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terça-feira, 30 de novembro de 2010

COMISSÕES ESPECIALIZADAS EM QUÊ?


Falo desta maneira porque não tenho jeito para fazer-de-conta. Ou há trabalho político ou tudo não passa de uma espécie de vigarice, permitam-me o termo. Porém, a maioria parlamentar assim não entende. Para quê analisar o Orçamento? Para quê discutir as opções políticas se, ao cabo e ao resto, é assim porque é assim e ponto final?

Há muita máscara
na Assembleia L. da Madeira
Será que eu e todos os que se opõem estão errados? Quando uma Comissão Especializada marca uma reunião para discutir o Plano e Orçamento da Região, subjacente está a intenção de o analisar e debater, sectorialmente, tais documentos. Se assim não é, pergunto, que razão de ser tem a reunião? Reunir apenas para dizer que o Plano e Orçamento está em condições de ser apreciado pela 2ª Comissão Especializada em Economia, Finanças e Turismo? Não faz o menor sentido. Se se marca uma reunião, de acordo com o Regimento da Assembleia é porque faz todo o sentido, sector a sector da governação, "mergulhar" dentro do Plano e Orçamento para perceber os porquês das opções políticas. Penso que isto é pacífico. De outro modo não faz sentido reunir. E falo desta maneira porque não tenho jeito para fazer-de-conta. Ou há trabalho político ou tudo não passa de uma espécie de vigarice, permitam-me o termo. Porém, a maioria parlamentar assim não entende. Para quê analisar o Orçamento? Para quê discutir as opções políticas se, ao cabo e ao resto, é assim porque é assim e ponto final?
Ora, numa perspectiva destas, os Deputados nem conta dão que se negam a si próprios e desprestigiam o designado trabalho parlamentar. Porque uma coisa para mim também é pacífica: aceito o resultado de uma votação, resultado esse que antes de qualquer debate já está definido, eu sei, mas não aceito que não se debata, não se ouça, não se troquem opiniões políticas sobre as matérias. Primeiro o debate, o confronto das ideias, só depois a votação e essa, enfim, espelha o que o povo sufragou nas urnas.
Perguntará o meu leitor, então, porque razão não é assim? Obviamente, porque o PSD detesta quem se lhe oponha, vocifera, como ainda ontem aconteceu na Comissão de Educação, sobre todos quantos queiram, civilizada e democraticamente, expor os seus pontos de vista. O objectivo é claro, esconder, esconder e esconder. A força de uma maioria nas Comissões, formadas por 7 elementos do PSD e dois da oposição, determina a conjugação desse verbo em todos os tempos e modos. Esconder outras verdades sobre o Orçamento, esconder as fragilidades, esconder as opções erradas, esconder os investimentos não prioritários, esconder o drama que a população está a viver, desde os empresários até aos pobres e desprotegidos. Escondem tudo e tomando a sua verdade como absoluta.
O que fazer, perante um quadro destes? Dir-se-á que compete ao Povo resolver esta situação. É verdade que sim, mas como? Quando toda a sociedade está manietada, controlada, arregimentada, quando o medo é transversal, quando, grosso modo, não há banda de música, clube, associação, casa do povo, Junta, Câmara, que não esteja sob olhar atento da engrenagem política? Quando a Assembleia está bloqueada pela "voz do dono", onde tudo se chumba sem uma discussão séria e profunda, quando são mais valorizados os fait-divers do que a palavra dos Deputados, quando tudo aquilo funciona debaixo de uma inexorável ordem determinada pelo "livrinho" laranja?
A única coisa que sei e, daí, a minha inabalável esperança, é que este ciclo caminha a uma velocidade estonteante para o seu fim. Há aqui um cocktail explosivo composto por uma crescente legião de desempregados, pobreza, aflições empresariais e, por maior que seja o cerco que o poder faça, através de variadíssimos processos, o estoiro acabará por se dar. Será a própria população a dizer BASTA. Aí, de nada valerão as contínuas desresponsabilizações políticas, remetendo para longe, para a República, aquilo que é dever dos órgãos de governo próprio. Enquanto isto não acontece, a luta continuará. Não desisto!
Ilustração: Google Imagens.

segunda-feira, 29 de novembro de 2010

PLANO E ORÇAMENTO PARA A EDUCAÇÃO (2011)


Se, em 2010, o sistema funcionou com grandes dificuldades, imaginem as comunidades educativas como será 2011 com menos 8,7 milhões de euros que em 2010. Haverá dinheiro para pagar os professores e pouco mais.

