"É este Senhor Professor que quer salvar Portugal da gestão danosa, corrupta e incompetente do Primeiro-Ministro Aníbal Cavaco Silva que governou Portugal no período em que tivemos a oportunidade histórica de nos aproximarmos dos países mais desenvolvidos da Europa"
Portugal tem de ter na Presidência da República alguém capaz de cumprir e de fazer cumprir a Constituição. |
A propósito da visita do candidato à Presidência da República, Professor Cavaco Silva, recebi uma interessante mensagem de João Sousa, um Madeirense errante, que vive em Santiago Cacém, gosta de aventuras, particularmente interessado pela mãe natureza e não gosta de cinismos. Talvez por esta última parte que, segundo o próprio, o caracteriza, escreveu:
"Meu caro André,Houve um filósofo que certa ocasião disse: se é verdade que a mentira existe, então não há mentira. Quando o sr. Silva diz que terá de nascer duas vezes quem for mais honesto do que ele, eu riposto. Eu sou mais honesto do que ele. Não tenho quaisquer aplicações financeiras. Não tenho amigos no BPN. Não tenho mais do que uma reforma. Não fui causador do despedimento dum segurança no Hospital de Faro. Não fui o esbanjador dos dinheiros da U.E.. Não fui o "homem do leme". Não fui eu que vi o "monstro", além do Cabo das Tormentas. Não fui eu que disse que raramente me engano. Não fui eu que me ia engasgando com a sofreguidão do bolo rei. Para terminar, não andei aos abracinhos com o "rei nu" da Madeira".Os que me conhecem sabem que não tenho reservas mentais seja lá por quem for. Aceito as pessoas como elas são, mas distancio-me quando não me interessam. Respeito o ainda Presidente da República, enquanto pessoa, mas distancio-me enquanto político. E esta mensagem do João vem, exactamente, nesse sentido. Este candidato, enquanto Presidente da República, não deixa saudades. Não pelo seu posicionamento partidário, que respeito, mas pelas atitudes dúbias ou ausência de atitude, quando a sua presença seria de todo necessária. Foi um Presidente que passou pelos problemas como gato sobre brasas, fingindo que não via. Mais dotado para passeios com a sua Maria, de mãozinha dada, distribuindo cumprimentos e palavras de circunstância, do que no sentido de uma actuação de Estado.
Politicamente, essa da "cooperação estratégica" foi e é uma conversa de treta. Uma expressão que podia dizer muito, mas que em nada se traduziu. E, desde logo, pergunto: que estratégia? Sinceramente, não dei por ela! Não dei por ela, relativamente ao País, muito menos em relação às Regiões Autónomas. Ou será deliberada estratégia, durante cinco anos, não ter visto nada de anormal na Região Autónoma da Madeira? E são tantos e variados os exemplos: os atropelos regimentais na Casa da Democracia e aos direitos dos Deputados, os ataques desestabilizadores à condução do País por parte de um dos Conselheiros de Estado, o controlo da sociedade e nos vários momentos que mereciam uma "Mensagem" ao Parlamento, preferiu escudar-se no silêncio, enfim, foram muitas as situações que me fazem olhar para este ainda Presidente com uma claríssima desconfiança política. A própria direita política merecia melhor.
Depois, os factos falam por si: o Professor Cavaco é um anti-autonomista, eu não diria primário, mas que olha para os Açores e para a Madeira de forma enviesada, lá isso é verdade. Tenhamos em atenção o Estatuto dos Açores. E tenho presente, entre outros momentos, a sua visita oficial à Madeira onde preferiu um jantar na Assembleia do que participar, intervindo, numa sessão parlamentar. Preferiu, em um mar de problemas, elogiar a "obra" e a "personagem" do que ouvir e ter opinião, cumprindo e fazendo cumprir a Constituição da República.
Este ainda Presidente deixa, por múltiplas razões, um rasto de sombras no seu mandado. O caso das "escutas" foi um deles! Para além disso, não me esqueço da sua passagem enquanto Primeiro-Ministro. Foram dez anos, durante os quais, com duas maiorias absolutas (1985/1995). Em um período de "vacas gordas", alimentadas por enormes fluxos financeiros da União Europeia, em um período que o tal "professor de Economia" poderia ter lançado as bases de um País com futuro, deixou-o com um défice de 8,9 do PIB. "É este Senhor Professor que quer salvar Portugal da gestão danosa, corrupta e incompetente do Primeiro-Ministro Aníbal Cavaco Silva que governou Portugal no período em que tivemos a oportunidade histórica de nos aproximarmos dos países mais desenvolvidos da Europa" - disse José Luís Cardoso, Advogado e ex-capitão de Abril, aquando da candidatura da Manuel Alegre à Presidência da República. Concordo.
