A mais baixa taxa e ocupação de sempre e o preço médio por quarto mais baixo que há memória são os triunfos de uma Secretaria recheada de mudanças domésticas. Mas o amadorismo da governação do turismo reflecte-se, ainda, na trapalhada das taxas aeroportuárias e na confirmação do falhanço da Autonomia do PSD.
Não sou especialista em assuntos de turismo mas, confesso, preocupa-me a situação a que se chegou. Na Assembleia tem sido um cavalo de batalha por parte do grupo parlamentar do PS. A denúncia do estado a que chegou a política de turismo, claramente, por ausência de um rigoroso plano estratégico, demonstra que o problema há muito que está identificado, no plano político, em consequência dos encontros que o GP tem mantido com todos os que directa ou indirectamente estão ligados a este sector VITAL para a Madeira. Não estranhamos, pois, mais esta quebra de 14,5% nas dormidas no mês de Junho. A situação, repito, é muito grave e muito preocupante. E quando vemos o drama que estamos a viver, olho para o artigo de opinião do presidente do governo regional da Madeira, hoje publicado no JM, e ao invés de se debruçar sobre este grave problema que a todos afecta, não, desvia as atenções para os "malandros do costume", os do Continente, para as questões político-constitucionais, para o 20 de Fevereiro, para comunicação social, na sua palavra, hostil à Madeira, em um arrazoado que mete dó. Política de Turismo, Plano Estratégico, como combater esta situação de concorrência entre mercados, a qualidade do destino Madeira, a aflição porque estão a passar os hoteleiros da Região, enfim, tantos e tantos aspectos que ele, na qualidade de presidente deveria assumir, frontal e decisivamente, ZERO!
Deixo aqui um excerto da intervenção do Deputado Dr. Carlos Pereira, produzida no "Período Antes da Ordem do Dia", no encerramento dos trabalhos da Sessão Legislativa da Assembleia da Madeira (28.07.10):
"(...) Ficou o descalabro do sector do turismo. Afectado por uma profunda crise estrutural vem sendo tratado com uma parcimónia inacreditável. Quem não se lembra da solução do sambódromo ou mesmo o conformismo provocador com o mosquito de Santa Luzia que, segundo a responsável pelo sector, podia transformar a Madeira num concorrente forte dos destinos tropicais. A mais baixa taxa e ocupação de sempre e o preço médio por quarto mais baixo que há memória são os triunfos de uma Secretaria recheada de mudanças domésticas. Mas o amadorismo da governação do turismo reflecte-se ainda na trapalhada das taxas aeroportuárias e na confirmação do falhanço da Autonomia do PSD. A fragilidade da ANAM não esconde que se o GR não se tivesse apoderado desta entidade as taxas aeroportuárias eram metade do que pagamos hoje. Não ganhamos nada com esta decisão. Perdemos e perde o turismo. Os disparates não acabam aqui: a promoção do destino não tem estratégia. Falha redondamente a promoção on-line, ignora-se arrogantemente o poder da fidelização do cliente e, ainda por cima, assenta-se todo o esforço financeiro junto de operadores e companhias low cost que humilham o destino Madeira ao ponto de constatarmos uma venda em massa das unidades hoteleiras nas mãos de madeirenses para entidades externas".
Esta é apenas uma parte, para lembrar o que tem vindo a ser proposto em alternativa. Ainda na passada semana, realizámos, no Porto Santo, frente ao falido Colombus Resort, uma conferência de imprensa sobre a problemática do turismo. Muito antes de sabermos os resultados da ocupação hoteleira. Para alguns tratou-se de mais uma conferência de imprensa; para outros, certamente, o testemunho de uma preocupação.
Ilustração: Google Imagens.
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