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terça-feira, 5 de julho de 2016

SISTEMA EDUCATIVO - DUAS NOTAS


Primeira
Por encomenda ou por convicção, um Senhor Deputado do PSD-Madeira, esta manhã, no Parlamento, defendeu a escola privada apoiada pelo orçamento regional. Trata-se de um tema que está completamente esgotado, mas que alguém sente a necessidade de justificar os € 26.000.000,00 anuais que saem dos impostos de todos para alimentar o funcionamento de um sector que deveria bastar-se através de receitas próprias. Senhor Deputado, às famílias deve ser garantida a liberdade de escolha do sector e do estabelecimento de ensino que pretendem, mas também devem assumir as suas responsabilidades. Sabe o Senhor Deputado que, tal como nos hospitais, nos estabelecimentos de educação e de ensino falta muita coisa. Diariamente, é o estica, estica, para que sejam disfarçadas as carências. E o Senhor, como Deputado, deveria assumir como preocupação primeira a ESCOLA PÚBLICA e não a escola de natureza empresarial. 


Segunda
O problema do Sistema Educativo não está no número de dias de escola em 2016/2017. Se tem mais ou menos dias de clausura é coisa pouco relevante. Importante seria determinar e anunciar se o menu será o mesmo ou se a alguma mudança vai acontecer, através de palavras muito simples: porquê, quando, como, onde e com que meios! O resto, o número de  dias, os períodos de pausa, tudo isso é de somenos importância. É apenas administrativo. É o mesmo que dizer que o 25 de Dezembro de 2016 calha em um Domingo e que as Missas do Parto começam no dia x. 
Ora, isto é preocupante, quando um governo o que tem para anunciar é o calendário. Significa isto que 2016/2017 será igual a todos os outros, assente na mesma linha de pensamento que se arrasta há muitas dezenas de anos. Eu não diria preocupante, mas dramático, quando o governo prefere a rotina à inovação. Ainda há dias aqui publiquei um vídeo sobre o pensamento de Ken Robinson (aqui). Está lá tudo. Não é preciso a secretaria da Educação "inventar a roda", bastar-lhe-ia projectar a oito, doze, dezasseis, vinte anos, o caminho da mudança necessária que poderá gerar uma escola do século XXI em contraponto a esta escola do Século XVIII/XIX. O governo deveria ter presente que esta é a escola e a organização social que mata a capacidade de criação, exclui, promove o insucesso e o abandono. Alguns (muitos) safam-se, a maioria dos quais oriunda de famílias com uma estrutura mais sólida a vários níveis. Uma grande parte fica pelo caminho. Até o leite de má qualidade faz nata! 
Ilustração: Google Imagens.

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