Duas notas:
1ª Nas últimas semanas os assuntos políticos caem em catadupa pelo que se escuta, vê ou lê. São uns atrás dos outros onde emerge um evidente mal-estar por parte dos altifalantes do sistema. Por uns passo ao lado e pouco crédito dou até porque sei o que por aqui se gasta; outros, merecem uma reflexão, ou porque falseiam a verdade ou porque incorrem num erro que não ajudam nada a seriedade do processo de construção da sociedade.
É o caso, por exemplo, do encontro de Deputados do PS-Madeira com o Senhor Presidente do Tribunal de Contas, Juiz Conselheiro Guilherme d'Oliveira Martins. E lá vem a história, na falta de outros argumentos mais consistentes (comentários às Contas da Região, por exemplo) que o Grupo Parlamentar do PS foi a Lisboa fazer "queixinhas". Li isso no Jornal da Madeira. Fazer "queixinhas", repito, como se o Tribunal, um Órgão de Soberania, recebesse pessoas para discutir, politicamente, as opções do Governo Regional! Como se os excelentes relatórios apresentados pelo TC não fossem suficientes para esgrimir argumentos de natureza política. Como se não conhecessemos os meios, através dos Tribunais, para equacionar as situações duvidosas. Portanto, "queixinhas" de quê?
É evidente que assuntos que são do domínio absolutamente reservado não podem ser do domínio público. Mas sempre adianto que esta auscultação ao Presidente do TC que, aliás, se deslocou à Madeira, para entregar em mão, ao Senhor Presidente da Assembleia Legislativa, a Conta de 2007, teve um carácter estritamente técnico. Porque as "queixinhas" de natureza política serão dirimidas no dia 14 de Abril aquando do debate na Assembleia. Sabemos separar uma situação da outra.
Eu percebo o incómodo de algumas pessoas. Se falamos com o Senhor Representante da República, aqui d' el rei que lá foram fazer "queixinhas"; se falamos com o Presidente do TC, cuidado porque foram fazer "queixinhas"; se pedimos uma audiência ao Senhor Presidente da República, logo, o que foram lá fazer e dizer... enfim, já não basta o condicionamento no uso da palavra na sede do debate político, na Assembleia, ainda querem que fiquemos caladinhos e sem capacidade de manobra. Estão enganados, muito enganados.
2ª Inauguração de uma escola com a presença do Presidente do Governo. Muitas bandeirinhas da Região nas mãos dos meninos a fazerem lembrar outros tempos cá e em África. O presidente brincou, acenou, abraçou, enfim foi adorado! Até aí dou de barato. É o regime e a encenação que cada vez mais se fará sentir. O que já não posso aceitar são as suas declarações: que não foi àquela escola para avaliar os docentes, porque, "para mim, há muito que os professores da Madeira estão avaliados: são bons professores; não tenho mais para avaliar" (...) pelo que eu vi até agora - de alegria, de boa educação e até a maneira de ser, a inteligência, a espontaneidade das respostas que encontrei da parte de muitos (alunos), não são só os professores que levam Muito Bom; os alunos também levam Muito Bom".
Brincar com a Escola é muito grave quando se sabe que aquele tipo de declaração transporta uma componente política. Se todos são bons, pergunto, se todos são muito bons, então para que serve aquela comissão de dezasseis pessoas que anda a estudar o problema da avaliação de desempenho docente?
Presidente: não brinque com coisas muito sérias e não engane os educadores e professores com essas falinhas mansas.
1 comentário:
O desespero do regime é tanto que já começaram com o ataque pessoal a dizer que somos todos maluquinhos... Se calhar somos nós que chamamos os jornalistas de filhos da p.... e damo-nos ao luxo de mostrar a nossa má educação nos média... É preciso ter muita lata para chamar malucos a aqueles que estão apenas a cumprir o seu dever de defender os interesses de quem não concorda com o que tem no governo da madeira.
O ensino na Madeira está terrivelmente mal mas o PSD quer que continue assim, que os professores e alunos e a importância da escola nunca passem a outro patamar de qualidade para que sejamos todos burros e nos deixemos ordenhar mais 30 anos pelo poder totalitário do jardinismo.
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