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terça-feira, 23 de junho de 2009

E CRISTO NÃO FOI POLÍTICO?

Sinceramente, não entendo, ou se calhar entendo, o teor dos comentários a propósito das palavras ditas pelo Senhor Cónego Manuel Martins, pároco da Sé, relativamente à pobreza.
Com que então... o Senhor Cónego deve mas é preocupar-se com outras coisas que não aquelas. Começo a ouvir por aí, inclusive, na Assembleia, que a política é para os políticos e não para os Senhores Padres.
Ora bem, mas mais político do que foi Cristo? E haverá algum livro mais político do que a Bíblia Sagrada? "A Bíblia está cheia de "política", salienta Gary deMar. Oh meus senhores, tudo, mas tudo o que se faz tem uma intenção ou um pressuposto político. E o Senhor Cónego foi e é político enquanto Homem que conhece e domina a Palavra, contextualiza-a, o que o leva a denunciar os atropelos dos Homens a essa mesma mensagem da Igreja. O que o Senhor Cónego Manuel Martins não tem sido é partidário. Porque quando o for cá estarei eu para dizer... assim não! Agora, político, isto é, pegar na Palavra, pregá-la através da sua contextualização, contando a verdade sobre o que se passa à sua beira, questionar os comportamentos dos Homens (políticos), daqueles que batem com a mão no peito mas que precisam de alguns minutos para enrolar o rabo à saída de uma porta, todos esses comportamentos são bem-vindos. O que é inaceitável é utilizar o púlpito para, subtilmente, fazer a propaganda do poder. Isso, sim, é inaceitável.
Curiosamente, este Senhor Cónego tem o mesmo nome que o Bispo Manuel Martins, um Bispo Resignatário mas não resignado, que a todo o tempo defendeu os que não têm voz. O Bispo ficou conhecido, em Setúbal como o "bispo vermelho". Penso que querem colar esse rótulo ao Cónego Manuel Martins. Mas que o seja, simplesmente porque a pobreza não é uma fatalidade. A História o dirá.

2 comentários:

António José Trancoso disse...

Caro André Escórcio

A cartilha salazarenga continua a ser a bíblia dos que nunca se conformando com Abril a Ele devem a fuga à medíocre obscuridade.
Assim, quem se atreva a apontar as malfeitorias do poder instalado é logo rotulado de "comunista antropófago de criancinhas".
Curiosamente,"esquecem-se" que, servindo-se, sem escrúpulos, da generosidade democrática,tudo devem à "pastoral" de um bispo (delfim de Cerejeira e encarregado do "múnus espiritual" da frota de do "democrata" Tenreiro).
A esse clérigo, a História não deixará de o responsabilizar pelo atraso e pela vergonhosa imagem que os seus protegidos têm vindo a lançar sobre a parcela mais bonita de Portugal.
A pouca-vergonha, aliada à mais repugnante hipocrisia,de facto, ultrapassam todos os limites.

António José Trancoso disse...

Corrigenda:

Onde se lê,(...)de do "democrata" (...),deverá ler-se (...)do "democrata"(...).

Ao Autor do blog, bem como aos seus leitores, apresento as minhas desculpas pelo lapso.