A Madeira precisa de achegas, de contributos válidos e não de quem, levianamente, diz coisas por dizer. Para esse peditório já temos uma maioria parlamentar e um governo, que governa pelas estrelas e rejeita os instrumentos científicos.
Se eu perguntasse a um Licenciado em Direito o que faria no caso dos jovens face à droga, uma das respostas possíveis seria: aposte-se na prevenção. Se perguntasse ao mesmo licenciado, o que faria face à decadência e desestruturação da família, possivelmente, responderia: aposte-se em políticas de família, associadas ao rigor e à coresponsabilização no processo educativo. Se perguntasse, ainda, a esse mesmo licenciado o que faria no caso de indisciplina nas escolas e de uma certa violência, quase aposto que uma resposta bem possível seria esta: aposte-se em escolas com menos alunos, com menos alunos por turma, professores melhor preparados para lidar com os objectivos do sistema educativo. E se perguntasse, ainda, a esse licenciado, inteligente, dinâmico, empreendedor, o que faria para combater o insucesso e o abandono, tenho quase a certeza que me diria: faça-se intervenção precoce nas incapacidades, isto é, previna-se, desde cedo, males maiores quase impossíves de recuperar após os 13/14 anos de idade. Só mais esta: se eu perguntasse qual a área de intervenção que não dispensaria na formação do aluno do Ensino Básico, estou convencido que uma resposta possível seria: cultura, em um sentido lato, desde as primeiras idades. Sem querer colocar-me na boca de outro, estou certo que esse licenciado enunciaria respostas próximas ou iguais àquelas, aliás, como qualquer outra pessoa bem informada. É do mais elementar bom senso para quem tem a noção do desvario que por aí vai resultante da irresponsabilidade política e que se traduz na falta de rigor e nos baixíssimos resultados ao nível do conhecimento e das competências que a Região apresenta.
Ora, dizer, por exemplo, e isto eu li algures, que os professores reclamam para os alunos aquilo que mais gostam... o porreirismo, a ausência de mérito e de dedicação, bom, constitui que há quem não perceba a mensagem por uma Escola para os tempos de exigência que temos pela frente. Já dou de barato um certo maldoso ataque à classe docente, classe essa, que não sendo nem melhor nem pior que outras, ainda suporta e mantém os chamados "serviços mínimos" que o sistema impõe. Serviços mínimos não nas horas de trabalho e na dedicação à Escola, mas no sentido que o sistema está configurado para que os alunos saiam com as reconhecidas fragilidades. Mas, curiosamente, o ataque nem se ajusta à realidade, pois os barómetros mensais da credibilidade das profissões, os professores normalmente situam-se no topo da tabela enquanto juízes e advogados surgem na cauda. Não deixa de ser curioso, mas esta é apenas uma constatação à qual, neste contexto, não dedico grande importância. Mas por algum motivo isso acontece.
O que quero dizer com este meu desabafo é que não devemos falar ou escrever do que não se conhece bem. Eu que há muitos anos acompanho os assuntos da Educação e que me preocupo e leio as ciências sociais, hoje, continuo, ainda bem, com muitas e profundas interrogações. O que fará outros cujos interesses profissionais não são os mesmos que os meus! Mas, enfim, esta foi mais uma achega para a reflexão e para a moderação que os temas com a responsabilidade como é o caso da Educação devem sugerir a qualquer pessoa. A Madeira precisa de achegas, de contributos válidos e não de quem, levianamente, diz coisas por dizer. Para esse peditório já temos uma maioria parlamentar e um governo que governa pelas estrelas, rejeitando os instrumentos científicos.
Ilustração: Google Imagens.
Se eu perguntasse a um Licenciado em Direito o que faria no caso dos jovens face à droga, uma das respostas possíveis seria: aposte-se na prevenção. Se perguntasse ao mesmo licenciado, o que faria face à decadência e desestruturação da família, possivelmente, responderia: aposte-se em políticas de família, associadas ao rigor e à coresponsabilização no processo educativo. Se perguntasse, ainda, a esse mesmo licenciado o que faria no caso de indisciplina nas escolas e de uma certa violência, quase aposto que uma resposta bem possível seria esta: aposte-se em escolas com menos alunos, com menos alunos por turma, professores melhor preparados para lidar com os objectivos do sistema educativo. E se perguntasse, ainda, a esse licenciado, inteligente, dinâmico, empreendedor, o que faria para combater o insucesso e o abandono, tenho quase a certeza que me diria: faça-se intervenção precoce nas incapacidades, isto é, previna-se, desde cedo, males maiores quase impossíves de recuperar após os 13/14 anos de idade. Só mais esta: se eu perguntasse qual a área de intervenção que não dispensaria na formação do aluno do Ensino Básico, estou convencido que uma resposta possível seria: cultura, em um sentido lato, desde as primeiras idades. Sem querer colocar-me na boca de outro, estou certo que esse licenciado enunciaria respostas próximas ou iguais àquelas, aliás, como qualquer outra pessoa bem informada. É do mais elementar bom senso para quem tem a noção do desvario que por aí vai resultante da irresponsabilidade política e que se traduz na falta de rigor e nos baixíssimos resultados ao nível do conhecimento e das competências que a Região apresenta.
Ora, dizer, por exemplo, e isto eu li algures, que os professores reclamam para os alunos aquilo que mais gostam... o porreirismo, a ausência de mérito e de dedicação, bom, constitui que há quem não perceba a mensagem por uma Escola para os tempos de exigência que temos pela frente. Já dou de barato um certo maldoso ataque à classe docente, classe essa, que não sendo nem melhor nem pior que outras, ainda suporta e mantém os chamados "serviços mínimos" que o sistema impõe. Serviços mínimos não nas horas de trabalho e na dedicação à Escola, mas no sentido que o sistema está configurado para que os alunos saiam com as reconhecidas fragilidades. Mas, curiosamente, o ataque nem se ajusta à realidade, pois os barómetros mensais da credibilidade das profissões, os professores normalmente situam-se no topo da tabela enquanto juízes e advogados surgem na cauda. Não deixa de ser curioso, mas esta é apenas uma constatação à qual, neste contexto, não dedico grande importância. Mas por algum motivo isso acontece.
O que quero dizer com este meu desabafo é que não devemos falar ou escrever do que não se conhece bem. Eu que há muitos anos acompanho os assuntos da Educação e que me preocupo e leio as ciências sociais, hoje, continuo, ainda bem, com muitas e profundas interrogações. O que fará outros cujos interesses profissionais não são os mesmos que os meus! Mas, enfim, esta foi mais uma achega para a reflexão e para a moderação que os temas com a responsabilidade como é o caso da Educação devem sugerir a qualquer pessoa. A Madeira precisa de achegas, de contributos válidos e não de quem, levianamente, diz coisas por dizer. Para esse peditório já temos uma maioria parlamentar e um governo que governa pelas estrelas, rejeitando os instrumentos científicos.
Ilustração: Google Imagens.
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