Mas, mais grave do que a sua declaração de assina, não assina, é ter levantado a ameaça da "autodeterminação", isto é, ter levantado, pela enésima vez, a pontinha do véu da independência. O Deputado Guilherme Silva, repito, vice-presidente de um órgão de soberania, deveria de coibir-se deste tipo de declarações, mas já que as fez, deve ser muito claro e especificar, ele e o PSD, o que pretendem com esta conversa de treta. Chantagem? Bom, isso foi chão que deu uvas. Mas se é para levar a sério, não fiquem pela chantagem, promovam o referendo (se for possível) e digam também como é que os madeirenses vão viver sob a bandeira da "Flama".
Nos momentos de grande aperto, emerge sempre a ameaça da independência. |
Logo ele, o Deputado Guilherme, que deveria ser comedido, uma vez que é vice-presidente da Assembleia da República, Deputado da coligação que governa o País e um dos políticos de mão do presidente do governo regional, logo corresponsável pela situação em que os madeirenses se encontram. Mais grave, ainda, quando, com uma distinta lata assumiu que "(...) O nosso compromisso é a Madeira e os madeirenses, e é neles que estamos a pensar". Um compromisso, digo eu, de trinta e tal anos que determinou esta grave situação. Compromisso com a Madeira que permite uma outra possível interpretação política: o compromisso é com os madeirenses ou foi e é com os interesses partidários, entre muitos outros? Esclareça!
E disse mais o referido Deputado da Nação: "(...) Não é sério da parte de Lisboa, apresentar uma proposta de reajustamento que não seja realista, exequível, séria e razoável". Pois, como não foi sério, nem realista, nem exequível, nem razoável, o governo regional conduzir a Madeira a um estado de penúria e de falência. Não é sério o que a dupla Passos Coelho/Paulo Portas estão a fazer, mas defende, com unhas e dentes a coligação PSD/CDS! Interessante.
Mas, mais grave do que a sua declaração de, assina, não assina o documento, é ter levantado a ameaça da "autodeterminação", isto é, ter levantado, pela enésima vez, em nome do PSD-M, a pontinha do véu da independência. O Deputado Guilherme Silva, repito, vice-presidente de um órgão de soberania, deveria de coibir-se deste tipo de declarações, mas já que as fez, deveria vir a terreiro, ser muito claro e especificar, ele e o PSD, o que pretendem com esta conversa de treta. Apenas mais um número no quadro da chantagem? Bom, todos sabemos que isso foi chão que deu uvas. Mas se é para ser levada a sério, não fiquem pela chantagem, promovam o referendo (se for possível) e digam, também, tim tim por tim tim, como é que os madeirenses vão viver sob a bandeira da "Flama", quando este governo, com todos os apoios e com todos os encargos pagos pela República Portuguesa (segurança social, forças militares, Tribunais etc. etc.) conduziu a Madeira a este monumental sufoco. Oh Dr. Guilherme Silva, deixe-se de histórias, deixe-se dessa política de trazer por casa e se o seu PSD não aguenta o peso do monstro que criou, o peso da responsabilidade de governar em tempo de vacas magras, por favor, desamparem a loja, como vulgarmente se diz! Dedique-se, exclusivamente, à advocacia, mas distante de qualquer trabalhinho directo ou indirecto para o governo regional. Os madeirenses agradecerão a quem com engenho e arte de negociação resolvam o problema criado. Os senhores não são a solução, são o fulcro do problema.
Ilustração: Google Imagens.
2 comentários:
Meu Caro Amigo
É sabido que Gonçalves Zarco, quando aportou este Arquipélago,os seus habitantes não passavam de aves marinhas.
A comparação com o estatuto de Colónia só no juízo de mentecaptos encontrará lugar,pese,embora,o maldoso tratamento que,vingativamente, Salazar lhe conferiu...e,então,subservientemente, acolitado pelos actuais "independentistas",com especial relevo para o seu encobertado,covarde e terrorista chefinho!
Assim sendo,a reiterada e independentista ameaça velada(expressão do último recurso de fuga à assumpção de responsabilidades)configura,inequivocamente,um Crime de Alta Traição à Pátria.
Por tal,deveriam ser julgados.
E,desde logo,do ponto de vista político,impedidos do exercício de funções em qualquer órgão de soberania.
Medida,esta,que nem é inédita no espaço europeu;recorde-se o que a Bélgica aplicou,vitaliciamente, aos colaboracionistas com o invasor nazi.
Caberia a um Presidente da República a sério,não a intervenção na defesa de um suposto plano B(mais dinheiro para a supressão de encargos com continuadas loucuras?...),mas,isso sim,a imediata execução de um Plano-Necessidade C,que,determinasse a imediata dissolução da Assembleia Regional,a,consequente, destituição do governo traidor,a nomeação, provisória, de uma comissão governativa de gestão e a marcação de eleições regionais,expurgadas, as listas candidatas,dos conhecidos "colaboracionistas" locais.
Isto, se não vivêssemos num mundo faz-de-conta...
Caro André Escórcio
Fala o nosso amigo Trancoso de "um Presidente da República a sério".
Com todo o respeito que o nosso comum amigo merece, lembro que tal coisa não existe em Portugal por razões estatutárias bem conhecidas. Pagamos para ter um PR, mas o sistema faz dele uma mera figura decorativa. Espero bem que o próximo PR seja mesmo mudo, porque assim não perderíamos tempo a ver se o seu discurso tem alguma substância...
No caso vertente, nada será de esperar de Cavaco Silva. Ele não tem nada a ganhar em meter-se nesta tremenda embrulhada. Quando muito, deitará para fora da boca umas palavras inócuas, de circunstância, para não se comprometer, como é seu timbre.
Quando à independência, deixem-me rir. É paleio para consumo interno do povo superior. A efectivar-se, seria um valioso presente para o governo da República, que se livraria duma dor de cabeça dos diabos.
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