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quinta-feira, 21 de julho de 2016

PEDRO PASSOS COELHO NÃO TEM EMENDA



"O que está a passar com a Caixa Geral de Depósitos é intolerável e aquilo que se está a passar no Novo Banco é quase criminoso", disse Pedro Passos Coelho. Pergunto: onde está a honestidade intelectual deste político? Não foi no seu tempo de primeiro-ministro que o BES descambou, o BANIF estoirou e a Caixa Geral de Depósitos começou a dar sinais preocupantes? Não foi durante esse tempo que até o ex-presidente da República, Professor Cavaco Silva, assegurou: os "portugueses podem confiar no Banco Espírito Santo", declaração que deveria reflectir uma informação consistente do Banco de Portugal e do próprio governo de então? 


Politicamente intolerável e "criminoso" é o facto de ter ocultado dos portugueses a informação privilegiada que dispunha. E se não a tinha, qualquer português perguntará, o que faz ainda o Dr. Carlos Costa continuar como líder do Banco de Portugal? Não entendo. Há qualquer coisa aqui cuja "bota não bate com a perdigota". Que situações, afinal, se escondem para além da permanente atitude de jogar para outros responsabilidades próprias?
Por outro lado, eu não diria "criminoso", mas, no mínimo, intolerável, é o facto da palavra-chave do crescimento designar-se por "confiança". É este estado que permite a generalidade da população, de empresários a consumidores, gerar riqueza e crescente bem-estar. Quando falha a confiança, quando somos bombardeados, diariamente, com situações que nos levam a questioná-la, obviamente que qualquer pessoa se retrai, não investe, não adquire e procura alternativas às suas eventuais poupanças. O que Passos Coelho faz é exactamente isso, talvez seja isso que politicamente lhe interessa, contínuas declarações que colocam em causa a necessária confiança, declarações geradoras de uma generalizada apreensão nos portugueses. Aquilo que todos os dias anda a propagandear não se designa por oposição séria (necessária), antes enquadra-se em fome de poder ou em uma perda de poder mal digerida, por não dispor de uma maioria na Assembleia da República. Li: "O presidente do PSD condenou o facto de o Governo estar a desbaratar a credibilidade e consolidação das contas públicas alcançada anteriormente perante uns "patetas alegres que acham que nada disto existe", ou seja, a degradação económica e social do país". Credibilidade? Consolidação das contas públicas? Os portugueses sabem, e de que maneira, o que umas figuras lhes fizeram, sempre na lógica de uma patética obediência aos directórios europeus. A austeridade, provou-se, aumentou o défice, gerou pobreza, desemprego, emigração forçada e um recuo de vários indicadores superior a uma década. Está, por isso, na altura de revisitar o que ele, Passos Coelho, afirmou em 2010/11, para compreender o que depois fez e o que agora volta a fazer... O exercício honesto da política não se compagina com as suas atitudes!

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