Tenho por hábito a leitura fazendo apelo ao cruzamento da informação. Penso eu que esta é a melhor forma de percebermos as ligações colaterais do que é transmitido e em que meio político nos situamos. Duas cartas do leitor e uma peça jornalística despertaram-me a atenção no DN de hoje.
1ª carta: "(...) Na "Ilha Flor" ou "Jardim" o que importa são as estatísticas e as ruas apinhadas de gente de máquina fotográfica ao peito. Pouco importa que exista gente a passar fome, para isso existem os centros de caridade, pouco importa que a criminalidade esteja a aumentar desde que existam os polícias a sofrer do nosso lado. Políticos, empresários, burgueses, senhores de bolsos cheios e consciências pesadas (...)";
2ª carta: "(...) Qual é o favor de visitarem a casa de misericórdia onde o sr. deputado é presidente de assembleia-geral? Lógico que o próprio só vai tecer e rasgar elogios acerca daquilo que está a gerir. Isto até parece uma telenovela. A diferença é que, neste caso, os figurantes, além de não terem jeito, porque deveriam estar era no circo, não têm formação também (...)".
A notícia: "(...) Uma das empresas portuguesas de referência na área de consultoria e desenvolvimento de tecnologias de informação ligada ao turismo foi obrigada a inscrever-se na Agência Regional de Promoção do Algarve - ainda que a sua sede seja na Madeira - pois a Associação de Promoção da Madeira não aceitou a sua inscrição.Ainda que os responsáveis da empresa não queiram comentar, existe a suspeita de que a AP-Madeira não aceitou a 'Segthor' como associada, pois esta é a empresa do polémico socialista e deputado Carlos Pereira (...)".
Comentário final que me sugere:
Pobreza e desespero na luta pela vida com dignidade, associada ao encolher de ombros de quem governa; propaganda rasca de quem deveria ter a responsabilidade de assumir outros olhares sobre a sociedade; finalmente, a máxima há muito estipulada na Região: "para os amigos tudo, para os inimigos nada e para os outros cumpra-se a lei".
Tenham, meus senhores, um pingo de vergonha!
Sem comentários:
Enviar um comentário