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sábado, 4 de abril de 2009

PLANO DE ORDENAMENTO DO COMÉRCIO

Mas, afinal, do que estavam à espera? De ruas cheias e de um comércio próspero? Impossível. Aquilo que estamos infelizmente a viver é a consequência de vários aspectos que não foram tidos em consideração ao longo dos últimos vinte anos.
O problema não está, como li algures, no aumento dos percursos pedonais no centro do Funchal. Ainda bem que a cidade se tornou mais pedonal, por múltiplos aspectos mas também para o comércio. O problema é outro e muito mais grave. O problema está na ausência de um Plano de Ordenamento do Comércio. Não é admissível, numa procura que sempre foi limitadíssima, condicionada pelo número de habitantes da Região, terem autorizado tantas superfícies comerciais ao ponto de, hoje, a proporção entre o comércio tradicional e as grandes superfícies que deveria ser de, aproximadamente, 50%, é já de 1/3 para o comércio tradicional contra 2/3 das grandes superfícies. Acresce a esta oferta superior à procura uma degradação do poder de compra, a que não é alheia, por outro lado, a existência de milhares de pobres e a bola de neve da crise empresarial geradora de desemprego.
Quem teve a responsabilidade de governar, desde os membros de governo à Câmara, irresponsavelmente, foi permitindo a abertura de espaços comerciais como se a liberdade de iniciativa e a livre concorrência nada tivessem a ver com os equilíbrios geradores de um comércio economicamente viável e saudável. Agora deitam as mãos à cabeça e perante o caos sacodem a água do capote. Suprema hipocrisia.

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