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sábado, 1 de janeiro de 2011

CINM: AFINAL... A VERDADE É COMO O AZEITE


O CINM tinha um total de 2.678 empresas, mas 91 por cento destas (2.435) não tinham um único trabalhador. Das restantes, 107 empresas (3,9%) só têm um trabalhador, 39 empresas (1,5%) têm dois trabalhadores e apenas 97 empresas (3,6%) têm mais de dois trabalhadores.

Impõe-se um sério debate
sobre a Zona Franca.
Quem foge ao debate
demonstra a falácia
dos seus argumentos.
Com que então... era tudo mentira, o PS-Madeira e o Governo da República exprimiam uma má vontade contra o Centro Internacional de Negócios da Madeira. O Secretário do Plano e Finanças fartou-se de bater nesta tecla, os Deputados do PSD idem, isto para não falar do Dr. Francisco Costa (SDM) que, sistematicamente, vem a terreiro defender o indefensável. Era tudo mentira, mas ontem os dados foram conhecidos através da  Direcção-Geral dos Impostos na sua página da Internet. Da peça do Jornalista Miguel Fernandes Luís, do DN, fica tudo clarificado:  
"Com a sua decisão, o Governo da República expôs o principal 'calcanhar de Aquiles' da Zona Franca, que é a modesta criação de emprego face ao volume de benefícios fiscais concedidos. No final de 2009, o CINM tinha um total de 2.678 empresas, mas 91 por cento destas (2.435) não tinham um único trabalhador. Das restantes, 107 empresas (3,9%) só têm um trabalhador, 39 empresas (1,5%) têm dois trabalhadores e apenas 97 empresas (3,6%) têm mais de dois trabalhadores. Nos seus vários ramos de negócio, a Zona Franca dá emprego a 1.677 pessoas, ou seja, há mais empresas que trabalhadores e o número não chega aos dois mil que frequentemente eram anunciados".
Perante isto, o inefável Secretário dos Recursos Naturais, não percebi bem a que propósito, senão a de fazer coro, recentemente, veio dizer, perante as críticas, particularmente do PS-M que "(...) quem age assim não defende os interesses do Estado, quem age assim atenta contra os interesses da Madeira e dos madeirenses, está a trair os interesses dos portugueses e, em particular, os interesses da Madeira". Ou, então, esta pérola do Presidente da Sociedade de Desenvolvimento da Madeira, Dr. Francisco Costa, ao sublinhar que a fuga aos impostos na zona franca constitui um conceito "virtual". Interessante. Estamos mesmo a ver quem trai os interesses da Madeira, digo eu!
Recordo que a 18 de Setembro, o Deputado do PS, Dr. Carlos Pereira, em nome do Grupo Parlamentar considerou "da maior relevância um debate exaustivo sobre a praça madeirense os seus efectivos impactos na economia regional, tendo em conta a disponibilização de milhares de milhões de euros em ajudas de Estado, a dimensão do impacto na saída da Madeira das regiões  de coesão, o seu futuro e a estratégia para recolocar este instrumento ao serviço do interesse público." Até hoje, moita! 
Ilustração: Google Imagens.

7 comentários:

Pesquito disse...

Não se entende a sua estranheza. Estamos a falar de um Centro Internacional de Negócios e não de um centro de emprego. Os negócios financeiros em questão resultam em impostos pagos. E só estão cá enquanto e até que as condições sejam melhores do que as que lhes concedem em outras praças.
É preferível ficar com 10% de muito dinheiro do que ficar com 20% de nada pois logo todos os negócios abalam para zonas onde concordam ficar ficam com 11% (e pode ter a certeza que haverá sempre locais desse tipo, pois lá não haverá uns socialistas retrogrados a deitar dinheiro fora por razões ideológicas e muito pouco realistas).

Para além de 10% de X ser muito mais do que 20% de zero, os 1.677 empregos directos, mais umas centenas de empregos indirectos (atingindo facilmente os tais 2.000) deixam outros recursos e criam (esses) empregos na RAM.
Ser contra isso só porque a Zona Franca Industrial não vingou (a China tem mais condições) é preconceito socialista demasiado primário.
Era bom ter a ZFI activa e produtiva mas, não a tendo, porque cortar a outra perna da Zona Franca, ou seja o CIN?
Porque é tão "frio" face às famílias desses 1.677 pessoas? E às das restantes que trabalham para elas (alugam espaços, fazem as limpezas, prestam-lhes serviços)?

André Escórcio disse...

Obrigado pelo seu comentário.
A estrutura partidária a que pertenço, defende a existência desta praça, todavia subordinada a um outro modelo. E posso-lhe garantir que, dentro de dias, para além de tudo quanto já foi afirmado sobre esse novo modelo (que não se subordine, apenas, ao planeamento fiscal) verificará quanta razão temos. Aguarde, por favor.

Espaço do João disse...

Eu não tenho quaisquer dúvida.
Quando verifico que certos e determinados recibos verdes, berram a torto e a direito por direitos a subsídis, não declaram os seus rendimentos. Pudera. o ABREU está só para o MEU.
Eu que andei toda a vida por contra de outro, sou obrigado a declarar todos os rendimentos , agora se esconder algo,estou a fazer economia paralela.
Isto é que vai uma crise. Heim...

Fernando Letra disse...

Por essa ordem de ideias, Pesquito, libertem todos os traficantes, pois também eles contribuem para a revitalização da economia ao injectarem (muito) dinheiro no sistema...

Pesquito disse...

Mas que razão?
Que o CIN acaba (porque os senhores recusaram-se a negociar a solução que a manteria concorrencial)?
Que outro modelo?
Estará a referir-se a uma desejável, mas impossível na conjuntura actual, ZFI? Que nada tem a ver com a CIN?
Porque queimam o CIN só porque ele está lá e não uma ZFI?
Só por preconceito ideológico.
E para deitar abaixo a Madeira.

André Escórcio disse...

Meu caro "Pesquito",
Vamos lá ser claros: tem algum interesse no CINM? Se tem diga, claramente. Assim, torna-se tiudo mais claro.
Ao contrário do que diz, não se trata de preconceito, nem de deitar abaixo a Nadeira, mas tornar tudo mais transparente e de resultados para o verdadeiro desenvolvimento da Madeira.

Pesquito disse...

O meu interesse no CIN é como madeirense. Porque eu percebo que é preferível ter uma empresa externa que cá está porque paga 10% sobre os seus lucros, em vez de estar na ilha ao lado onde cobram 11%.
Passar de 10% para 20% e deixar de ter o CIN torna tudo transparente mesmo. Pudera, nada lá restará...
Pois 20% de nada é nada.
Quanto ao que diz o Sr. Letra, é a demagogia do costume. São traficantes e bandidos todos os que fazem por pagar menos impostos. Todos os que deslocalizam para a China porque lá pagam menos salários, todos os que não investem cá (e não criam empregos cá) porque sabem que se vierem, não podem sair sem terem problemas e pagarem montes de indemnizações. Assim, realmente não teremos esses "bandidos" por cá. Mas não temos bandidos, nem temos nada... morremos todos pobres e sem trabalho. Boa solução... que fiquem com ela.