O problema é que toda a gente por lá já percebeu o esquema, hoje todo ele salamaleques, amanhã, os mesmos levam com chumbo até dizer basta. Tem sido sempre assim, essa postura tem anos, pelo que a repetição dos comportamentos denuncia que não tem emenda. E vem falar de "diálogo civilizado", quando ninguém se esquece do que disse ao Engº António Guterres, o tal que esbateu a dívida da Madeira em 110 milhões de contos e, apesar disso, foi apelidado de mentiroso, caloteiro, fariseu, indivíduo perigoso e aldrabão, entre outros mimos.
Assumiu o presidente do governo regional: "(...) sempre acreditei que do diálogo entre pessoas civilizadas sai sempre luz (...) estou sempre de coração aberto". Oh, senhor presidente, repita lá outra vez porque isso não soa bem nos ouvidos dos madeirenses. Diálogo? Luz através do diálogo? Coração aberto? Mas quando é que isso se verificou ao longo de 35 anos de governação? Na Assembleia Legislativa, nunca. E nos meios de comunicação social só gosta de falar a solo, nunca com a presença de outros com posicionamentos diversos. Nem com aqueles que o rodeiam, coitados, se têm uma opinião diferente! De carrinho vão para o quarto escuro da vida política. Qualquer opinião contrária é entendida como "facadas nas costas" e, portanto, quando se ouve uma declaração de circunstância daquela natureza, o único pensamento que me invade é que já não há paciência para aturar um político com tantos disfarces, tantas máscaras conforme os momentos.
Amanhã terá uma reunião com o Primeiro-Ministro e com o Ministro das Finanças, logo, teve de preparar o terreno, não vá o caldo entornar-se. O problema é que toda a gente por lá já percebeu o esquema, hoje todo ele salamaleques, amanhã, os mesmos levam com chumbo até dizer basta. Tem sido sempre assim, essa postura tem anos, pelo que a repetição dos comportamentos denuncia que não tem emenda. E vem falar de "diálogo civilizado", quando ninguém se esquece do que disse ao Engº António Guterres, o tal que esbateu a dívida da Madeira em 110 milhões de contos e, apesar disso, foi apelidado de mentiroso, caloteiro, fariseu, indivíduo perigoso e aldrabão, entre outros mimos. E, relativamente a Mário Soares e outras personalidades, alguém se esquecerá de expressões do tipo porcos, cabras, burros, traidores, tontos, etc.. E aos jornalistas desde bastardos para não dizer filhos da ... de tudo já se ouviu e leu. E o que disse do Senhor Silva, Presidente da República! Bom, a história dos "mimos" e dos enxovalhos é longa, pelo que este presidente do governo não é um homem politicamente confiável e está, em função da sua própria história, em uma posição de fragilidade para sentar-se a uma mesa de negociações. Até porque negociar não é o seu forte. Numa negociação todos perdem para que alguma coisa todos ganhem. E ele, no sufoco para o qual conduziu a Madeira, precisa mais de ganhar do que perder, enquanto que o governo da república dá indicações de querer fazer da Madeira um exemplo para o país.
Sinceramente, não tenho grandes esperanças na reunião de amanhã. Por um lado, porque o Primeiro-Ministro e o Ministro das Finanças, mesmo com alguma benção do Presidente da República, dificilmente aceitarão recuar relativamente às posições iniciais. Poderão verificar-se algumas cedências de pormenor, a questão do IVA, por exemplo, mas, no essencial, no grosso do pacote de reajustamento financeiro, o que vem a caminho é um aperto face ao qual os madeirenses só vão dele tomar consciência dentro de três a quatro meses.
Lamento a situação na qual o PSD nos fez mergulhar. E lamento, neste momento, que a Madeira não tenha alguém, de cara politicamente lavada, que possa negociar em defesa da população. Oxalá esteja eu enganado, porque não quero ver o desemprego, a fome e a miséria alastrarem-se na Região. Mas, hoje, a um dia das "negociações" coloco muitas reticências. A ver vamos.
Ilustração: Google Imagens.
6 comentários:
Caro André Escórcio
João Jardim e Passos Coelho,aparentemente desavindos,querem, exactamente,a mesma coisa:que seja o povo madeirense a pagar a factura de uma gestão desmiolada.
O que nenhum deles quer, é ficar com esse ónus!
Daí o jogo trauliteiro, para "Povo Superior" ver...e ser embalado (para não dizer empalado).
Toda esta comédia,se não fosse trágica,faria rir o mais sisudo dos cidadãos!
A "novela" segue amanhã.
Meu Caríssimo,
Concluiu aquilo que também penso. Tudo isto me cheira a farsantes.
Um abraço.
Caro André Escórcio
O que me assusta é verificar que, desde os primórdios da História, conquistam o poder demasiados indivíduos totamente incapazes, irresponsáveis e até criminosos.
Absolutamente de acordo. E que não são condenados pelos seus actos.
«E que não são condenados pelos seus actos.»
Caro André Escórcio
Haja esperança. Saddam foi condenado. Será um começo?
Caros e Distintos Senhores
Claro que Saddam foi condenado por ser um facínora,tendo, por agravantes,um substancial domínio do petróleo e a leviandade de ameaçar o dólar com o euro...
Outro, de semelhantes quilate e agravantes,Kadhafi,também levou por conta da praça...
O Bock(assa)ilhéu, à falta das "necessárias" condicionantes...tem o coiro a salvo!
Enviar um comentário