Duvido que exista algum comportamento semelhante por essa Europa fora. Hei-de vê-los a tentar negociar. O poder nunca é eterno. Leva algum tempo mas cai, mais que não seja de maduro ou por desespero das pessoas. O discurso desta manhã constituiu um sinal claro do desnorte e da fragilidade do regime.
Penso que deve ser caso único no País e em toda a Europa. Só o PS-Madeira apresentou 90 propostas. Mas o PCP, o BE e o CDS também apresentaram. Tudo chumbado esta tarde, na presença do Secretário Regional do Plano e Finanças.
É evidente que existe uma maioria absoluta e é evidente que ninguém estaria à espera de uma alteração substantiva à proposta do governo. Mas custa acreditar que nem uma proposta tivesse sensibilizado a maioria social-democrata e o governo. Fartam-se de dizer, no discurso político, que a oposição não é alternativa, que não tem propostas, mas quando, no momento certo, elas são apresentadas, chumbam-nas literalmente. É a força da maioria, é o poder absoluto de uma maioria absoluta. Até poderiam oferecer uma imagem que esbatesse essa crónica arrogância absoluta, aprovando uma ou outra proposta sem grandes influências no Orçamento. Mas não, conjugam o verbo espezinhar em todos os tempos e modos. E o Povo que se dane!
Duvido que exista algum comportamento semelhante por essa Europa fora. Hei-de vê-los a tentar negociar. O poder nunca é eterno. Leva algum tempo mas cai, mais que não seja de maduro ou por desespero das pessoas. Metaforicamente, todos caem da cadeira. O discurso desta manhã constituiu um sinal claro do desnorte e da fragilidade do regime. Trinta e tal anos depois, um Homem, "político profissional", demonstrou não ter um discurso com um mínimo de coerência, de bom senso e articulado nos conceitos. Demonstrou que não está preparado para os desafios que a Madeira tem pela frente. A sensação que me ficou é que não aprendeu nada com o tempo. Que há um tempo para estar e um tempo para se afastar. Repete, maquinalmente, frases soltas, no meio de ataques tolos e mesquinhos. Um discurso que já não é aceitável em um presidente de uma autarquia, quanto mais num presidente do governo. Imagino, na Fajã das Galinhas ou no Monte do Urzal, o Povo que seguiu este discurso como não terá ficado esclarecido sobre o Orçamento!
Ilustração: Google Imagens.
10 comentários:
Meu Caro Amigo
Ao povo ruralizado não interessa o esclarecimento de coisa nenhuma!
O seu atraso político-cultural é de tal forma que unicamente se compraz com as arruaceiras peixeiradas do "ídolo" que a "santa madre" lhe impingiu.
E,quanto mais soezes forem,maior é a sua boçal,incauta e "vitoriosa" alegria!
Não vislumbra(nem para tal faz o mínimo esforço) que serão os seus filhos,netos e bisnetos os mais severos juízes da "herança" que este período,de execrável embuste, os fará,amargamente,pagar.
O tempo o dirá.
Obrigado pelo seu comentário.
Excelente síntese.
Porque ficaram os deputados da oposição na sala mesmo depois de serem insultados? não entendo...
Obrigado pelo seu comentário.
Acredite que às vezes apetece sair, mas a dignidade que queremos dar à Assembleia exige que permaneçamos. Sair só em casos extremos. Olhe, há dias saímos por razões plausíveis e sabe o que aconteceu (?)... em dua horas chumbaram 37 propostas seguidas (todas da oposição), sem discussão.
Caro André Escórcio
Desculpar-me-á,mas SIMPLESMENTE tem razão.
De facto não se entende o comportamento das oposições,dando,objectivamente, cobertura (com a sua presença) ao escandaloso protofascismo reinante na Sede que deveria ser exemplar baluarte da Democracia, Mãe da Autonomia.
Da Verdadeira Autonomia e não "daquela" que não reconhece nem respeita a Progenitora!
E não é a presença dos "sacos da pancadaria" que impede os chumbos determinados aos 33 serventuários...
Caro amigo
Já em tempos abordei aqui esta questão. Continuo a pensar que o abandono da ALM pelas oposições é o único caminho digno.
Direi mesmo que é por razões de Estado. A oposição madeirense não pode fazer como Cavaco: escudar-se na "legalidade" para justificar a inacção. A Madeira também merece todos os sacrifícios e quem está na política, especialmente em tempo de crise como esta, não pode limitar-se ao "obrigatório", digamos assim.
Chegou a altura da pedrada no charco.
Um abraço
Obrigado pelo seu comentário.
Eu percebo, só que temos de atentar no contexto político regional que, convenhamos é muito complexo. Eu considero, desde há muito, que as oposições deveriam mandar estudar a aceitação e as consequências de uma atitude dessas.
Sabe, há já um par de anos, cheguei a defender a não ida a um acto eleitoral. Seria um escândalo nacional e europeu. Mas, hoje, a situação tem contornos muito complexos a vários níveis.
Factos são factos(ou,conforme "acordo ortográfico", fatos são fatos?) e complexidades são complexidades(feitas à medida de interesses inconfessáveis?!).
Professor, não esqueça o velho e sábio ditado:
"Diz-me com quem andas, dir-te-ei quem és."
Obrigado pelo seu comentário.
Percebi, completamente, a extensão das suas palvaras.
Um abraço e Bom Natal.
Retribuo o abraço e desejo-lhe uma harmoniosa e feliz Festa de Família.
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