FINALMENTE... A LÍNGUA GESTUAL NA TELEVISÃO


Com mais e melhor Educação a par de uma ruptura com o actual sistema em que se funda a Economia, em compaginação com verdadeiras políticas de família, poderemos sair desse círculo vicioso da Pobreza. Será necessária a Língua Gestual para perceberem?

Vale sempre a pena lutar...

Duas notas:
LÍNGUA GESTUAL. Foi hoje anunciado, curiosamente, não pela direcção da RTP, mas pela Directora Regional de Educação Especial e Reabilitação (interessante este facto), que a RTP-Madeira passará a dispor, na informação da tarde, de duas tradutoras de Língua Gestual. Só não disse, nem podia, que esta tinha constituído uma luta do Grupo Parlamentar do PS-Madeira, há mais de um ano e que, no último Dia Nacional da Língua Gestual Portuguesa (15 de Novembro), à porta da RTP, uma conferência de Imprensa, que registou a presença de uma intérprete, o Deputado Dr. Bernardo Martins, uma vez mais, tinha colocado em evidência esta necessidade. Ainda bem que o problema começa a ser resolvido, mas, politicamente, o seu a seu dono! 
O Governo teima em não
fazer um estudo sobre
a pobreza... e ela cresce!
POBREZA. Ontem, assisti a uma "audição pública", promovida pelo BE, sobre a pobreza. Valeu a pena corresponder a este simpático convite do Deputado Roberto Almada. Aprende-se sempre e sobretudo porque estes momentos ajudam a reflectir, a partir dos dados que os oradores trazem. Já que na Assembleia Legislativa isso não é possível.
Uma vez mais, aqui esteve o Dr. Roque Martins, aquele que foi "despedido" por ter dito, enquanto Presidente do Centro Regional de Segurança Social, que a pobreza, na Madeira, se situava entre 20 a 22%. Hoje, assume, que se encontra acima dos 30% e que irá aumentar nos próximos tempos. Entre o muito do que sublinhou na sua intervenção, gostei de ouvi-lo assumir que só há uma forma de romper com o círculo vicioso da pobreza: através de um sistema educativo de qualidade. De facto, só com pessoas qualificadas podemos ter esperança num futuro melhor. Com mais e melhor Educação e, digo eu, a par de uma ruptura com o actual sistema em que se funda a Economia. Estes dois sectores, compaginados com verdadeiras políticas de família, possibilitará sair desse círculo vicioso. O problema é que este Plano e Orçamento da Região para 2011, não garante qualquer saída. Será um ano perdido no combate e, pior, de agravamento da situação.
Ilustração: Google Imagens.

domingo, 28 de novembro de 2010

CUMPRIR O PROGRAMA DE 2004/2011


O problema é que o Governo não tem esse engenho, essa capacidade para perceber que ao olhar apenas para o acto eleitoral, está a prejudicar a população, está a prejudicar a criação de emprego, está a prejudicar as famílias, está a acelerar cada vez mais o drama da pobreza. É por isso que este Plano e Orçamento estão errados de raíz.

