Penso que é chocante a decisão do governo regional em aumentar o preço das consultas médicas e de não proceder ao respectivo aumento das comparticipações junto dos utentes dos serviços prestados. 10% de aumento! Se esta é uma medida social de um governo que se auto-proclama social, como vulgarmente se diz, eu vou ali e já volto! Aqui fica um comentário que fiz a este propósito quando o assunto começou a ser do domínio parlamentar:
"(...) Mas, curiosamente, ou talvez não, as comparticipações derivadas da "bendita" Convenção, periodicamente perdem valor. Isto é, os utentes, face à incapacidade de resposta do Serviço Regional de Saúde, em 2005, pagaram cerca de 4,7 milhões de euros em consultas enquanto a RAM assumiu 2,8 milhões de euros. Entre 1978 e 2005 o preço das consultas aumentou, em média, 25 vezes e a comparticipação que, em 1978, se situava entre os 50% e 83%, baixou para 15% e 40,9% do preço cobrado pelo médico. A partir da última revisão da Convenção (2005), os utentes passaram a pagar € 50,00 e a Região paga entre € 20,45 e € 7,50. Isto significa que os utentes passaram a pagar entre 61% e 85% da consulta.
Não discuto o valor justo de uma consulta. Pessoalmente, entendo que há exagero se partirmos do pressuposto que o País muito investe na formação universitária, mas, repito, não discuto até porque não domínio todas as variáveis. Agora, considero que as comparticipações roçam a vergonha política. Numa população cada vez mais a experimentar grandes dificuldades para fazer face aos custos de vida, com a pobreza que por aí anda e com uma classe média a espernear, choca-me que o dinheiro proveniente dos impostos de todos sirva para as obras do regime, para subsídios sem retorno e não para atender às prioridades que estão aos olhos de todos: saúde, educação e áreas sociais".
Pouco há a acrescentar. A situação fala por si.
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