissional falido e uma cultura fragilizada. E o que dizer dos Secretários do Equipamento Social, Recursos Humanos e dos Recursos Naturais!!! Blá, blá e blá... pouco mais do que isso! Neles pressenti a lógica de uma equipa fraca, sem soluções e a adoptar, perante a pressão, a lógica do pontapé para a frente e fé, muita fé!...
Ora, não disto que a Madeira precisa. A Região necessita, urgentemente, de quem a governe com rigor, qualidade, confiança e respeito pelas prioridades. Rigor na despesa pública, qualidade no exercício do poder e na vivência democrática, gerador de confiança junto do Povo em geral e dos sectores empresariais em particular, respeito pelas prioridades que inclui a necessária atenção para o pagamento da dívida acumulada, libertando as empresas para outra postura no mercado. E esta equipa ou outras do mesmo quadrante político já não conseguem aí chegar. Há um completo esgotamento, uma pública sensação que não sabem por onde começar, uma apatia que conduzirá a Região para uma perda da sua própria Autonomia.
Durante o "debate" o Dr. Jacinto Serrão disse que se isto fosse independente, há muito que já aqui estava o Fundo Monetário Internacional (FMI), ao que o Presidente do Governo respondeu: "Deus o oiça". Ora, ele através desta frase é capaz de tudo ter dito, isto é, que a Madeira está de pantanas e que precisa de alguém que a governe, alguém que imponha austeridade, ao governo, digo eu, que ele não consegue impô-la. A sua lógica funda-se no endividamento, nos outros que paguem a crise, pois a História não fala, disse ele um dia, de dívidas, mas de obras. As gerações futuras que se amanhem. Ele não estará por cá para ouvir das boas, enquanto, pelos mais apaniguados, será lembrado como no tempo dele é que era bom!
O caminho sendo a da  falência, temos a obrigação histórica de lutar por esta terra, pela democracia, pela Autonomia e pela felicidade deste Povo.
Ilustração: Google Imagens.  

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