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domingo, 7 de novembro de 2010

MADEIRA E AÇORES: DUAS REALIDADES DIFERENTES!


O dr. Alberto João Jardim não teria a mínima hipótese de ser presidente do Governo Regional dos Açores. A dívida da Madeira é de seis mil milhões, a dos Açores é de 300 milhões. A Madeira é a região com mais pobres e não os Açores!

Uma entrevista que repõe a verdade
entre as duas realidades: madeirense e açoriana.
O DIÁRIO, na sua edição de Sábado, traz uma interessante entrevista com o Dr. Ricardo Rodrigues, Vice-Presidente do Grupo Parlamentar do PS, na Assembleia da República. Aqui fica um excerto.

Muitas vezes foi protagonista de debates aguerridos sobre questões autonómicas, em especial com o deputado Guilherme Silva. Há diferenças entre a autonomia madeirense e açoriana? Estruturalmente não há, mas há de estilo. A Madeira e os Açores são diferentes, quer nos estilo, quer na substância, quer geograficamente. Devemos assumir essas diferenças com naturalidade. Digo várias vezes que o dr. Alberto João Jardim não teria a mínima hipótese de ser presidente do Governo Regional dos Açores.
Porquê?Os açorianos têm outro estilo e outra forma.
Está a dizer que são mais civilizados? Não é isso, pelo amor de Deus. Gosto muito da Madeira, dos madeirenses. Também não quis dizer que o dr. Jardim não era civilizado, mas tem um estilo que não é...e para mal da Madeira. Às vezes é mais a forma que o conteúdo, roça a má educação, não corresponde à forma de ser dos madeirenses. Como o dr. Jardim encontra em Portugal o inimigo público externo tem conseguido tem conseguido unir a Madeira em torno desse inimigo.
Beneficiando da História mais distante do tempo da colonia?Sim, de alguns aspectos do passado. Não me esqueço de uma fotografia do dr. Jardim com o eng. Sócrates quando foi da vossa calamidade última de mãos postas. Bem sei que é um momento... Mas o dr. Jardim foi muito sensível naquela época e ficou reconhecido ao país. Por vezes os exageros e o excesso de linguagem pagam-se. Uma relação difícil e sempre tensa com o Continente é prejudicial aos madeirenses.
Isso seria impensável num líder açoriano? Os açorianos também são muito contundentes nas suas afirmações e são reivindicativos, mas não podemos perder o crédito e pedir o impossível.
A propósito de direitos: os Açores levam um corte nas transferências do Estado para 2011. A Madeira não, devido à Lei de Meios. Ainda assim, os Açores dão parecer positivo e a Madeira negativo a este OE. Isto tem a ver com partidos? Tem a ver com o cumprimento da Lei de Finanças Regionais (LFR). Os Açores vêem que foi cumprida a Lei, estamos a viver um período difícil, nós somos solidários no sacrifício todo que o país tem de fazer, desde que seja relativamente suportável. O dr. Jardim diz que o PSD devia chumbar o OE no plano nacional. Isto é inacreditável, porque é o único português que não tem autoridade moral para querer chumbar o OE. A dívida pública madeirense é muito semelhante à nacional, quando medida em termos de PIB. Bem sei que isso inclui as dívidas das Sociedades de Desenvolvimento, mas toda a gente da Madeira sabe que estas não geram receita e são uma dívida concreta. A obra é manifesta, mas produziu uma dívida praticamente insustentável para os madeirenses.  A dívida da Madeira é de seis mil milhões, a dos Açores é de 300 milhões. Nós temos nove ilhas, o que quer dizer pelo menos nove centros hospitalares, nove centros de produção de energia autónoma.
Está em desacordo com o Governo da Madeira quando este diz-se descriminado em relação ao Açores em termos de PIDDAC?Claro, até porque se analisarmos os momentos históricos verificamos que por vezes a Madeira recebeu mais. Quando teve obras que o justificaram: O aeroporto, o porto do Caniçal. São duas ilhas, nós temos de fazer infra-estruturas em nove ilhas. O estabelecimento prisional que a Madeira fez há meia dúzia de anos, nós não temos nenhum, o Estado terá de fazer três pelo menos e o PIDDAC nacional reflecte essa realidade.
Já foi governante regional. Há diferenças, mas também semelhanças  e problemas comuns, como a pobreza, por exemplo. Na educação,  ambos estão na cauda do país...  Mas também aí convém fazer alguma diferença. A Madeira é a região com mais pobres e não os Açores. O Governo da Madeira conseguiu fazer um truque de ficção metendo o offshore  como fazendo parte do PIB, o que fez com que saísse de região de objectivo I. E a Madeira e o dr. Jardim acham que isso é uma coisa óptima. O que é que isso trouxe? Menos 500 milhões de euros de transferências europeias para a Madeira, mas também menos ao nível da solidariedade nacional. Afinal de contas é uma região rica, porque tem o segundo PIB a nível nacional, mas é a região com mais pobres. Que administração é essa?
Ilustração: Google Imagens.

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