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sexta-feira, 23 de janeiro de 2009

A CAMINHO DE ELEIÇÕES ANTECIPADAS

A situação tem já contornos muito graves. Basta olhar para os números do desemprego (9.302 em Dezembro de 2008) que correspondem a uma taxa de 8,4% sobre a população activa (110.605 segundo os censos de 2001) e o facto de ter crescido mais 6% relativamente a Dezembro de 2007. Basta, ainda, ter presente as quase 350 empresas que colocaram um ponto final na sua actividade, a evidente paralisação do mercado, as sucessivas notícias que têm vindo a público sobre a incapacidade de alguns empresários, caso mais flagrante o do Colomb's Resort, no Porto Santo, entregue aos bancos com um prejuízo de quinze milhões. Estes são, apenas, alguns elementos, que conjugados com outros, permitem perceber que os dados estão aí de forma clara e de difícil ocultação.
A Madeira tinha, em Dezembro de 2003, 5.858 desempregados registados no Instituto de Emprego. Desses, 2.211 (37,7%) eram homens e 3.647 (62,3%) eram mulheres. Entre Dezembro de 2003 e Dezembro de 2008 perderam-se 3.444 postos de trabalho, facto que testemunha uma incontrolável aceleração, muito preocupante pelos desequilíbrios que opera no seio das famílias e da estabilidade social. Enquanto isto acontece, no Parlamento Regional as intervenções políticas por parte dos Deputados do PSD, continuam com hinos de louvor ao Governo Regional, ataques cerrados ao Primeiro-Ministro e total omissão dos problemas regionais. A juntar à amnésia e ausência de sentido de responsabilidade governativa, a Secretária do Turismo e Transportes, num quadro de evidente crise no sector da hotelaria e ao contrário de um discurso moderado e sensato, em função do quadro económico internacional pouco favorável, resolve discursar na BTL como se nada estivesse a acontecer, como se os operadores não andassem a experimentar dificuldades, como se todos os cidadãos fossem uns parvos distantes da realidade.
A Madeira precisa, urgentemente, de um novo governo, antes que seja tarde. É pública e notória a incapacidade deste governo na criação de condições susceptíveis de contrapor uma crise que não é, para já, consequência da conjuntura internacional mas de erros políticos acumulados ao longo de muitos anos. É evidente que este governo está exausto, não demonstra imaginação, mostra-se cada vez mais sem capacidade para operar as mudanças que se impõem, é um governo fechado sobre si próprio, autista e sem credibilidade. Hoje, cada vez mais estão a nu os motivos que conduziram às eleições antecipadas de 2007. A Lei das Finanças Regionais não constituíram o motivo central. O descalabro governativo e a incapacidade de resposta global aos problemas, justificaram as razões mais profundas da demissão do governo. Entendo, por isso, que estão reunidas as condições para os madeirenses reflectirem na necessidade de mudar de rumo, o que implica a mudança de governo e de partido na liderança dos destinos da Madeira. Em Democracia não há outra possibilidade senão a de recorrer a eleições.
Trinta e três anos de governo de um só partido é tempo demais e alternativas existem, bastará que o Povo, inteligentemente, sacuda a canga que lhe colocaram, ouvindo a VERDADE sobre esta Madeira que corre para o abismo económico, social e cultural.

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