"Querem luta, vão ter luta" e "se alguém se quiser ver livre de nós, eu também não me oponho", declarações do presidente do governo regional da Madeira no decorrer de uma inauguração. Volta e meia o tema da independência surge como ameaça e atitude de chantagem. Como se esta terra, com problemas até ao céu da boca, pobre em recursos e dependente, com o governo a todo o momento a dizer que o País deve milhões por compromissos assumidos, a trazer para o centro do debate político a lei das finanças regionais, como se esta terra, dizia, pudesse desligar-se da Pátria comum por razões não só históricas mas também de sobrevivência.
Ora, o presidente do governo é livre de ter a sua opinião. Todavia, tem dois deveres face à responsabilidade do lugar que ocupa: primeiro, porque é Conselheiro de Estado, afirmações daquele teor devem ser evitadas; segundo, porque nunca explicou nem, certamente, sabe explicar, como é que esta terra sobreviveria tem o dever de justificar e sustentar as suas posições. O mais curioso é que o Presidente da República se mantém calado e não reage a estas declarações claramente separatistas. No mínimo deveria chamá-lo a Belém, se, porventura, ainda é o Presidente de todos os portugueses.
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