O Conselho de Ministros aprovou, na passada Quinta-feira, um diploma que permite o recrutamento de elementos das Forças Armadas, na reserva, para fazer vigilância nas escolas. Uma medida com o dedo do ministro Crato, certamente. Ao invés de abrir concurso público para contratar novos assistentes operacionais, não, possibilita que pessoas, provavelmente com vontade e de comportamento exemplar, mas com lacunas formativas específicas, desempenhem funções em um espaço que não é comparável a um quartel. Custa-me acreditar nesta decisão, mas é pública e o dia 1 de Abril já vai longe!
Este ministro Crato pode ser, e eu acredito, um bom pai, um "chefe" de família exemplar, um cidadão sem mácula, mas de sistema educativo tem provado não perceber rigorosamente nada. Os últimos quatro anos provam-no. Ser assistente operacional implica ou deveria implicar uma formação adequada, até porque os alunos passam muito tempo na escola em contacto com eles. Por isso mesmo, cada vez mais, face a um larguíssimo número de factores, se torne fundamental que os "assistentes operacionais" tenham formação adequada. Não quero dizer que todos aqueles que hoje desempenham tais funções a tenham, todavia, para aí se deveria partir. A função no "assistente operacional", no bar, na cantina, no recreio, nos corredores, na biblioteca, nos pavilhões, enfim, em todos os cantos da escola tem, obrigatoriamente, de ter um cunho EDUCATIVO. Mas Crato, primeiro, recrutou-os no desemprego e agora virou-se para os militares na reserva. Sai muito mais barato. Pergunto, será que um primeiro-sargento na reserva, pelo seu estatuto, aceitará limpar a escola? Duvido.
Ilustração: Google Imagens.
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