A inversão das prioridades
em função de recursos escassos.
"O orçamento tem um pressuposto principal que é o cumprimento das promessas eleitorais. Estamos no último ano da actual legislatura e compete ao Governo fazer o que prometeu". Esta posição do Senhor Deputado Dr. Jaime Filipe Ramos, do PSD, não pode ter a minha concordância. É lógico que, por uma questão de princípio, os governos devem cumprir o que prometem. Se assim não for, podemos estar a falar de fraude eleitoral no domínio das opções dos eleitores em função dos programas apresentados.
O problema, porém, em função do quadro económico e social, não reside aí. A gravidade da situação regional é tal que obriga a opções muito claras na distribuição dos recursos financeiros que, como se sabe, são sempre escassos. Por isso, seria do mais elementar bom senso político, o não cumprimento da obra dita física, dedicando esse recurso escasso àquilo que é prioritário. E o prioritário, não é um campo de golfe, mais uma piscina, mais um pavilhão, mais um acesso qualquer, apenas para que o governo possa dizer que cumpriu o seu programa. Aliás, programa este que nem é de 2007/2011, mas sim de 2004/2011. Em 2007, recordar-se-ão os que me lêem, que o PSD não apresentou programa. Foi dito, claramente, que devido à Lei das Finanças Regionais (que embuste que foi esta história, apenas para provocar eleições!), o governo sentiu a necessidade de provocar eleições antecipadas para beneficiar de um novo ciclo (2007/2011) onde pudesse cumprir o seu programa apresentado em 2004. O PSD o que quer cumprir é uma promessa para quatro anos diluída por oito anos.
Mas mesmo sendo esta a realidade factual à luz da história e dos documentos, e sendo a situação da Região particularmente grave, parece-me óbvio que as grandes opções do Plano e Orçamento deveriam ter uma outra matriz. O problema é que o Governo não tem esse engenho, essa capacidade para perceber que ao olhar apenas para o acto eleitoral, está a prejudicar a população, está a prejudicar a criação de emprego, está a prejudicar as famílias, está a acelerar cada vez mais o drama da pobreza. É por isso que este Plano e Orçamento estão errados de raíz. A filosofia sobre o qual assentam os seus princípios orientadores, visando o "cumprimento das promessas eleitorais", obviamente que desviam os recursos financeiros para aquilo que convém do ponto de vista partidário, mas não certamente à maioria do Povo que está a passar mal. Há, aqui, uma inversão de prioridades que o Povo não tem capacidade para se aperceber. Mas, o Senhor Deputado Dr. Jaime Filipe Ramos, sabe, ora se sabe!
Ilustração: Google Imagens.

sábado, 27 de novembro de 2010

ROUBO À MADEIRA POR MÁ NEGOCIAÇÃO


"Os socialistas roubaram-nos na zona franca?". Mas qual zona? Então não foi o presidente do governo que foi para Bruxelas apresentar a Madeira como Região rica e que, por isso mesmo, fez com que a Madeira tivesse perdido 500 milhões de Euros? Com que então foram os socialistas! Essa é boa. 


O Euromilhões deixou, na Madeira, 44 milhões de Euros. Uma sociedade constituída por 20 apostadores cada um arrecadou 2,6 milhões de Euros. Até aí tudo bem. Parabéns aos felizardos e, segundo se sabe, tratando-se de pessoas das zonas altas e com dificuldades, como diz o Povo, que "Deus lhes acrescente".
O problema agora é tentar compreender porque raio a RTP-Madeira meteu o microfone à frente da boca do presidente do governo. Ridículo. Serviu, apenas, para o presidente do governo fazer dois em um, isto é, colar-se à Igreja e bater nos socialistas: "Vejo nisto a mão de Deus. Os socialistas roubaram-nos na Zona Franca e Deus repôs parte daquilo que eles nos roubaram". E isto foi para o ar. Estou mesmo a ver a disponibilidade do Primeiro-Ministro para comentar o Euromilhões que, eventualmente, venha a contemplar um grupo de Freixo de Espada à Cinta! Ridículo, porque se alguém tinha de ser ouvido, esses seriam os contemplados. Justificava-se, por isso, a reportagem nas zonas de onde são oriundos os apostadores, mesmo considerando a dificuldade em chegar às pessoas. O presidente do governo, por favor, esse não, tirem-me desse filme. 
Depois, "os socialistas roubaram-nos na zona franca?". Mas qual zona? Então não foi o presidente do governo que foi para Bruxelas apresentar a Madeira como Região rica (consequência de um PIB irreal) e que, por isso mesmo, fez com que a Madeira tivesse perdido o estatuto que a colocava em Região Objectivo 1, passando para Objectivo 2 e, por isso mesmo, perdeu 500 milhões de Euros?
Na RTP-M ninguém conhece a história? Ninguém tem presente que há mais de um ano os socialistas, na Assembleia Legislativa da Madeira, não há discurso que não coloquem em destaque esse gravíssimo prejuízo para a Madeira, da responsabilidade única e exclusiva do presidente do governo regional? Onde está o rigor e o bom senso de não se deixar ir nessa cantilena de baralhar as pessoas e de massacrar, neste caso, o PS-M? Um jornalista é muito mais do que um "transportador de microfone", tampouco a televisão da Madeira emite apenas para o circuito fechado da Rua dos Netos!
Nisto, não vejo a mão de Deus... vejo uma clara distracção do Altíssimo.   
Ilustração: Google Imagens.

