"O JORNAL DA MADEIRA é um Diário de perspectiva cristã aberta a um são pluralismo ideológico, na fidelidade ao Evangelho e no amor da Verdade, visando a formação humana plena, que desperte os Homens para as suas responsabilidades e para a sua participação na construção do mundo contemporâneo, pelo que não está enfeudado a qualquer partido político, antes desenvolvendo uma visão crítica das realidades".
Esta parte do Estatuto Editorial do Jornal da Madeira não deixa de ser interessante. Pergunto: mas qual pluralismo ideológico? Então o Jornal não está enfeudado à política de Governo e à política do PSD-M? Obviamente, que sim. Esta questão, ainda esta tarde, equacionei-a junto do Secretário dos Recursos Humanos no decorrer de uma audição parlamentar no quadro do Inquérito à Comunicação Social. Tal como na parte da manhã, com o Administrador do Jornal da Madeira, esta audição, do meu ponto de vista, acabou por constituir-se um "vira o disco e toca o mesmo", isto é, uma audição para justificar o injustificável, melhor, ainda, uma clara fuga àquilo que constitui o cerne da questão: as empresas devem estar no mercado em igualdade de circunstâncias e nunca estarão quando uma recebe apoios do erário público e as outras não!
Deixo aqui as questões que coloquei ao Secretário dos Recursos Humanos:
1. O Srº Michael Blandy, há dias, disse-nos, no decorrer da audição, que houve reuniões (quatro, se não estou em erro) na Secretaria dos Recursos Humanos, entre representantes do GR, Diocese e Diário de Noticias. Tinham tudo acertado para uma solução mas que, até hoje, não sabia porque não resultou essa negociação. Gostaria que esclarecesse.
2. A Diocese é quem escolhe o Director do JM, logo a política editorial diz-lhes respeito segundo a Lei de Imprensa. Correcto, Senhor Secretário? Então podemos entender que a falta de cumprimento do Estatuto Editorial do JM é da responsabilidade da Diocese. Pergunto: a Diocese, tendo essa responsabilidade, acompanha, em sua opinião, o esforço dos contribuintes madeirenses com injecções anuais de capital ou é só o Governo com os nossos impostos? E não acha que havendo carências sociais, o papel da Igreja deveria ser outro?
3. Concorda com o Estatuto Editorial do Jornal da Madeira? Acha que esse Estatuto é cumprido? A ERC na sua deliberação mandou actualizá-lo. Vão proceder dessa forma?
E sobre o Estatuto Editorial, é óbvio que quem paga impõe as regras. Se o Governo entrega três milhões por ano, obviamente que o Jornal cumpre o que o seu dono impõe. Que leitura faz do Estatuto do Jornal da Madeira, mormente, ao número dois que tem esta redacção: "O JORNAL DA MADEIRA é um Diário de perspectiva cristã aberta a um são pluralismo ideológico, na fidelidade ao Evangelho e no amor da Verdade, visando a formação humana plena, que desperte os Homens para as suas responsabilidades e para a sua participação na construção do mundo contemporâneo, pelo que não está enfeudado a qualquer partido político, antes desenvolvendo uma visão crítica das realidades".
4. Como justifica que uma empresa totalmente falida tenha dois gerentes pagos e, como se isso não bastasse, ainda pague a alguns colaboradores da página de Opinião? Que medidas, o Governo defende para equilibrar os resultados do JM que há mais de 30 anos apresenta, anualmente, prejuízos?
5. Porque razão a sua Secretaria, há mais de dois anos, não paga às Rádios, estando essa verba cabimentada? Para onde vai essa verba? Para o Jornal da Madeira? Como e quando pensa acertar as contas com as rádios? Não é que eu esteja de acordo com os subsídios, mas compromissos, são compromissos!
6. A Diocese tem, neste momento, o Posto Emissor do Funchal, tem a rádio Jornal da Madeira bem como o Jornal da Madeira. Senhor Secretário, não acha que seria útil ouvirmos o Senhor Bispo do Funchal para nos poder elucidar quanto aos conteúdos destes órgãos de Comunicação Social?
7. Senhor Secretário, o que está aqui em causa é uma questão de financiamento imoral. Peço-lhe que se abstraia do Jornal, do Diário e de todos os outros órgãos. Imagine que nós, individualmente, temos, por exemplo, um salão de cabeleireiro. Que eu recebo, 3 milhões por ano, com o compromisso de todos os funcionários públicos cortarem o cabelo na minha empresa, e de borla. Como aceitaria esta situação enquanto empresário. Achava bem ou reagiria?
