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segunda-feira, 20 de abril de 2009

POBREZA: UMA COISA DE COMUNISTAS

O tema já tem barbas, arrasta-se, diariamente é motivo de declarações políticas mas, para o governo, a realidade da Madeira é bem diferente da apregoada. O estudo do Banco de Portugal que coloca a Madeira como a Região mais pobre de Portugal em 2005 e 2006 é desvalorizado, pelo presidente do governo, como coisa de comunistas.
Não deixa de ser curioso o facto do Presidente assumir que a pobreza ronda os 8 a 10% e o Secretário Regional dos Assuntos Sociais, 4,4%. É caso para dizer: entendam-se! Os vários estudos publicamente apresentados atira o índice de pobreza para cima dos 30%.
Esta disparidade de valores explica, desde logo, a ausência de estudos, na Madeira, sobre esta matéria ou, se existem, são escondidos para que a realidade não seja conhecida. Em um e outro caso é evidente que subsiste uma grande hipocrisia política e um indisfarçável desinteresse por quem vive nas margens da sociedade, que vive as agruras da vida e que sente a fome. E tanto assim é que a disparidade dos valores apresentados pelo chefe do governo e pelo seu secretário acabam por reflectir-se na incapacidade de definir políticas estrutural e conjunturalmente sérias no sentido do esbatimento deste sério problema social.
Não posso aceitar que um governante com mais de trinta anos de poder absoluto dê a entender que não conhece a realidade social da Região. E se conhece (ora se conhece!) faz de conta que não sabe. Bem fez o grupo parlamentar do PS que, hoje, anunciou que vai solicitar à Assembleia que dirija um convite ao responsável pelo estudo do Banco de Portugal, para aqui se deslocar e explicar as conclusões a que chegou.
Afinal o sucesso, a tal Madeira Nova, a tal Madeira Contemporânea, dia-a-dia morre, aos bocados, pela falência de trinta anos de um poder que apenas olhou para uns em detrimento do bem-estar da maioria. São factos não são coisas dos comunistas ou dos socialistas.

1 comentário:

Pica-Miolos II disse...

Senhor Professor

Cada um fala do que aprendeu.
E, como a cartilha salazarista, nunca saíu da cabeça do bock...