TURISMO AOS SOLUÇOS E SOLAVANCOS


"Até pelo modesto 69.º lugar no ranking da revista National Geographic Traveller sobre as ilhas mais atractivas do ponto de vista ambiental para os turistas, o PS atribui ao deficiente ordenamento turístico a responsabilidade por um "rombo no destino Madeira". Tudo devido ao tipo de "instrumentos de planeamento em vigor", que cedem à "tentação de aprovar sem critério, sem regras e ao arrepio de um destino de qualidade".

Já não há nada a esperar
da actual Secretaria.
Os dados são claros
e esvaziam a demagogia.
O deputado do PS, Dr. Carlos Pereira, numa análise publicada hoje no DN, "recorda um estudo encomendado pela Região em 2006 que evidenciou a ausência de um plano estratégico, a construção excessiva e frágil agressividade na política de comunicação e promoção turística. Conclusões que "o governo ignorou", levando aos resultados verificados nos últimos anos.
O ano passado, o rev-par (rendimento médio por quarto disponível) foi de 30,8 euros. Tendo em conta que 50% dos alojamentos são em hotéis de 4 e 5 estrelas, observa Carlos Pereira, percebe-se a "acumulação de défices no sector e junto de cada empresa dedicada à hotelaria".
As estatísticas são claras e, segundo o PS, esvaziam "a demagogia do governo PSD". O pior é que, conforme os números apresentados por Carlos Pereira, não se trata de uma situação "meramente conjuntural": "Em 1998, a taxa de ocupação da RAM era de 64% e em 2009 de 52,1%", compara. "Estamos perante uma diminuição de 12 pontos percentuais. Em 1998, o rev-par ultrapassava os 45 euros. Em 2009, fica-se pelos 30 euros. E em 2010, a situação ainda agrava-se mais."
Ilustração: Google Imagens.

A ARTE DE BARALHAR E DAR DE NOVO



O Presidente, qual metáfora, dir-se-á que, perante mais esta situação, mostrou-se um exímio ginasta: piruetas, flic-flac à retaguarda, queda facial invertida (pino) seguida de "cambalhota" em frente, enfim, o que hoje é verdade, amanhã, já não é bem assim. Foi contra a entrada do FMI em Portugal e agora já se diz a favor. A contrária também é verdadeira. Entre duas posições meia dúzia de dias face às circunstâncias.

