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quinta-feira, 3 de setembro de 2009

O JORNAL DE SEXTA DA TVI

Na Comunicação Social, um princípio sagrado é o da independência e do respeito do poder político pelas empresas e pelo trabalho dos jornalistas. Mais, ainda, uma coisa é a administração de uma empresa, outra, a responsabilidade editorial atribuída às direcções de informação. É fundamental que assim seja. A democracia mede-se muito por aí. Mas se constitui um princípio, repito, sagrado, tal posicionamento do poder relativamente aos critérios editoriais das empresas, também o é no sentido contrário. A informação deve de ser isenta, plural e honesta. Uma redacção ou um jornalista, de acordo com o seu código deontológico, deve ser honesto com a sua verdade.
Pessoalmente, não peço a verdade (porque, sobre um mesmo assunto, existem muitas) a um jornalista mas que seja honesto com a sua verdade. E aquilo que presenciei, sistematicamente, à Sexta-feira e durante muito tempo, é que todo o alinhamento e respectivas peças, no mínimo, deixava transparecer uma intenção de abater um homem, um partido e uma política. E aí qualquer espectador atento desconfia da honestidade. Eu que sou espectador assíduo do Jornal da TVI, à Sexta-feira, acabei por mudar de canal. Passei a acompanhar a RTP1. Nos outros dias, mais especulativo ou não (na minha opinião, claro) o Jornal sempre me pareceu equilibrado e honesto. E sigo-o com interesse até pela capacidade dos comentadores residentes.
Não sei o que se passa ou o que se passou na orientação da "media capital" e que veio a ditar a suspensão do Jornal de Sexta apresentado por Manuela Moura Guedes. Gostaria eu de saber. Esta tarde, o porta-voz do PS, Dr. Augusto Santos Silva, foi claro: quem tiver elementos de prova da interferência do governo que os dê a conhecer, constituindo um dever da administração da "media capital" explicar e clarificar tudo sobre a sua decisão. Neste quadro, o que considero uma pouca-vergonha política, a começar pelo texto da Entidade Reguladora, é o facto de alguns partidos da oposição, sobretudo o porta-voz do PSD, de forma oportunista, vir ditar, de forma subtil, que há intervenção do governo naquela decisão. Ora bem, se há, todos os que insinuam têm de provar e todos temos o direito de saber. O ataque ou deduções levianas parecem-me politicamente condenáveis.
Nota:
Já agora, se a jornalista Manuela Moura Guedes tem mais elementos de prova do envolvimento do Engº José Sócrates no "caso freeport" que os divulgue. Já. Também aí todos temos direito a conhecer essa verdade, quando estamos a poucos dias de um acto eleitoral legislativo. Porque o País tem de ser governado por gente honesta.

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