Li o artigo de opinião, da autoria do Dr. Raúl Ribeiro, publicado, hoje, na edição do DN. Uma vez mais vale a pena ler com atenção. Sob o título "Retalhos das Férias" refere-se o autor à política de crescimento no Porto Santo:
"(...) Pelo que vi em tão curta estadia, há fronteiras que já foram irremediavelmente ultrapassadas: infra-estruturas mastodônticas que ferem de morte o equilíbrio paisagístico, fileiras de casinhas formatadas e desengraçadas, anónimos caixotes de férias de feias cores vestidos, devaneios arquitectónicos estapafúrdios…Quando faria todo o sentido promover a proliferação de pequenos e médios projectos hoteleiros de qualidade, com pouca densidade e volumetria, optou-se por acarinhar mega-empreendimentos - e haverá turistas para tanta cama? E caso haja, haverá ilha para tanto turista? Sim, porque a praia não é elástica, e se actualmente o mês de Agosto já se assemelha a um caos mais ou menos controlado, dentro de poucos anos será impossível usar expressões como "descanso" e "tranquilidade" para definir a Ilha Dourada (...) Também a nível do tráfego e do estacionamento é notório um desequilíbrio - o número de viaturas visitantes em circulação continua a aumentar, na proporção inversa das alternativas de estacionamento gratuito, cada vez mais escassas e longe das condições ideais".
"(...) Pelo que vi em tão curta estadia, há fronteiras que já foram irremediavelmente ultrapassadas: infra-estruturas mastodônticas que ferem de morte o equilíbrio paisagístico, fileiras de casinhas formatadas e desengraçadas, anónimos caixotes de férias de feias cores vestidos, devaneios arquitectónicos estapafúrdios…Quando faria todo o sentido promover a proliferação de pequenos e médios projectos hoteleiros de qualidade, com pouca densidade e volumetria, optou-se por acarinhar mega-empreendimentos - e haverá turistas para tanta cama? E caso haja, haverá ilha para tanto turista? Sim, porque a praia não é elástica, e se actualmente o mês de Agosto já se assemelha a um caos mais ou menos controlado, dentro de poucos anos será impossível usar expressões como "descanso" e "tranquilidade" para definir a Ilha Dourada (...) Também a nível do tráfego e do estacionamento é notório um desequilíbrio - o número de viaturas visitantes em circulação continua a aumentar, na proporção inversa das alternativas de estacionamento gratuito, cada vez mais escassas e longe das condições ideais".
Há muito que penso assim e há muito tempo que defendo que estão a matar a galinha dos ovos de ouro. Parabéns pela coragem de tocar numa ferida que já está fora de controlo.
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