Quem terá maior deficiência auditiva:
O Presidente ou o Povo?
Há dias, ouvi e li declarações do Presidente do Governo Regional da Madeira, relativamente à "Greve Geral" de 24 de Novembro. A ideia que fiquei foi a de que o Presidente não só compreendia e defendia, como entusiasmava os trabalhadores a  manifestarem-se. Até recebeu, em audiência, o que para mim foi esquisito, o secretário-geral da UGT.
Desde já, enquanto governante, julgo que deveria ter assumido uma postura de algum recato, porque é governante, porque se trata de um direito Constitucional e, além do mais, as decisões pertencerem ao mundo dos parceiros sociais e do direito dos trabalhadores à indignação. A postura do Presidente quis-me, assim, parecer a de dar fogo a uma legítima revolta contra as medidas de austeridade do Continente. Tiros políticos para lá, como se a Região não dispusesse de órgãos de governo próprio com capacidade para atenuar tais medidas. Melhor dizendo, uma claríssima preocupação em colocar o acento tónico da desgraça no "inimigo externo". Enquanto tal acontece, esta é a sua sesível preocupação política, o "povo superior" continuará, por aqui, distraído e convencido que o líder local é uma figura imaculada e providencial!
Aliás, este constitui um filme de tantas vezes repetido que já não há paciência para o visionar. A tecla é sempre a mesma, a da fuga às responsabilidades políticas locais. E o interessante disto, face ao seu evidente objectivo em ajudar uma greve contra Lisboa, por razões variadíssimas, entre as quais a pobreza, a precariedade, etc., a greve acabou por não ter, na Madeira, uma significativa expressão. Mas o "chefe" não desarmou, tomou a "derrota" (no plano das intenções) numa vitória. Falhado o seu incentivo à greve, veio logo dizer que "(...) o povo madeirense que é um povo inteligente e que tem uma cultura de trabalho, não está para perder um dia de salário por causa das tontices de Lisboa (...) e, portanto, o povo madeirense, na sua inteligência, (...) na altura devida, vai castigar nas urnas quem os trouxe para esta situação".
O Presidente, qual metáfora, dir-se-á que, perante mais esta situação, mostrou-se um exímio ginasta: piruetas, flic-flac à retaguarda, queda facial invertida (pino) seguida de "cambalhota" em frente, enfim, o que hoje é verdade, amanhã, já não é bem assim. Foi contra a entrada do FMI em Portugal e agora já se diz a favor. A contrária também seria verdadeira. Entre duas posições meia dúzia de dias face às circunstâncias. E sai sempre bem, naturalmente, devido à anestesia que o sistema, diariamente, "recarga" por toda a Região, uma vezes recorrendo aos serventuários do regime, outras, à propaganda através da nomenclarura.
A questão que cada vez mais se coloca é a de saber como sair deste quadro armadilhado, deste terreno minado por todas as saídas, como romper este círculo vicioso, como iluminar, a curtíssimo prazo, as cabeças do Povo, fazendo-as ver que está a ser enganado, que este é um caminho errado e que, percorrendo-o, ao sofrimento apenas acrescentará mais sofrimento?
Ilustração: Google Imagens.

sexta-feira, 26 de novembro de 2010

O CIRCO



Porém, o artista mor, por humildade, não se predisporá a discutir o circo e o seu futuro, remeter-se-á ao silêncio, por detrás do pano, enquanto outros tocam velhos instrumentos, desafinados e com fífias a mais, porque a vista já não alcança a pauta.

 

Aproxima-se a hora de mais uma sessão circense. A "festa" inclui o circo, com as atracções do costume, os artistas com trinta e tantos anos de profissão no contorcionismo, no equilibrismo, no trapézio sem rede, na arte malabarista e em outros números que escuso enquadrar. Senhoras e Senhores, meninos e meninas, bem-vindos ao circo do Plano e Orçamento da Região para 2011.
A tenda está montada, velha e esburacada, mas o espectáculo tem de continuar, embora a Região esteja de pantanas nos planos económico, financeiro e social. Importante é que a número passe: "AJJ na Região das Maravilhas". A música celestial anunciará bem-estar e desenvolvimento humano, pleno emprego como marca, pobreza como invenção da "esquerdalhada", falências normais pelo dinamismo da economia, hotéis a abarrotar, 1040 dias para liquidar as facturas da saúde como prazo honesto, pujança da economia do Porto Santo, Povo educado, culto, viajado e que  tudo funciona em um quadro de absoluta "tranquilidade". A música da felicidade. Conseguiu-se, até, a região demarcada do "rum", indiscutivelmente, uma grande conquista da Autonomia!
Porém, o artista mor, por humildade, não se predisporá a discutir o circo e o seu futuro, remeter-se-á ao silêncio, por detrás do pano, enquanto outros tocam velhos instrumentos, desafinados e com fífias a mais, porque a vista já não alcança a pauta.
Mergulhar na Madeira real? Para quê, se o problema é todo do Continente (e da Constituição) e, por aqui, não temos nem Assembleia, nem Governo, nem Estatuto e, já agora, nem Orçamento!
Nota
Opinião, da minha autoria, publicada na edição de hoje do DN-Madeira.
Ilustração: Google Imagens.

