Três notas e uma pergunta no início desta campanha eleitoral:
1ª Tudo serve para ganhar simpatias, mesmo que os argumentos discursivos apelem a baixos sentimentos. Neste contexto, considero de muito mau gosto trazer para o debate político, a propósito das relações com o Continente, que o Marítimo foi ontem "roubado" por essa gente. Não é o programa eleitoral que está em causa mas o vómito constante contra os restantes portugueses no quadro de uma atitude de pendor separatista. Ora, o Marítimo perdeu por uma contingência do jogo, da mesma forma que o Nacional disputará a Liga Europa e, por aqui, há vários jogos que não ganha. O que é que isto tem a ver com qualquer intencional "roubo" dos portugueses do Continente em relação aos madeirenses? Por favor, eduquem o Povo e não o estupidifiquem ainda mais!
2ª E o que dizer do discurso, na Tabúa, aquando da inauguração do campo de relva sintética. Então aquilo servirá também enquanto oferta turística? Estamos conversados. A prioridade, senhores do poder regional, não é essa mas a educação desportiva das gentes da nossa terra. Não se esqueçam que 2004 foi o Ano Europeu da Educação pelo Desporto. Para além desse aspecto tenham consciência que os clubes que eventualmente procurem a Madeira para a realização de estágios, exigem condições de trabalho (não apenas o espaço de jogo) que o campo do Paul não pode oferecer. Trata-se de uma mistificação e de uma teoria soprada por alguém que não está por dentro da realidade. E o tempo o dirá.
3ª Leio que prepararam, na RTP-Madeira, um debate com a presença de doze candidatos à Assembleia da República. Normalmente, estes debates pouco vão além de 60'. Sendo assim, cada representante de partido disporá de 5' se não descontarmos as intervenções do moderador. Mas mesmo que sejam 90' o tempo disponível para cada um subirá para pouco mais de sete minutos. Ora bem, será um NÃO DEBATE, pois ninguém consegue explanar seja lá o que for em tão pouco tempo. Acho que é tempo da RTP-M meter a mão na consciência e deixar de evidenciar medo e incapacidade para impor as regras.
4ª Uma pergunta: por falar em regras e em bom senso, será correcto, em plena campanha eleitoral, cobrir os actos partidários e oferecer de bandeja ao partido maioritário, a reportagem das inaugurações para daí responder aos adversários políticos que, por seu turno, não têm possibilidades de réplica? Informar é uma coisa, propagandear é outra. Certo?
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