Não há, portanto, qualquer diferença entre o Bispo Francisco Santana e o Bispo António Carrilho, pois defendem os mesmos princípios e os mesmos valores POLÍTICOS, que não os da Igreja. São claramente partidários. Só assim se compreende o silêncio perante o ataque feroz, sujo e ordinário ao seu presbitério, perpetrado pelo Jornal da Madeira, originalmente pertencente à Diocese e sobre o qual tem responsabilidades editoriais e só assim se compreende que mantenha o silêncio perante esse jornal, diariamente elaborado para fazer a propaganda do regime à custa dos nossos impostos, ignorando os apoios entre 1993 e 2012 que ultrapassam os 45 milhões de euros, fora um passivo de mais de 30 milhões de euros. Diariamente, lá vão dos contribuintes madeirenses cerca de onze mil euros que tanta falta fazem para esbater a pobreza que cresce sem controlo. Este silêncio, esta cumplicidade e este favorecimento partidário, enoja-me.
Este silêncio da Diocese relativamente aos problemas que merecem a assunção de uma atitude, não posso dizer que seja incompreensível, mas, seguramente, é intolerável. E porquê? Bom, o Presidente do Governo Regional sempre disse, com estas ou outras palavras, que a Madeira teve os Bispos que interessavam, interpreto eu, os Bispos que lhe interessavam. E é verdade, desde o Bispo Francisco Santana ao D. António Carrilho, pergunto qual o que não se submeteu e favoreceu este poder político que dura há 36 anos? Por isso, não estranho o silêncio comprometedor perante casos que mereciam uma atitude clara e inequívoca, custasse o que custasse e doesse a quem doesse.
A 06 de Março de 2011, numa Missa pelos prelados já falecidos, D. António Carrilho referiu-se ao Bispo D. Francisco Santana como um homem de "lucidez e coragem" qual "bom pastor que defendeu intrepidamente as suas ovelhas" durante os "conturbados tempos da pós-revolução social e política" do 25 de Abril de 1974. Nessa altura escrevi um texto onde transmiti a minha posição: "eu, como tantos, que conhecemos a História, pelo contrário, entendo que D. Francisco Santana foi um dos culpados pela situação política que enfrentamos, pelo condicionamento social e pelos constrangimentos da liberdade e da vida democrática culta e plena. E estou à vontade para o dizer, porque Sua Excelência Reverendíssima o Senhor Bispo do Funchal, D. António Carrilho não é mais Cristão do que eu nos princípios e valores que emanam da Palavra de Cristo. Pode ser, indiscutivelmente o é, na prática, pela Sua função, nunca nos valores e no pensamento acerca da Vida e da relação com os outros". E mais à frente (...) "do ponto de vista político, alto, Senhor D. António, o Bispo Santana tem muitas e muitas culpas no cartório por tudo quanto fez e por tudo quanto não fez por uma sociedade livre dos homens e dos políticos que dela se servem. Eu tenho-o bem presente, pois acompanhei o seu Apostolado desde que regressei da guerra na Guiné (Agosto de 1974) até aos seus últimos dias (1982). Lembro-me do que se passou, das claras indicações de sentido de voto e da sua ligação ao poder liderado pelo PSD. Eu diria que a Palavra foi utilizada mais no plano partidário do que no plano de uma sociedade com valores, liberta seja lá de quem for".
Não há, portanto, qualquer diferença entre o Bispo Francisco Santana e o Bispo António Carrilho, pois defendem os mesmos princípios e os mesmos valores POLÍTICOS, que não os da Igreja. São, claramente, PARTIDÁRIOS. Só assim se compreende o silêncio perante o ataque feroz, sujo e ordinário ao seu presbitério (a edição de hoje do DN-Madeira é muito clara), perpetrado pelo Jornal da Madeira, originalmente pertencente à Diocese e sobre o qual tem responsabilidades editoriais e só assim se compreende que mantenha o silêncio cúmplice perante esse jornal, diariamente elaborado para fazer a propaganda do regime à custa dos nossos impostos, ignorando os apoios entre 1993 e 2012 que ultrapassam os 45 milhões de euros, fora um passivo de mais de 30 milhões de euros. Diariamente, lá vão do bolso dos contribuintes madeirenses cerca de onze mil euros que tanta falta fazem para esbater a pobreza que cresce sem controlo. Este silêncio, esta cumplicidade e este favorecimento partidário, enoja-me. Mais ainda, quando, por exemplo, em 2011 a RAM disponibilizou 172 páginas de anúncios no Jornal da Madeira e somente 8.5 páginas no Diário de Notícias. Que sentido de justiça, Senhor D. António Carrilho! A sua não é a Igreja onde os meus pais baptizaram-me!
Mas que D. António seja assim, enfim, não aceito mas tolero. O que já tenho dificuldades em engolir é que um jovem Padre, Marco Gonçalves, com funções no âmbito da Justiça, seja solidário com esta pouca-vergonha. Mas, será que eu é que estou errado? Afinal, quem é que tem de se "confessar"?
Ilustração: Google Imagens.
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