PLANO E ORÇAMENTO DA MADEIRA PARA 2011 (II)

PLANO E ORÇAMENTO DA MADEIRA PARA 2011 (I)

A PROPÓSITO DE HOMENS COM h MINÚSCULO


(...) Vem este breve intróito espirituoso para tentar refrear a ira e o rubor intensos que sinto ainda borbulhar cá dentro, a propósito dos comentários inqualificáveis que um miserável do futebol - esse desporto insano - produziu a seu respeito (...).

O presidente do Nacional
marcou um golo
na própria baliza.
Recebi um comentário, de V.D'A, a propósito das desabridas declarações do presidente do C. D. Nacional. Trata-se de uma peça que aqui publico, não pelas considerações a meu respeito, obviamente, mas pelo que este texto carrega de pensamento profundo. Obrigado.

"Os jovens têm direito aos sonhos, os jovens adultos, aos ideais impulsionadores que deveriam comandar sempre as suas vidas, mas aos mais velhos e experientes, a vida só lhes reserva - temos de reconhecer - banhos frios para o resto do caminho!
Eu, que já vou ostentando o esplendor dos lustres baços, já ordenei com vigor ao oficial de dia que opera a minha alma: "arregimenta-te sempre contra os homens sem escrúpulos e contra a maldade humana, ainda que o frio te corroa os ossos!"
Mas esta acção penitente de resistência, que nos deveria emoldurar o rosto à feição de um Santo (de nosso gosto), abre-nos muitas vezes e ao invés certas rugas e dobras na pele que vamos vendo surgir subitamente - ao espelho.
Vem este breve intróito espirituoso para tentar refrear a ira e o rubor intensos que sinto ainda borbulhar cá dentro, a propósito dos comentários inqualificáveis que um miserável do futebol - esse desporto insano -produziu a seu respeito.
O despeito, a arrogância, a inqualificável baixeza moral e de personalidade que cedo se evidenciaram no referido personagem, e que sem dúvida alguma o vêem elegendo como um verdadeiro "inimigo público" a ter em conta nesta nossa mal conjurada Região, obrigam-me a partilhar consigo a minha visão idílica - utópica e desabrida é certo - do que deveria ser a justiça para estes casos extremos: encarcerar-se a vil figura num jazigo civil para vivos, até que a salubridade pública e as regras da inumação camarária determinassem o enterro obrigatório do material exposto - na terra barrenta. Eis pois! E assim teríamos vislumbrado, para nosso consolo e depois de muito esquadrinhar, a única virtude que se lhe encontrará em vida: vir a servir de alimento aos vermes depois de finado.
Um abraço e lute, lute sempre…. contra a CANALHA que nos rodeia e que nos amputa os sonhos e os ideais".

Ilustração: Google Imagens.

quinta-feira, 25 de novembro de 2010

COMUNICADO DA DIRECÇÃO DO PS


"O Governo do PSD-Madeira é chefiado por um antigo e convicto apoiante do regime fascista sustentado pela União Nacional, que hoje desbarata os dinheiros dos contribuintes em SAD’s desportivas sem resultados, parques industriais às moscas e marinas vazias, em vez de apoiar a economia, as famílias e as políticas sociais".



São 21:30 horas. Acabo de seguir o Telejornal da RTP-Madeira. Gostei.

