"Hoje a Segurança Social é única e exclusivamente uma caixa onde o poder político da Madeira põe a sua clientela"
O dedo na ferida, com honestidade e sinceridade. |
Convidado pelo Deputado Roberto Almada (BE), assisti à conferência do Dr. Roque Martins no passado Domingo. As suas importantes revelações, algumas já denunciadas numa outra conferência no decorrer das Jornadas Parlamentares do PS, provam que este regime político está em completa falência.
Quando o ex-presidente da Segurança Social da Madeira se refere "aos chamados poderes ocultos", sabemos do que está a falar. No essencial, refere-se à engrenagem política, ao sistema heterónomo que impõe uma lógica de funcionamento e pior, ainda, uma lógica de pensamento. É esse "poder oculto", não tão oculto quanto isso, que manobra, que manda esconder a realidade, que manda cumprimentar com o chapéu dos outros. Tudo o que está mal é do Continente e, por aqui, somos "nós" (PSD) os benfeitores da "paróquia".
Hoje, finalmente, ficou escarrapachado nas páginas do DN que "a República paga tudo" mas quem manda é o Governo Regional. Isto porque as contribuições dos trabalhadores e empresas madeirenses "não dão para pagar os vencimentos do quadro de pessoal", pelo que a conclusão que tira é que é a República quem acaba por suportar todos os apoios sociais, desde o Rendimento Social de Inserção, às pensões e até "um subsídio para a formação profissional que está na Educação e é gerido pela filha da dr.ª Conceição Estudante". Isto é importante que tivesse sido assumido, porque só se ouvem ataques à República e nunca existe a honestidade de assumir que, na Madeira, a Segurança Social apenas gere o processo administrativo. Quando, por exemplo, se ouve um responsável político dizer "apoiámos 10.000 famílias", tudo leva a crer que são verbas do Orçamento da Região que estão em jogo. Nem um cêntimo dali sai, digo eu. É, por isso, que há desonestidade. É o que se diz "cumprimentar com o chapéu dos outros". Não porque a Segurança Social não deva, obviamente, depender da República, mas pela ausência de seriedade de não assumir que tudo, mas tudo, até os próprios funcionários, são pagos pelo Estado. Daí não estranhar, na palavra do Dr. Roque Martins, que "hoje a Segurança Social é única e exclusivamente uma caixa onde o poder político da Madeira põe a sua clientela" e que quem paga os custos do seu funcionamento seja o Orçamento de Estado.
Ilustração: Google Imagens.
8 comentários:
Sr. Deputado
Seja mais verdadeiro.
Não é assim.
Todos nós, madeirenses, descontamos (financiamos) para a Segurança Social. Lá, no seu Continente, apenas recolhem o nosso dinheiro e enviam-no para cá, para ser socialmente distribuído pela estrutura local.
Não é o Orçamento de Estado que financia a Segurança Social na RAM.
São os madeirenses através dos seus descontos.
Obrigado pelo seu comentário.
Não é isso que está em causa. Eu escrevi, note bem, por favor: "Não porque a Segurança Social não deva, obviamente, depender da República...". É óbvio que sim. O que está em causa é a imagem que se passa, não verdadeira. Se perguntar, por aí fora, as pensões de onde saem, a esmagadora maioria dirá que "é do senhor governo", da Madeira, claro. O Senhor sabe que é assim, porque existe uma grande ignorância que tendem a utilizar para fins políticos. De resto, os esclarecidos sabem que tudo é consequência dos nossos impostos. Leia, por vezes, alguns títulos da imprensa diária, sobretudo do "insuspeito" Jornal da Madeira, e verificará que existe uma ocultação da verdade.
Quanto ao "seu Continente", meu Caro, é tão meu quanto seu, estejam socialistas a governar ou qualquer outra força partidária. Obviamente.
O que escreveu: "é a República quem acaba por suportar todos os apoios sociais"
Você quer passar a mensagem que é o Orçamento da República que os suportam. Não são. É o orçamento da Segurança Social com base nos descontos de todos.
É tão má a mensagem que você contesta (de que os apoios vêm da Região) como a que você promove (que vêm do orçamento da República).
Senhor Professor
Achei muita graça ao "Trabalhador"...
O homem,realmente,deve ser um dos tais que "trabalha" que se farta a "levar à certa" os meus compadres...
Olhe,Senhor Professor,se calhar,o dito cujo,também é um dos que estará presente no Jantar Natalício,que a Segurança Social promove, todos os anos(e neste de crise,também)num hotel de 5 estrelas,pela módica quantia de 20 euros.
A diferença(mais 20 ou 30?)é suportada pela própria Segurança Social,isto é,pelas nossas Contribuições.
Atão,isto não é uma pouca vergonha!!!
Meu Caro "trabalhador"... o Vilhão Burro deu-lhe a resposta. E que resposta!
Só acrescento uma coisa tão simples: não gosta mais do que eu desta terra. Tenho razões de sobra para o afirmar.
Sr. Professor Escórcio
O Vilhão lançou uma lebre levada da breca!!!
Quando se diz que a Segurança Social tem os anos contados,e,em consequência, as reformas são cada vez mais espremidas,o abono de família encolhe uma data de escalões,as contribuições são agravadas,os subsídios para os mais carenciados passam por um crivo de malha obscenamente apertada,e sabe-se lá mais o quê...
a clientela instalada(como sabe Roque Martins) e a funcional massa acéfala,de colarinho esbranquiçado,seguidores da manipulação Jardinista,"enchem a mula" à custa dos Contribuintes!!!
Que uma empresa privada ou um partido,promovam esses "fraternais" eventos,nada há a dizer; agora,tratando-se de dinheiros públicos,não estaremos em presença de um acto,puro e simples,de passivo PECULATO colectivo,induzido e da responsabilidade criminal da Direcção da Instituição?!
Afinal o Vilhão,sendo Burro,não é tão parvo como quer parecer...
Obrigado pelo seu comentário.
Há muita coisa a mudar. E vai mudar.
Se isto chega aos ouvidos do Secretário da tutela,o homem vai ficar arreliado porque,após o fino repasto(espetada e vinho seco é para a arraia miúda),já não pode convidar a mulher da limpeza para uma dança...
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