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sábado, 13 de novembro de 2010

QUE O DIÁRIO MANTENHA VIVA A INDEPENDÊNCIA QUE SIGNIFICA ESPERANÇA


O espevitador de conflitos imita a Roma antiga: lança vítimas às feras, na arena, e obriga instituições emblemáticas a digladiarem-se umas contra as outras, sem respeito pelo passado de cada qual - muito menos pelo presente.

Às vezes sinto-me, a par de outros, pregando no deserto, ou, então, no meio do circo parlamentar abafado pela forte presença de uma maioria que o Povo concedeu, em 2007 e, certamente, estará arrependido. Por isso, quando leio textos independentes, de um jornalismo sério, experiente, que não se limita ao toca-e-foge, que vai ao cerne da questão, que afronta com a clareza dos dados a situação política vigente, que não tem medo de meter o dedo na ferida que sangra, para que sangre ainda mais, como alerta que alguma coisa tem de ser feita, obviamente, que tais textos dão-me a entender que, afinal, as minhas convicções e as dos meus pares têm razão de ser. 
O texto do Jornalista Luís Calisto, publicado na edição do DN de hoje, volta a tocar nessa ferida, de forma contundente e de forma irrepreensível. Os da corte são capazes de não gostar, pois bole com os seus interesses, todavia constitui mais uma peça de inegável valor, pelo conteúdo de denúncia e porque vem de um Jornalista que nunca teve nem tem filiação partidária. Não está ao serviço de ninguém. É ele e as suas circunstâncias, na esteira de Ortega y Gasset. Aqui fica um excerto de um texto que vale a pena ler, AQUI.     

Ignóbil cobrança aos reféns do dinheiro público, a que não escapam desporto, jornais, todas as forças vivas, incluindo a Igreja. A teoria do 'ajudei, ajuda-me'.

"Os maquinadores do explosivo modelo - chefe, paladinos e arlequins do regime de arruaça - enfadam a sociedade, denigrem a classe política, envergonham social-democratas sinceros.
Ideia formada: quando o agitador viaja, os ânimos serenam cá nas ilhas. De regresso, com gasolina e lenha na bagagem, reactiva o incêndio e torna a sair para, de longe, gozar a luta fratricida. A esta precisa hora, dedos imperiais  tangem harpa em Istambul.
O espevitador de conflitos imita a Roma antiga: lança vítimas às feras, na arena, e obriga instituições emblemáticas a digladiarem-se umas contra as outras, sem respeito pelo passado de cada qual - muito menos pelo presente. Génio criativo, inventa intrigas que tornam a guerra inevitável. Vibram então as trombetas declarando o circo aberto. E a clique diverte-se, refastelada na tacharia (...). Mas, apesar do insistente aranzel intriguista para virar uns contra os outros, nesta fase negra da vida colectiva, a canga será derrotada. A Madeira teve um 'antes'. Quem sabe se em breve não raiará um 'depois', cheio de esplendor".
Ilustração: Google Imagens.

4 comentários:

Anónimo disse...

Para o PS só é bom quem critica. É por isso que ninguém vos leva a sério. O exemplo a que se refere é um excelente exemplo. Lave-lhe os pés e ponha no altar! Ou então leve-o para casa e deite-o na cama.

André Escórcio disse...

Sr(a) Anónimo,
A Democracia constrói-se na diversidade de opiniões. Trinta e seis anos de governo de um só partido são mais de sete vezes o tempo que o governo socialista tem na República. E, sem dó nem piedade, os "anónimos" desta Região e outros criticam-no. Estão no seu pleno direito. Seria um caso de estudo, por aqui, não existirem vozes analistas e independentes discordantes. Isto, desde logo.
Depois, no debate político, não faz qualquer sentido ser-se deselegante, com essa de "levá-lo para casa...". O diálogo político implica que se concorde ou discorde, mas isso implica seriedade no tratamento. É por estas e por outras que estamos assim, no grau zero da DEMOCRACIA.
Por esse caminho, descubro, infelizmente, que isto acaba mal.
Habituemo-nos ao respeito uns pelos outros.
Aliás, há tanta coisa que por aí leio e que discordo, mas não ofendo. Dou, apenas, a minha opinião.

Anónimo disse...

Sim... Sim... Cada tiro cada melro. Um dirigente do PS não pode alinhar por esta bitola. Quem o avisa seu amigo é! João Carlos

André Escórcio disse...

Obrigado pelo seu comentário.
Eu não alinho por bitola alguma. Como disse Ortega Y Gasset eu "sou eu e as minhas circunstâncias". Guio-me pelas minhas convicções. E quando leio qualquer coisa de importante e que constitui uma pedrada nesta política de trazer por casa, publico sem qualquer problema. Não me escondo. Nunca fiz isso na minha vida. E se aquele registo é incorrecto, se não traduz a verdade, diga lá o que pensa!