Finalmente, o seu discurso de ontem à noite, um discurso que constituiu um desbragado auto-elogio, do tipo, "nunca como hoje, Portugal precisou de alguém com o conhecimento completo, profundo, da realidade portuguesa (...) nunca o País precisou, tanto, na Presidência da República de alguém com o conhecimento do rumo que oo País deve seguir para vencer esta encruzilhada, para que os portugueses possam ver uma luz ao fundo do túnel". Assim falou o homem do "leme". Interessante esta passagem, simplesmente porque desempenhou as funções durante cinco anos e nunca se viu qualquer actuação no sentido de evitar, segundo se deduz das suas palavras, o alegado desastre português. Como se Portugal fosse um "oásis" na Europa e no Mundo. Como se as razões substantivas do défice se devessem, exclusivamente, a factores internos. Como se não tivesse havido um esforço orçamental para reduzir abaixo dos 3% no primeiro mandato do governo socialista, mantendo, todavia, altos padrões de apoio social. O candidato ou sofreu um apagão na sua memória ou, então, é intelectualmente desonesto.
Ilustração: Google Imagens.
Finalmente, o seu discurso de ontem à noite, um discurso que constituiu um desbragado auto-elogio, do tipo, "nunca como hoje, Portugal precisou de alguém com o conhecimento completo, profundo, da realidade portuguesa (...) nunca o País precisou, tanto, na Presidência da República de alguém com o conhecimento do rumo que oo País deve seguir para vencer esta encruzilhada, para que os portugueses possam ver uma luz ao fundo do túnel". Assim falou o homem do "leme". Interessante esta passagem, simplesmente porque desempenhou as funções durante cinco anos e nunca se viu qualquer actuação no sentido de evitar, segundo se deduz das suas palavras, o alegado desastre português. Como se Portugal fosse um "oásis" na Europa e no Mundo. Como se as razões substantivas do défice se devessem, exclusivamente, a factores internos. Como se não tivesse havido um esforço orçamental para reduzir abaixo dos 3% no primeiro mandato do governo socialista, mantendo, todavia, altos padrões de apoio social. O candidato ou sofreu um apagão na sua memória ou, então, é intelectualmente desonesto.
Ilustração: Google Imagens.
10 comentários:
Enganou-se, Sr. Deputado. Esse período das oportunidades perdidas foi entre 1995 e 2000. Lembra-se? Guterres. Tempo das vacas gordas. Desperdiçado. Distribuiu todos os excedentes. Quando vieram as vacas magras, pântano, fuga. Portugal para trás...
Venham outros para por as coisas em ordem.
O período de Cavaco foi o mais próspero de sempre. Crescimento e aproximação à média europeia. Sem prejuizo da criação da almofada que Guterres desbaratou.
Obrigado pelo seu comentário.
Eu gosto de olhar para a História e com ela construir o futuro. Guterres, pois claro... não me diga que está contra o facto de ter pago 110 milhões de contos pelas magalomanias da Região!
De resto, no tempo do Professor Cavaco, para além do défice de 8,9%do PIB e de uma Ministra das Finanças de triste memória, só o sector educativo (1985/1995) contou com cinco ministros da Educação, na mais clara falta de estratégia que o País conheceu desde 1974. Eu conheço a História, meu caro. Foi a desestabilização total, a falta de rumo que leva a que hoje estajamos a sofrer as consequências do desinvestimento num sector determinante para o nosso futuro.
Que personagem mais esquisita este sr. Pântano 2000? Então ele está a confundir. Guterres foi-se para que o país não caísse no Pântano.
Durão Barroso, deixou-nos de Tanga e, se não corressemos com o "Santana Lopes" estávamos já nas profundezas do " Mindanau". Esqueceu-se que foi o próprio Cavaco o sr. do BETÃO. O sr.Ferreira do Amaral , outro que tal, O sr.Fernando Nogueira, não se fala, o sr. Dias Loureiro onde está? O sr. Isaltino, que fez às finanças do sobrinho nos bancos Suiços? O sr.Oliveira Costa, só poem a boca no trombone depois de ser julgado,o sr. Jardim Gonçalves, não se fala nele, o sr. AJJ manda todos para tribunal se abrirem a boca e, cala-se quando um deputado da oposição é agredido em pleno espaço público. Não seria melhor esse sr. meter a viola no saco?
