Sanções "zero" por défice excessivo. Para já, Portugal 1 Comissão Europeia 0. Mas o jogo só agora começou. Vem aí um "prolongamento" de exigências que a mim, cidadão espectador, na bancada, põe-me com os nervos em franja. Pessoalmente, entendo que Portugal tem de continuar em frente, impedindo a devassa do nosso País. Uma coisa é sermos um povo honrado, que paga o que deve, outra é quererem que nos transformemos em uma passadeira vermelha por onde passam os colonos, bem enfeitados, trajando a rigor mas com o cheiro nauseabundo dos interesses que não têm pátria. Os sem rosto pressionaram, tentaram engolir os "comissários" que não são mais do que rodas dentadas da poderosa máquina, porém as suas próprias fragilidades e a débil inteligência política, pelo menos desta vez, soçobrou. Mas, atenção, não desistirão tão facilmente. Foram semanas a fio de toca-e-foge, de provocações, de ameaças, enfim, como se nada mais tivessem a fazer no plano político: o brexit, os refugiados, as desigualdades, assimetrias sociais e a pobreza persistente, a empregabilidade e a precariedade laboral, o terrorismo e os cenários de morte e destruição que se espalham. Zero vírgula dois por cento no défice, aparentemente, tornou-se muito mais importante.
E ontem ouvi-os, tão serenos a "perdoar" quanto de dentes afiados, a impor recomendações de raiz chantageadora. Querem-nos submissos, obedientes, como se este não fosse um País com dignidade quase milenar. Tratam-nos como se paizinhos fossem, a nós e aos outros que tentam sair da canga e do perfil neoliberal que julgam ser o caminho certo! Portanto, é tempo de continuar com firmeza, com seriedade, honestidade e enorme sentido de responsabilidade, repito. Se nos quiserem na casa comum europeia, o respeito pela diversidade dos povos e pela independência terá de constituir a pedra angular. Ainda ontem, embora o contexto tivesse sido outro, por aproximação e sem abuso da minha parte, registei as palavras do Papa Francisco que pode ser aplicada ao que se passa no espaço europeu: "é uma guerra de interesses e pelo dinheiro". Existe, de facto, uma guerra silenciosa. Sem um único tiro essa teia está a matar os desígnios dos povos europeus. Com responsabilidade, Portugal deve continuar a trilhar o seu caminho. Outros nos sigam. A nossa Pátria não está à venda.
Ilustração: Google Imagens.
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