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quarta-feira, 27 de junho de 2012

O POVO ESTÁ FARTO DA ALDRABICE POLÍTICA


Acredite o leitor que fiquei furioso quando ouvi do vice-presidente assumir que "(...) é preciso responder à frustração de tantos pais" e "à desilusão e desalento de tantos filhos", (...) ao "desemprego jovem", que mais do que ser um caso sério, é já uma realidade "grave" que "põe em causa os princípios mais elementares" e assume-se como "um golpe profundo na esperança (...)". Mas, afinal, quem é que teve a responsabilidade de desenhar o futuro desta região, planeá-la e de fazê-la crescer de forma sustentável? De outra maneira, de quem foi a responsabilidade das obras inúteis, das megalomanias que redudaram em prejuízos que terão de ser pagos por muitos anos? Quem dispôs das grandes fatias orçamentais para as falidas sociedades de desenvolvimento? E quem teve e tem a tutela do Instituto de Desenvolvimento Empresarial, do Centro de Empresas e Inovação, da Administração Pública e Local, dos Assuntos Europeus e da Cooperação Externa, da Direcção Regional de Comércio e Indústria, do Centro de Formalidades das Empresas, da Madeira Parques Empresariais, da Electricidade da Madeira e muito mais? Foi o pobre cidadão desta terra que teve essas responsabilidades ou ser Vice-Presidente de um governo é qualquer coisa de insignificante? Que impudência esta a de assumir que irá "falar bem alto para que nos oiçam longe"...


Dr. João Cunha e Silva com o seu "chefe".
Ambos cúmplices do desastre político, económico,
social e cultural da Madeira.
Segui, com particular atenção, a intervenção do vice-presidente do governo regional da Madeira, Dr. João Cunha e Silva, por ocasião do Dia do Concelho de Santa Cruz. Sinceramente, já não sei e, certamente, muitos já não saberão o que dizer perante tanto descaramento. Os culpados armam-se em vítimas, falam como se nada tivessem a ver com o que se está a passar, são governantes para efeitos de poder, mas não o são para efeitos de responsabilidades. Por exclusão de partes, cantam e cantam hossanas às suas próprias figuras e apontam o dedo aos outros. Isto é, são governantes e não são. São governantes para os actos oficiais, para subirem ao púlpito, para as mordomias, para o "carro preto", para as palmas, para sentirem a plebe curvada a seus pés, aos pés dos patrícios; mas não são governantes quando toca à responsabilidade, ao projecto político, económico, social e cultural. Aí, calma, o problema é sempre dos outros. Acredite o leitor que fiquei furioso quando ouvi o vice-presidente assumir que "(...) é preciso responder à frustração de tantos pais" e "à desilusão e desalento de tantos filhos", (...) ao "desemprego jovem", que mais do que ser um caso sério, é já uma realidade "grave" que "põe em causa os princípios mais elementares" enquanto "um golpe profundo na esperança (...)". Mas, afinal, quem é que teve a responsabilidade de desenhar o futuro desta região, planeá-la e de fazê-la crescer de forma sustentável? De outra maneira, de quem foi a responsabilidade das obras inúteis, das megalomanias que redundaram em prejuízos que terão de ser pagos, com juros, durante muitos anos? Quem dispôs das grandes fatias orçamentais para as falidas sociedades de desenvolvimento? E quem teve e tem a tutela do Instituto de Desenvolvimento Empresarial, do Centro de Empresas e Inovação, da Administração Pública e Local, dos Assuntos Europeus e da Cooperação Externa, da Direcção Regional de Comércio e Indústria, do Centro de Formalidades das Empresas, da Madeira Parques Empresariais, da Electricidade da Madeira e muito mais? Não é o Vice que tutela tudo isto? Foi o pobre cidadão desta terra que teve essas responsabilidades ou ser vice-presidente de um governo é qualquer coisa de insignificante? Que impudência esta a de assumir que irá "falar bem alto para que nos oiçam longe", porque o povo madeirense "(...) continua ainda sem poder exorcizar os fantasmas que o persegue, à custa de uma segurança prometida, exigida e, certamente, devida" (...) e, agora, tal como Pilatos, lava as mãos das responsabilidades que lhe competem? Mais, ainda, quando e em que circunstâncias o Dr. João Cunha e Silva, em discurso directo, politicamente, discordou do caminho megalómano seguido pelo Dr. Jardim, da sua política completamente desajustada da realidade, do fazer agora e pagar depois? Então o vice-presidente não foi cúmplice das decisões que colocaram em causa as prioridades, não foi conivente, no seio de uma equipa de governo, pela loucura inauguracionista sem uma base racional de sustentabilidade? Então a Lei das Finanças Regionais é que é a culpada do desvario? Foi por aí que tiveram de esconderam a verdade das contas públicas e que justificou a colossal mentira política em sede de Assembleia Legislativa? É Zona Franca que não permite o equilíbrio das receitas? E os Açores que não têm qualquer zona franca e conseguem, com nove ilhas, dispersas por 600 quilómetros, manter o equilíbrio nas contas, o crescimento e o desenvolvimento?
Já não há pachorra para ouvir discursos como o de Santa Cruz. O problema é que não é só ele, são todos, repito, TODOS os que fazem parte deste governo da ruína, das autarquias da ruína que conduziram a este desabamento social. Se existem momentos onde se pode aquilatar a força e capacidade de um governo é, exactamente, nos momentos de crise. Nos períodos de dinheiro a rodos, tudo se torna fácil, porque quando ele existe empreiteiros não faltam. O problema é que este governo leva já sete meses de legislatura e, pergunto, alguém conhecerá uma medida, uma só, que garanta a saída do sufoco económico e financeiro? Aquilo que é do conhecimento de todos e que tem marcado este governo tem sido a dupla e tripla austeridade, consubstanciada no aumento de impostos e na retirada de direitos conquistados. O que todos conhecem, é muito blá, blá, como o do Dia do Concelho de Santa Cruz, autarquia esta falida até ao tutano! São do Dr. Cunha e Silva estas palavras, após uma vitória do PSD: "(...) há pessoas que não se deixam humilhar, não se deixam vergar, não gostam de ser enxovalhadas e essas correram às urnas para nos dar o apoio e fazer vencer a Madeira". Chama a tudo isto uma vitória? Quem é que está a ser enxovalhado? E quem os vergou a isso? E quem humilha quem? Por favor, vão embora e deixem que outros sirvam a Região com a competência política que falta.
Ilustração: Google Imagens

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