Que o Presidente da República, Doutor Cavaco Silva, venha com aquela história da inconstitucionalidade, é evidente que é perceptível, uma vez que ele sempre olhou de esguelha para as autonomias. Não é de estranhar. Leio na Revista Sábado desta semana, página 72, que, aos 28 anos, Cavaco Silva se declarou "integrado" no regime salazarista, indicou três nomes que o poderiam abonar e entregou o documento na PIDE.
A diferença entre governar para o Partido e governar para o Povo! |
Esta medida de compensação aos funcionários públicos corresponde, do meu ponto de vista, à utilização plena da palavra AUTONOMIA e à assumpção de uma outra palavra: PRIORIDADE. E a prioridade, neste momento, é de natureza social, de não "castigar" aqueles que menos têm. Que o Presidente da República, Doutor Cavaco Silva, venha com aquela história da inconstitucionalidade, é evidente que é perceptível, uma vez que ele sempre olhou de esguelha para as autonomias. Não é de estranhar. Leio na Revista Sábado desta semana, página 72, que, aos 28 anos, Cavaco Silva se declarou "integrado" no regime salazarista, indicou três nomes que o poderiam abonar e entregou o documento na PIDE.
Daí que assuma que Carlos César tem razão quando contrapõe com o facto de o governo madeirense ir gastar "70 milhões de euros em dois campos de futebol", enquanto os Açores vão gastar "menos 23 vezes (do que essa verba) na remuneração compensatória". Trata-se de um problema de prioridade num tempo difícil e para quem tem um território de nove ilhas espanhado por 600 quilómetros.
O presidente do governo regional da Madeira nunca teve uma atitude de solidariedade para com os madeirenses. É por isso que há fome, há pobreza em crescendo, há empresas em insolvência técnica, há seis mil milhões de dívidas por pagar, não existe uma política de sustentabilidade no crescimento e desenvolvimento da Região. Por isso, não entendo, porque não é entendível, a reacção do presidente do governo regional da Madeira, cuja atitude, no essencial, constitui um virar as costas aos madeirenses, ao invés de estabelecer aqui um conjunto de estabilizadores no sentido das medidas de austeridade serem esbatidas. Mas há quanto tempo o grupo parlamentar do PS-Madeira, na Assembleia Legislativa da Madeira, vem defendendo esta necessidade? Só tem tido chumbo por parte da maioria PSD.
Ora, temos de assumir que viver nas ilhas tem significativos custos acrescidos para as famílias e esses devem ser compensados. Não basta falar de insularidade, para ir buscar fundos nacionais e europeus, fazer obras e ganhar eleições. Um governo tem o dever de olhar para as pessoas em primeiro lugar. No caso em apreço, apenas compete aos governos regionais, nas competências que lhes estão atribuídas, definir os melhores critérios de racionalização da despesa.
Ilustração: Google Imagens.
8 comentários:
Sr. Deputado deixe-se de politiquices porque o senhor tem telhados de vidro. Lembra-se quando foi dirigente salazarista quando dirigiu a revista Alvorada da Mocidade Portuguesa? È natural e salutar que as pessoas evoluam e mudem de opinião...Ou não é?
Obrigado pelo seu comentário.
Meu Caro Anónimo,
Nunca fui dirigente da Mocidade Portuguesa. Essa área estava reservada aos adultos, aos ligados ao salazarismo, se assim quiser.
Pela Mocidade Portuguesa todos tínhamos de passar, alguns, com maior participação na organização de actividades para a juventude. Aprendi muito, até a escrever. Publiquei um jornal de escola, é verdade, aos 15 anos, e ajudei, com o meu Amigo Rui Marote (fotógrafo) um jornal dos Escuteiros, por sinal, o primeiro a cores feito no Eco do Funchal.
Joguei futebol, voleibol, Andebol e organizei muitos eventos. Até sessões de cinema.
Devo a essa passagem, não política, um pouco do que sou hoje.