Aconselho esse ser, a pegar numa enxada e, ir lavrar os poios ou limpar as ribeira para que não venha a acontecer novo 20 de Fevereiro que, parece-me bem está novamente próximo.
Esses 110 milhões foram dados aos Açores. E como ficava mal também à Madeira. E tudo o resto foi feito da mesma forma. Dando e distribuindo, subsidiando e criando o pantano que levou à respectiva fuga...
Sim, Guteres não caíu no Pantano pois levou o País até lá e deu de frosques. Os outros a seguir tiveram que gerir a situação. Depois vem o Sócrates terminar o trabalho de Guterres...
Quanto ao senhor João do Espaço, podemos perguntar onde estão os Srs. Socialistas Pinas de Moura, Coelho, Rui Pedro da (na) Telecom, o outro do ferro-velho, os que tomaram os Bancos, incluindo o BCP, o Freeport, as escutas, o que escapou à Casa Pia, as escutas cortadas, etc...
Quanto à viola do Sr. AJJ deixe (democraticamente) o eleitorado decidir. Mesmo que lhe desagrade a si.
Ministra das Finanças nos governos chefiados por Cavaco Silva ???
Caro amigo
Penso que já deve ter reparado que Cavaco Silva está a galáxias de distância das minhas preferências. O que não quer dizer que apoio, efectivamente, repito efectivamente, outras candidaturas...
Mas não posso deixar de lamentar que continuem as campanhas alicerçadas na roupa suja. Assim nunca mais saímos do atoleiro onde nos encontramos. Cheira mal, é feio e pouco dignificante para quem pretende ser a mais alta figura da Nação. E é mais do mesmo.
Admitindo a crítica das ideias, vejo no entanto uma campanha como forma de os candidatos (e os seus apoiantes mais destacados) mostrarem o que valem através da apresentação de ideias, programas e compromissos. Pela positiva.
Senhor Professor
Valha-nos Nossa Senhora das Angústias!
A gente gramou o Salazar quarenta e tal anos; depois o Caetano, o tal que sim mas também; uns tempos depois do 25 de Abril,durante dez anos, veio este Cavaco, amostra de Ditador do alcatrão (mas,aí,a culpa também foi minha...); mais cinco, desta múmia paralítica,na Presidência; e, para cúmulo dos cúmulos, trinta e seis anos dum linguarudo arruaceiro,aqui na Madeira...é demais!
Se a minha gente não aprende,é porque é muito mais quadrúpede que eu!
Oh! Compadres! Pela vossa rica saúde, pensem bem antes de fazer a grande borrada de ir no paleio do "dono" disto tudo(que até está convencido que é proprietário das vossas cabeças)!
Cá para mim,eu até gostava de um cavaquinho...mas aquele que é marisco e aparece na Ponta de S.Lourenço e nas Desertas.
Vamos dizer aos Aldrabões que somos humildes mas temos a nossa dignidade.
O que é demais...cheira mal!
Senhor Professor
Desculpe o abuso dos meus escritos,mas se não falo...rebento!
Eu não lhe agradeço o comentário (não pelo facto de ser contrário aos meus posicionamentos), mas pela forma. Aliás, ao longo de mais de dois anos, lembro-me de não ter publicado, dois, no máximo três comentários, porque se revestiam de matéria muito pouco decente. Não é o caso. Mas quero que saiba, meu caro, que este blogue visa debates sérios e tendencialmente profundos. Apenas o que se diz por aí, de cariz mais partidário do que de conhecimento, não me interessa.
Se quiser, dê a cara, não se refugie e venha discutir os assuntos com pensamento livre. Agradeço-lhe.
Obrigado pelo seu comentário (Fernando Vouga). Concordo, em absoluto.
Obrigado pelo seu comentário (Vilhão Burro). Os compadres, de facto, têm de pensar que este ram-ram já dura há 84 anos (48 antes + 36 depois). É tempo demais de pratos idênticos. Hoje, não PIDE, mas há outras pidezinhas por aí, ou máfias boazinhas!
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