O debate de ontem entre os líderes do PCP e do PS, respectivamente, Jerónimo de Sousa e José Sócrates, foi interessante e importante. No essencial clarificou posições em função do caminho percorrido pelo governo e do muito que está por fazer no sentido de gerar uma sociedade mais equilibrada e, portanto, mais feliz. Do confronto político eu diria que sobressaíram duas posturas alinhadas naquele sentido, embora com diferenças nos caminhos a percorrer.
José Sócrates deixou em cima da mesa o saldo positivo entre o que encontrou em 2005 e os resultados em 2009, entre outras áreas, nas políticas sociais e, Jerónimo de Sousa, não negando alguns aspectos que considerou positivos, acentuou a situação difícil do desemprego, a angústia de milhares de trabalhadores e o retrocesso que significa o código do trabalho. Do meu ponto de vista acho que o "calcanhar de Aquiles" de José Sócrates continua a ser o sector da Educação. Não porque algumas medidas tomadas não façam sentido e sejam de elogiar (estou-me a lembrar, por exemplo, dos apoios da Acção Social Escolar conjugado com a nova política do Abono de Família) mas sobretudo pelas atitudes infelizes da equipa que o acompanhou no Ministério da Educação e que prejudicou, seriamente, a imagem de um governo que, em muitas e importantes áreas foi excelente.
Enfim, foi um debate sereno, civilizado e esclarecedor no que concerne aos programas que ambos apresentaram ao eleitorado.
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Dirigente socialista lança repto a "paladina de uma política da verdade"
PS desafia Ferreira Leite a condenar a “asfixia democrática” na Madeira
PÚBLICO 06.09.2009 - 16h54 Tolentino de Nóbrega
O líder do PS na Madeira, João Carlos Gouveia, desafiou a presidente do PSD, Manuela Ferreira Leite, a pronunciar-se sobre situações de “asfixia democrática” nesta região. “Como está arvorada em paladina de uma política da verdade, seja coerente e condene os abusos de poder por parte do seu partido nesta região”, eis o repto lançado pelo dirigente socialista na véspera da visita da líder social-democrata.
Gouveia pede à candidata do PSD a primeiro-ministro que, “por questão de coerência, se demarque do modelo soviético implantado na Madeira nestes 33 anos de governação social-democrata”. Aponta como “atentados à liberdade e cidadania” na região “o poder absoluto de um só homem e de um só partido”, “a usurpação do modelo de democracia pluralista e parlamentar por uma forma plebiscitária e autocrática de exercício do poder” e “a utilização dos meios da região para benefício de um só partido”. Critica ainda “o exercício da governação apenas para a perpetuação do poder” e “o clima de medo instaurado resultante da pressão governativa sobre os cidadãos e empresas” que, denuncia, “debatem-se com as represálias de quem não é afecto ao governo regional”.
O líder do PS na Madeira pede igualmente a Manuela Ferreira Leite que durante a sua deslocação se pronuncie sobre o modelo social da região, designadamente sobre “a utilização dos recursos financeiros públicos para uma minoria afecta ao poder regional, face à pobreza generalizada”. Gouveia quer também que a presidente do PSD e ex-ministra das Finanças tome posição sobre o regime de autonomia, optando pelo projecto nacional ou pelo “modelo da Singapura do Atlântico, responsável pelo esbanjamento dos dinheiros públicos prisioneira da cultura separatista de 75 e 76”, caracterizado também por uma “sujeição das instituições autonómicas à vontade de um governante, segundo a visão totalitária do poder” e de “verdadeira asfixia democrática”.
Ferreira Leite tem previstas para amanhã várias acções de pré-campanha na Madeira. Participa numa arruada no centro do Funchal e num almoço com os candidatos madeirenses à Assembleia da República para a apresentação do programa do partido relativamente as regiões autónomas. À tarde, assiste, ao lado de Alberto João Jardim, a uma das 60 inaugurações que o presidente do governo regional tem agendadas até às eleições de 11 de Outubro.
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