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sábado, 7 de março de 2009

QUE NINGUÉM SE CALE...

A minha Amiga Drª Violante Saramago Matos publica, na edição de hoje do DN-Madeira um artigo de opinião que subscrevo na íntegra. Fui, juntamente com ela, Vereador da Câmara do Funchal. Sei, portanto, do que ela fala. Aqui fica uma parte do texto.
"(...) O que verdadeiramente o Governo quer é calar a contestação e a denúncia. Calar que a suspensão dos PDM's abre caminho à discricionariedade. Calar que a elaboração dos planos de pormenor e de urbanização por regra não é, como devia ser, cega. Pelo contrário, sabe muito bem para que projectos vai a luz verde. Calar que os planos não servem para organizar a cidade, mas sim para apadroar interesses privados. Calar que a cidade está cada vez mais triste e descaracterizada. Calar as Urbanizações VIP, os A-Ver-o-Mar, os Savoy, os Colombo's, os restaurantes no Forte da Pontinha, os parques de estacionamento no porto do Funchal, as promenades na Praia Formosa. Calar os escândalos na Ribeira dos Socorridos - da extracção às derrocadas. Calar a leviandade com que se aprovou o Dolce Vita, sem sequer medir as consequências. Avisada, em tempo, a Câmara do Funchal garantiu: tudo estudado e sob controlo. Hoje, aquela é só a zona mais conturbada e poluída da cidade. Uma vez mais, a oficial 'verdade' era, afinal, um total disparate. Calar o poço sem fundo que resultará dos novos edifícios da 5 de Outubro, com a carga rodoviária resultante de MIL E DUZENTOS lugares de estacionamento. Que, naquele sítio, terão consequências imprevisíveis. Calar a denúncia da incapacidade camarária em encontrar soluções que vão a tempo de transformar o Funchal numa cidade competitiva e única. E perante isto - e tanto mais - ameaçam, querem, exigem que nos calemos. Como exigem que calemos os projectos alternativos, as diferentes perspectivas, as novas estratégias. Como exigem que calemos a cidadania".

2 comentários:

Anónimo disse...

Há, neste post algum déficite informativo. Se temos, hoje, demasiada atractividade numa zona do Funchal, convém criar outros polos que DIVIDAM aquela pressão. Dessa forma, teremos mais equilíbrio na cidade, aliviando as zonas mais carregadas (hoje) e desviando essa carga, para zonas menos pressionadas.
Não adianta querer reduzir a carga. Ela existe e, normalmente, quem defende a sua redução não dispensa a sua deslocação no seu carrinho...
Existindo, deverá ser repartida.
O que justifica a criação destes novos polos na zona central do Funchal (Rua das Pretas e 5 Outubro).
Outra questão é o comércio tradicional (ou simplesmente comércio velho, como dizem alguns...). Precisam de estacionamentos dizem. Muitas vezes, os mesmos que agora os contestam...
Incongruências ou demagogia dos que estão sempre no contra?

André Escórcio disse...

Obrigado pelo seu comentário.
O problema que coloca exprime-se numa única palavra: Planeamento.
É precisamente isso que tem faltado ao Funchal e, de resto, em toda a Região. Há vários anos que alguns tentam fazer ver que há uma absoluta necessidade de elaborar um Plano de Ordenamento do Comércio, todavia, em vão.
Por isso, permita-me, não se trata de estar no contra, mas de identificar (tal como o fez e bem)situações que estão a ser gravosas para todos. E que serão muito maiores no futuro.