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terça-feira, 30 de outubro de 2012

REAVALIAR AS FUNÇÕES DO ESTADO?


No meio deste desconcerto acabo de ouvir o deputado do PSD-Madeira, Dr. Coito Pita, assumir na Assembleia Legislativa da Madeira que "(...) queremos ser europeus mas não queremos trabalhar" (...) "perguntem a um chinês quantas horas trabalha, quantos dias descansa, quantas vezes vai ao cinema". Ora, digam-me lá se isto não é simplesmente revoltante, de levar um trabalhador que desempenha a sua função oito, nove e mais horas por dia, a troco de um salário mínimo, a entrar Assembleia adentro e pedir-lhe satisfações, que explique direitinho o que quer dizer com aquilo. Se eles, trabalhadores, são responsáveis pelo desastre da economia madeirense, se são responsáveis pela alta taxa de desemprego, se são responsáveis pela dívida de mais de oito mil milhões de euros (contando com as PPP) do governo da Madeira, se são responsáveis pela dupla austeridade, se são responsáveis pela insolvência e falência de centenas de empresas, se são responsáveis pelos elefantes-brancos construídos, pela educação que não temos e pela degradação do sistema de saúde. Oh senhor deputado, como diz o povo, "vá chatear o Camões". E por aqui fico, face ao nojo em que caiu a política destes senhores.
 
 
Lembrem-se que
o "último a rir, ri-se melhor"
A tal "refundação" que o primeiro-ministro inventou traz água no bico. Subtilmente até fala, não falando, de uma revisão constitucional cirúrgica, quando está aos olhos de todos que esta súbita "refundação" (que palavra esquisita neste contexto político!) tem muito ou quase tudo a ver com as recentes declarações do ministro Vítor Gaspar: "Existe aparentemente um enorme desvio entre o que os portugueses acham que devem ter como funções do Estado e os impostos que estão dispostos a pagar". Quanto a mim é isto que está em jogo. Aliás, o primeiro-ministro, durante a sua intervenção nas jornadas parlamentares que juntaram os dois partidos da coligação e todos os membros do governo, adiantou que a "nova fase" de redução da despesa implicava a  reorganização da estruturas e funções do Estado, saliento, "funções do Estado", numa "transformação", pasme-se, "para melhor e não uma compressão ou redução daquilo que existia até agora" (...) "em nome do interesse comum de todos os portugueses". Sinceramente, isto, revolta-me, mete-me um certo nojo político, pela forma subtil como este governo ataca o estado social. Basta seguir as declarações de Pedro Passos Coelho, cujo vídeo pode ser visto na minha anterior postagem, para qualquer aquilatar-se da tentativa de uma nova agressão aos direitos básicos dos portugueses. Umas vezes de mansinho, outras, de forma descarada, desde o início do mandato que assaltam a pobre carteira, tornando ainda mais pobre um povo que, genericamente, sempre foi pobre. Rebentaram com a classe média, tornando-a, progressivamente, remediada, e os mais de dois milhões de pobres, ainda mais pobres. É neste ambiente que o primeiro-ministro pede ao Partido Socialista que se sente à mesa da negociação, quando em cima da mesa está mais um bombardeamento aos direitos sociais, com Mota Soares (CDS/PP) de olhos arregalados e dentes afiados sobre os mais pobres. Entendo, por isso, certa a posição do PS: "(...) Não haverá acordos nas costas dos portugueses e não contem com o PS para o desmantelamento do Estado Social. O PS não está disponível para nenhuma revisão constitucional que ponha em causa as funções essenciais do Estado". Ainda ontem, como mera nota, constou-me que para além do corte de 6% no subsídio de desemprego, os que ainda o recebem serão obrigados a pagar segurança social, como se estivessem empregados. Torna-se cada vez mais revoltante e desesperante olhar, pacificamente, para este naipe de governantes, absolutamente vesgos e insensíveis aos dramas sociais.
No meio deste desconcerto acabo de ouvir o deputado do PSD-Madeira, Dr. Coito Pita, assumir na Assembleia Legislativa da Madeira que "(...) queremos ser europeus mas não queremos trabalhar" (...) "perguntem a um chinês quantas horas trabalha, quantos dias descansa, quantas vezes vai ao cinema". Ora, digam-me lá se isto não é simplesmente revoltante, de levar um trabalhador que desempenha a sua função oito, nove e mais horas por dia, a troco de um salário mínimo, a entrar Assembleia adentro e pedir-lhe satisfações, que explique direitinho o que quer dizer com aquilo. Se eles, trabalhadores, são responsáveis pelo desastre da economia madeirense, se são responsáveis pela alta taxa de desemprego, se são responsáveis pela dívida de mais de oito mil milhões de euros (contando com as PPP) do governo da Madeira, se são responsáveis pela dupla austeridade, se são responsáveis pela insolvência e falência de centenas de empresas, se são responsáveis pelos elefantes-brancos construídos, pela educação que não temos e pela degradação do sistema de saúde. Oh senhor deputado, como diz o povo, "vá chatear o Camões". E por aqui fico, face ao nojo em que caiu a política destes senhores.
Ilustração: Google Imagens.

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