Nos últimos dias, em dois programas de televisão, um da Madeira e outro na SIC, mas sobre a Madeira, registei tanta insuficiência, tanta lacuna de conhecimento, tanta leviandade nas abordagens que meteu dó. Ouvi pessoas a falar sem conhecer os dossiês, a tecer comentários que não chegam a ser generalidades, mas autênticas banalidades, como se um estúdio pudesse ser transformado em conversa de "Apolo", entre uma boca e uma anedota!
Há uma, entre muitas situações que, sinceramente, me incomodam. Talvez porque sempre tive receio e, por isso, imponha muita contenção ao que escrevo ou digo. Só abordo assuntos que domino com alguma segurança. Não falo de Economia e de Finanças, do ponto de vista técnico-científico, porque não sei; não abordo questões de agricultura, porque não sei. E por aí fora. E mesmo as abordagens que faço, no campo estritamente político, tento ter o cuidado necessário para não dizer disparates. É uma regra de ouro no discurso político, das duas, uma: ou se estuda e sabe ou boca fechada (não entra mosca nem sai asneira). Quando sou convidado para qualquer painel, na televisão ou na rádio, preparo-me, pelo menos, dois dias antes. Os meus artigos de opinião são escritos com duas semanas de antecedência. Nunca deixo para o último momento. Por uma questão de responsabilidade e de respeito para quem me convida e para com os leitores. Costumo dizer que ficam ali a "levedar". As dúvidas esclareço-as junto de quem sabe.
Bom, estou para aqui com esta história porque, nos últimos dias, em dois programas de televisão, um da Madeira e outro na SIC, mas sobre a Madeira, registei tanta insuficiência, tanta lacuna de conhecimento, tanta leviandade nas abordagens que meteu dó. Ouvi pessoas a falar sem conhecer os dossiês, a tecer comentários que não chegam a ser generalidades, mas autênticas banalidades, como se um estúdio pudesse ser transformado em conversa de "Apolo", entre uma boca e uma anedota! Quem se expõe, tem esse dever de preparar-se, de falar pouco mas certeiro, de trazer a opinião que a voragem do dia-a-dia, o leitor ou ouvinte, não conseguiu decifrar.
Anteontem, foi na SIC, um senhor e uma senhora, a propósito da questão dos Açores, do governo compensar os trabalhadores da Função Pública relativamente às medidas de austeridade, escutei uma conversa completamente descontextualizada. Dois comentadores absolutamente distantes das realidades autonómicas, dos seus Estatutos Político-Administrativos e das realidades de ambos os arquipélagos autónomos. Que diabo, estudem, conheçam, tentem perceber, no mínimo, o que significa ser insulano, e dentro dessa caracterização, as substanciais diferenças entre as duas regiões, no plano político, social e cultural. Tentem conhecer os números (indicadores) e os "modelos" de administração e gestão e, só depois, tentem comunicar. Dizer o óbvio é pouco e, pior ainda, dizer asneiras arrepia quem, minimamente, conhece os processos.
NOTA:
"Carlos César e Alberto João Jardim, afinal, não são tão diferentes assim. Tudo é uma questão de estilo, de oportunidade. A de Carlos César chegou agora."
Esta declaração de João Marcelino, Jornalista do DN-Lisboa, é outra que explica a falta de conhecimento sobre a realidade dos dois arquipélagos autónomos e sobre a sua História política.
NOTA:
"Carlos César e Alberto João Jardim, afinal, não são tão diferentes assim. Tudo é uma questão de estilo, de oportunidade. A de Carlos César chegou agora."
Esta declaração de João Marcelino, Jornalista do DN-Lisboa, é outra que explica a falta de conhecimento sobre a realidade dos dois arquipélagos autónomos e sobre a sua História política.
Ilustração: Google Imagens.
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