Não existe imposto que não arrelie. Normalmente consideramos exagerado, e muitos deles o são, inquestionavelmente. Alguns, para além do desajustamento, irrita-nos, porque não encontramos a contrapartida do mesmo. Um exemplo: o "imposto único de circulação". À partida deveria ser o contributo necessário para o cidadão dispor de bons pavimentos de circulação automóvel (e não só). A verdade é que não é assim, isto é, pagamos o imposto e continuamos a circular, em muitos casos, no meio de remendos. Sempre foi assim, porque os cidadãos são, demasiadamente, tolerantes. Mas não é a discussão dos impostos em geral que aqui me traz. Apenas um, em jeito de desabafo e também de proposta, porque este é o mês de voltar a pagá-lo.
Trata-se de um imposto, repito, irritante. Doe pagar este imposto. A questão está em perceber qual é a contrapartida que o município concede ao contribuinte por tal pagamento? Rigorosamente nada. No meio da injustiça há instituições isentas de pagamento. Existem uns e outros! E o descaramento é tal que, hoje, paga-se a vista, o conforto, a localização, eu sei lá...
Então, porque não basta o desabafo crítico e porque sei que este é um imposto, apesar de ridículo, dificilmente revogável, deixo uma proposta: todos os edifícios precisam de manutenção interior e exterior. De oito em oito anos, que fosse calculada uma percentagem sobre o valor global pago pelo contribuinte durante esses anos e, para efeitos de manutenção, deduzido no valor do imposto a pagar no(s) ano(s) seguinte(s). Apesar de mínimo seria uma contrapartida. Compreendo as dificuldades orçamentais dos municípios, mas correcta, seria a revogação deste estúpido imposto. Em nome da decência.
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