Foi um excelente debate político aquele que, ontem, tive a oportunidade de seguir. José Sócrates e Francisco Louçã prenderam a atenção pelo despique dos argumentos explanados. A muito segura trajectória discursiva do Engº José Sócrates ao longo do debate, concluo eu, confundiu e, até certo ponto, apanhou desprevenido o líder do Bloco de Esquerda, que teve de se sujeitar a correr atrás das posições programáticas com as quais foi confrontado pelo seu opositor. E num debate com aquele formato e sujeito à rigidez dos tempos de resposta e de réplica, a possibilidade de contraponto ou de explicação eficaz torna-se muito difícil.
Não gosto de ser redutor neste tipo de análise circunscrevendo os 45' de confronto político à expressão mais simples que A venceu B. Porque o importante é conhecer os programas naquilo que a todos nos diz respeito. É esse o meu posicionamento de princípio o que não impede que assuma, em função do que se passou, que José Sócrates foi, neste debate, muito mais convincente e seguro que Francisco Louçã.
Em suma, foi um excelente debate entre duas figuras de primeira-água do panorama político português. Pena é que, por aqui, toda a oposição queira debater os problemas e não seja possível porque o PSD-M não abre espaço nesse sentido. Consciência pesada? Obviamente que sim.
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