NOTA:
A Audição iniciou-se com uma longa exposição (documento lido) do Secretário dos Recursos Humanos com a tutela da Comunicação Social. No final solicitei uma cópia do documento que o Secretário não quis fotocopiar. Um documento lido durante uns 25', de ataque ao Diário de Notícias da Madeira e restantes órgãos de comunicação social e de defesa do Jornal da Madeira. Tarde ou cedo, essa intervenção será anexa ao relatório da Comissão e, nessa altura, estudá-lo-ei em pormenor.
Ilustração: Google Imagens.NOTA:
A Audição iniciou-se com uma longa exposição (documento lido) do Secretário dos Recursos Humanos com a tutela da Comunicação Social. No final solicitei uma cópia do documento que o Secretário não quis fotocopiar. Um documento lido durante uns 25', de ataque ao Diário de Notícias da Madeira e restantes órgãos de comunicação social e de defesa do Jornal da Madeira. Tarde ou cedo, essa intervenção será anexa ao relatório da Comissão e, nessa altura, estudá-lo-ei em pormenor.
7 comentários:
Senhor Professor
Isto é que se chama perder tempo!
Perder tempo, e recursos que bem necessários seriam para resolver as múltiplas carências que a população sofre.
Só falta criar uma Comissão de Inquérito para verificar se 2+2 é,ou não,igual a 4...
Muito provavelmente,utilizando a metodologia da Aritmética Racional,se concluirá que é...5.
E tudo em nome de Nosso Senhor...
(não Cristo, mas o outro ressuscitado do enfarte).
Obrigado pelo seu comentário.
Sinceramente, hoje passei mais de quatro horas em duas audições que valeram zero!O PSD ouve e cala-se e a oposição questiona e tem respostas "cassete". Pura perda de tempo.
Continuo com o mesmo slogan.
Água mole em pedra dura, tanto dá que até fura.
Não sejamos tipo FLAMA de se não vai à mão vai à Bomba...
Peço-lhe que se abstraia do Jornal, do Diário e de todos os outros órgãos. Imagine que temos, por exemplo, uma rede de escolas públicas. Que nós recebemos, muitos milhares de milhões por ano dos impostos de todos, com o compromisso de todos os jovens frequentarem as mesmas e de borla. Mas, se a escolha das famílias for por outras escolas, fora da rede pública. Aí não. Têm que pagar, para além do que já pagaram através dos impostos. Como aceita esta situação. Achava bem ou reagiria?
Obrigado pelo seu comentário (SOS ...).
São assuntos diferentes, completamente diferentes. Enquanto que a Constituição assume o direito à Educação Pública, como direito e princípio basilar de uma sociedade, já a comunicação social (até ver)a Constituição garante um serviço público de rádio e televisão (RDP/RTP). Digo até ver, porque começa a ser discutível em função da diversificada oferta existente no mercado.
Com a Educação é diferente, completamente diferente. Ela é pública e UNIVERSAL, para todos, os que têm dinheiro e para os que não têm. O acesso tem de estar ao alcance de TODOS. O que não significa que existam escolas particulares, que possibilitem a livre escolha dos pais e encarregados de educação. É um direito de escolha que têm, mas um direito pelo qual terão de pagar os seus encargos. As escolas particulares devem escolher os seus professores (não é isso que está a acontecer) e só no caso de uma falha de resposta do sector público, devem ser apoiadas. No caso da Educação todo o dinheiro deve ser aplicado num sistema PÚBLICO E UNIVERSAL, de grande qualidade, de rigor e que conduza à EXCELÊNCIA.
Erro seu (e da esquerda deste País).
O que as famílias têm de pagar é pela diferença. Se optam por algo mais caro devem pagar pela diferença em relação ao que custa a opção pública. Nada mais.
Pois todos pagam impostos e todos têm direito à Educação gratuita (que se defina o que isso é, com base no que custa per capita a educação pública).
A Constituição diz que todos têm direito à Educação.
Não diz que todos têm direito à Educação Pública.
E a Lei de Bases diz o mesmo e que as famílias têm o direito de optar.
Junte as duas coisas e lá chegará.
Como disse num outro post, já pagou a educação no IRS. Porque não tem direito a usar o valor de direito na escola que escolher. E, obviamente, paga, numa mensalidade, aquilo que a oferta possa custar a mais do que custa a oferta pública.
Remeto-o para o que hoje escrevi. E ponto final.
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