Meu Caro, outra coisa, é ser contra a AUTONOMIA DA MADEIRA (várias vezes constatada pelo próprio PSD que chamava ao actual Presidente da República, o Senhor Silva) outra coisa é, aos 28 anos, em idade bem adulta, declarar-se adepto do Salazarismo. Isso não. Meu pai sempre foi um Homem bem à esquerda e ensinou-me muita coisa que, hoje, olho para trás, e lá vou buscar e entender os princípios fundamentais que me guiaram na vida.
Não fui "bufo", nem andei pelos lados da Rua da Carreira onde estava a sede da PIDE. São aspectos bem diferentes e não politiquices baratas.
E o "Anónimo" sabe que assim é. Quero lá saber de quem andou pela extrema esquerda (há vários no governo regional) e que agora defendem os valores da direita mais conservadora?
Estou preocupado, isso sim, com o Povo da Madeira e com o sufoco que está a passar!
Sabe bem, senhor deputado, que os Açores recebem 380 milhões do OE contra 180 milhões para a RAM. São esses 200 milhões de diferença que permitem estas situações.
Porque fala do que disse o candidato Cavaco e não fala do que disseram os seus: Alegre, Sócrates, Teixeira e mais ainda uns constitucionalistosocialistas?
Obrigado pelo seu comentário.
Meu Caro "Duzentos", manda a honestidade intelectual, como soe dizer-se, que não se pode comparar coisas incomparáveis. Os Açores têm 9 ilhas distribuídas por 600 km. A Madeira tem duas separadas por 50 km. Já imaginou o que é administrar um arquipélago com estas características, onde tudo se multiplica? Tudo.
Mas, curiosamente, têm uma dívida de 300 milhões... a Madeira de 6 mil milhões. Têm menos funcionários públicos do que a Madeira e têm um Orçamento inferior ao da Madeira.
O meu Caro já equacionou estes aspectos?
Para além disso A Madeira (teoricamente) é mais "desenvolvida", pelo que precisa de menos dinheiro que os Açores (coesão).
O nosso problema não é Sócrates nem qualquer outro que desempenha o cargo de Primeiro-Ministro. O problema não é ser deste ou daquele partido. O problema chama-se falta de bom senso e de respeito pelas prioridades.
E um dia, isto, inevitavelmente, acabará. Para bém de todos os madeirenses e porto-santenses.
Essa das ilhas serem muitas é treta para enganar. Conte com as desertas, selvagens e vá somando ilhéus e lá chegará. A opção em viver gente no Pico ou nas Flores é de quem promove o planeamento urbano. Não seria por colocar uma dúzia de famílias nas Desertas e outras nas Selvagens que se passaria a justificar mais 200 milhões que vêm do OE para os Açores.
E desculpe-me, mas os 200 milhões a mais não se justificam pelo número de ilhas. Justificam-se pelas abébias que César vai distribuindo (qual Chaves) para ir ganhando eleições. Esta é só a última. As outras: IRS mais baixo, complementos de reforma para cá e para lá, promoção de professores à desbralada, situações que, na realidade económica actual, é impossível para o nosso País...
E quer queira quer não, à custa desses mais 200 milhões.
Desculpar-me-á mas com argumentações dessas não é possível o diálogo. Eu já analisei a situação dos Açores a vários níveis (não partidários) e retirei as conclusões (também não partidárias). Faça, se assim entender, um exercício dessa natureza (não partidário), depois questione-se sobre o facto do Orçamento dos Açores ser menor que o da Madeira e ter uma população sensivelmente igual, distribuída por 600 quilómetros.
Eu fico por aqui, simplesmente porque o assunto é muito sério.
Senhor Professor
Gabo-lhe a paciência!
Até parece sina sua...
Primeiro "leva" com um Quinhentos,e,agora,com um Duzentos!!!
Por este andar o seu mealheiro vai estar tão cheio que o Grande Gestor cá do sítio ainda o intima a contribuir para a diminuição da dívida regional...
Haja Deus!
Obrigado pelo seu comentário.
E vão setecentos...
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