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terça-feira, 9 de junho de 2009

A CAMPAINHA DE ALARME SOOU NO VERMELHO!

Ao longo da tarde de ontem recebi várias mensagens e telefonemas que me deixaram, por um lado, algum conforto, por outro, apreensivo relativamente ao que aqui escrevi sobre os recentes resultados eleitorais. O conforto deriva do facto de várias figuras me terem dito que me acompanhavam, totalmente, nas preocupações que expus, uma vez que esta situação merece uma ponderada e muito séria reflexão, a partir não só da vontade popular expressa em votos, mas também do som de fundo audível na sociedade, o qual transmite que alguma coisa tem, rapidamente, de mudar. Por seu turno, a apreensão resulta do sentimento que tenho que nenhum passo será dado nesse sentido, porque as palavras ditas pelo meu Camarada Dr. João Carlos Gouveia são muito claras quanto à manutenção do actual rumo, defendido que está pelas normas estatutárias. Se eu tivesse tamanha responsabilidade, mesmo eleito, legitimamente, pelo voto directo das bases do partido, na noite deste último acto eleitoral teria criado espaço para uma clarificação de todo o processo. Porque colocaria à frente da minha legitimada teimosia a leitura dos dados saídos das urnas.
Ora bem, tenho pelo Dr. João Carlos Gouveia consideração pessoal, como pessoa de bem, sustentada, até, numa lisura no trato pessoal que me agrada sobremaneira. Nada, rigorosamente nada de pessoal tenho contra o líder do PS-Madeira. Mas não é isso que está em causa. O que é motivo da minha total discordância é a manifesta incapacidade de natureza política para conseguir estabilizar internamente e de propor às gentes da nossa terra uma alternativa. Eu sei que não é fácil. Eu sei que qualquer um que presida ao PS-M tem, 24 horas depois, a "folha feita" pelo partido do poder. Inventam tudo e mais alguma coisa para denegrir a imagem, esfrangalhá-la e triturá-la na praça pública. Eu sei e tenho presente tudo o que inventaram a meu respeito quando me envolvi na política. Sei, portanto, em que terra vivo, como se comporta o poder e qual a disparidade dos recursos humanos e financeiros entre o PSD e o PS. Mas isso não significa que se mantenha tudo como está, quando se vê que o corpo socialista sangra em vários concelhos, quando é sensível o afastamento e o desinteresse das pessoas, sobretudo dos quadros técnicos.
A campainha de alarme soou no vermelho. Pela segunda vez! Não pode, por isso, perder-se mais tempo. Exige-se, como ontem referi, uma enobrecedora humildade política, bom senso, desprendimento, muito diálogo sereno, diálogo sem veneno e sem ódios; exige-se respeito pelos que dirigem o PS mas a essa equipa exige-se que nutra respeito pelos eleitores, pelos que sofrem, pelos que desesperam por uma alternativa que corrija o rumo da Madeira e do Porto-Santo, respeito, também, pelos militantes que não podem continuar a viver no desconforto da permanente derrota.
Raras, muito raras são as vezes que me pronuncio sobre a vida interna do PS-M. Não gosto. Porém, no último mês senti, por quatro vezes, essa necessidade de reflexão. Não para denegrir ou gerar conflitos tácticos, mas para alertar e para convergir no sentido do interesse da Região onde o PS é fundamental. Rejeito, liminarmente, a palavra "competição" muito utilizada no discurso do Dr. João Carlos Gouveia para justificar os ditos desconfortos internos. Eu não estou em competição seja lá com quem for, não pertenço a um qualquer grupo de combate, nunca tive e não tenho interesses a defender que não os do Povo, apenas sei que o barco encalhou e que todos, na próxima maré alta (eleições autárquicas e legislativas nacionais), temos de colocá-lo a navegar, não à vista mas com um líder e com os instrumentos necessários à navegação política de hoje.
E sobre esta matéria não volto a escrever nos próximos tempos. Disse tudo o que de essencial tinha para transmitir, com o sentimento socialista que brota de mim espelhado em um passado de participação partidária do qual me orgulho.

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