Acabo de seguir, na SIC, no programa da Júlia, uma entrevista a Marisa Matias, Deputada no Parlamento Europeu pelo Bloco de Esquerda. Gostei e muito. O seu percurso de vida impressionou-me, pela sua humildade, perseverança em atingir um objectivo académico, o curso de Sociologia e mais tarde o Doutoramento com a tese "A natureza farta de nós? Saúde, ambiente e novas formas de cidadania", tal como as suas outras lutas em vários campos em defesa dos direitos do ser humano. Foi uma conversa serena e muito interessante.
Marisa Matias está no terceiro mandato no Parlamento Europeu. Faço aqui um parêntesis e logo retomo: acontece-me, frequentemente, durante a corrida diária, passar em revista determinados assuntos que me levam a interrogar sobre os porquês. Retomo. Aconteceu, hoje, com a entrevista a Marisa Matias. Ao longo da entrevista, uma pergunta bailou na frente dos meus olhos de espectador: a Madeira teve na Doutora Liliana Rodrigues uma excelente presença no Parlamento Europeu. Cumpriu, de forma exímia, a sua função de Deputada e quando o bom senso determinaria a sua continuidade para um segundo mandato, excluíram o seu nome sem qualquer justificação plausível.
Ora, isto quando se sabe que um primeiro mandato quase que apenas serve para conhecer os meandros da colossal engrenagem da União Europeia. É preciso tempo para se integrar, gerar amizades políticas e ser reconhecido. É o que Marisa e o BE estão a fazer e que, por aqui, secundarizaram, transmitindo ao eleitorado que os interesses se sobrepõem à importância da função. Enquanto cidadão considero imperdoáveis situações destas. É feio utilizar e deitar fora. Liliana Rodrigues não merecia tal desconsideração. A Madeira ficou a perder. A entrevista a Marisa prova-o.
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