"Só fará sentido pensar em melhoria do ensino e das aprendizagens se houver uma visão sofisticada, elaborada, integrada e global para a Educação. A questão é, antes do mais, do domínio da política educativa e só depois do domínio conceptual da avaliação" - Professor Doutor Domingos Fernandes.
Ontem, entrei numa escola de primeiro ciclo do Ensino Básico. Olhei as vitrinas de uma ponta à outra: horários de "trabalho", por anos, avisos de datas de testes intermédios, pautas de exames, diversas classificações e o ranking´s sobre o posicionamento do estabelecimento de ensino no contexto dos restantes. Ah, os inevitáveis menus da semana, quer o "menu pedagógico" quer o menu dos almoços servidos na pequena cantina.
Li, de relance, uma grande parte da informação. Conclusão: rotina em estado puro, perpetuação do passado, agravado, agora, com a obsessão da avaliação, eu diria, a tudo quanto mexe. O secretário da Educação da Madeira, infelizmente, por aí segue, quando emerge do "programa de governo" a preocupação por um "modelo de avaliação da qualidade das escolas assente em diferentes critérios e indicadores (condições físicas e humanas de funcionamento; quadros pedagógicos; projeto educativo próprio; sucesso escolar e sucesso académico; liderança, gestão e organização)". Tudo é motivo de avaliação e nessa hierarquia, obviamente, que os alunos não escapam. Exames e testes intermédios é o que está a dar. Ora, a questão não é da avaliação em si própria, porque todos os sistemas devem ser avaliados, com uma marca formativa, para que possam ser introduzidas as necessárias correcções e regulações, o problema está em não dispor de um Sistema Educativo para o nosso tempo, através de "uma visão sofisticada", preferindo-se manter o acto avaliador numa escola que não induz na "melhoria do ensino e das aprendizagens". Tem absoluta razão o meu distinto Amigo Professor Domingos Fernandes.
Ilustração: Google Imagens.
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