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sexta-feira, 1 de julho de 2016

VALEU A PENA, OBVIAMENTE! PORÉM, HOJE, A AUTONOMIA ESTÁ NO BANCO DOS RÉUS


Quem não se lembra, por vivência ou por leitura da História, sobre o que foi o Estado Novo (para não ir mais atrás) e todos os constrangimentos impostos, a todos os níveis, às então designadas "Ilhas Adjacentes" ou "Distritos Autónomos"? A memória dos tempos de então, comparativamente ao tempo que estamos a viver, traça uma substancial diferença. Valeu a pena, obviamente, Abril de 1974 e a Constituição da República de 1976.


Porém, na decorrência destes 40 anos, fica-me um amargo sobre os caminhos seguidos que redundaram em uma Autonomia de pés de barro, de faz-de-conta, de dívidas impagáveis, de pobreza, de desemprego, de obras faraónicas e desajustadas, de atentados ao património histórico-cultural, de construção de uma Madeira tendencialmente toda igual, perdendo a sua identidade, de degradação dos sistemas de saúde e de educação. Tudo na lógica do quero, posso e mando. Outro poderia ter sido o caminho, naturalmente, se o pensamento tivesse sido mais sensato e estruturado, mais bem projectado no tempo, sem a mínima confusão entre os conceitos de crescimento e de desenvolvimento. Embora em contexto diferente, hoje, a Autonomia, a verdadeira Autonomia não existe, foi hipotecada e está no banco dos réus. O processo "Cuba Livre" é, apenas, um dos sinais.
Hoje, Dia da Região, deveria ser também dia de reflexão, necessariamente, sobre o que de bom foi realizado, mas, sobretudo, de profunda reflexão sobre as decisões políticas assumidas que tiveram em conta os actos eleitorais e não o futuro de bem-estar e felicidade das populações. Hoje, assiste-se a um estrangulamento provocado pela ambição partidária que não teve nem tem em conta os princípios do desenvolvimento, mormente, os da prioridade estrutural, da transformação graduada, da integração e da auto-sustentação. Hoje, estamos confrontados com uma pobreza extremamente preocupante, com indicadores económicos muito débeis e com uma emigração que constrange.
Hoje, andam pelas comunidades portuguesas, rotineiramente, os governantes da Região. Visitas que nada adiantam, cheias de palavras ditas aos almoços e jantares, de infindáveis promessas, sistematicamente repetidas, mas que em nada resultam. Alguém se lembra de uma? Eu, não.
Ilustração: Google Imagens.

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