A GROSSERIA E O ATAQUE VIL INVADEM A POLÍTICA


Quando a RTP-Madeira destaca o acessório, a grosseria, o ataque vil, obviamente que só tem dois caminhos: ou não divulga o acessório; se o divulga é do mais elementar princípio deontológico ouvir as partes. Não o fez, e pior do que isso, permitiu, sem reação contrária, que o presidente do Nacional fizesse uma declaração de intenção relativamente ao sentido de voto nas próximas eleições regionais. Lamentável.


A iligítima confusão entre
o desporto direito de todos,
e o futebol profissional...
 Há dias, o presidente do C. D. Nacional resolveu insurgir-se contra as posições do PS no que concerne ao seu posicionamento político, no âmbito dos apoios ao futebol profissional. Daí resultou um comunicado de resposta publicado no Diário de Notícias da Madeira (aqui) e que eu reproduzi neste blogue. Um comunicado político e sem qualquer ofensa pessoal. Não é por esses ínvios caminhos que me guio, tampouco o grupo parlamentar do qual faço parte.
A luta política e a divergência de opinião é salutar e importante quando balizada nos argumentos políticos. Quando resvalam para o campo pessoal, da mentira, da insinuação torpe e do envolvimento de outras pessoas, quando o tema sai da esfera da discussão do essencial para outros domínios, obviamente, que caracterizam e bem a personalidade(s) que assim se comporta(m). O descabelado ataque à minha pessoa que ouvi através do Telejornal de ontem, julgo que numa conferência de imprensa do presidente do C. D. Nacional, segue a linha do politicamente infâme, do livrinho da malidicência e da porcaria. Para esse "peditório" não dou. O acto, absolutamente nojento, as palavras ditas, azedas e descontextualizadas teve o pronto acompanhamento da RTP-Madeira. Confesso que não esperava que fossem tão longe e, quando digo isto, refiro-me à negação do princípio do contraditório, da audição das partes, do direito da pessoa ostensivamente visada ser ouvida na mesma peça. Mas, não, permitiram que aquele "senhor" destilasse todo o ódio, por um lado, sem fazer referência (leitura) ao texto do comunicado do PS, muito menos ouvindo a parte contrária. Se as palavras do presidente do Nacional apenas tivessem em conta as públicas posições do Partido Socialista em matéria de política desportiva, tudo seria pacífico. Quando a RTP-Madeira destaca o acessório, a grosseria, o ataque vil, obviamente que só dispunha de dois caminhos: ou não divulgava o acessório ou, divulgando-o, teria, no mais elementar princípio deontológico, ouvir as partes. Não o fez, e pior do que isso, permitiu, sem reação contrária, que o presidente do Nacional fizesse uma declaração de intenção relativamente ao sentido de voto nas próximas eleições regionais. Lamentável.
Esta manhã recebi um telefonema da RTP, perguntanto se eu queria responder ao presidente do Nacional. Pior emenda que o soneto. Fiquei com a sensação que queriam "sangue", a exploração do acessório e, por esse caminho, não entro. Chegaram tarde, catorze horas depois da borrada! Ontem, aceitaria o contraditório. Hoje, NÃO. O problema resolver-se-á junto do Conselho de Administração da RTP e junto da Entidade Reguladora da Comunicação Social.
Pior, ainda, o mais execrável das declarações e da sua edição foi terem trazido à colação um brilhante atleta que, em 1988 esteve nos Jogos Olímpicos de Seoul (Coreia do Sul). Aí, senti, confesso, um aperto na garganta, porque tocou numa pessoa que muito estimo, que teve um percurso brilhante como atleta de eleição (Jogos Olímpicos, Mundiais e Europeus) e que hoje é um fervoroso pai e chefe de uma família exemplar. Ofender, vinte e dois anos depois, quem nada tem a ver com o exercício da política constitui uma inqualificável maldade. É um absurdo. Ofendeu um madeirense que é "Medalha de Mérito Desportivo da Região" deixando no ar uma insinuação que a Justiça se encarregará de julgar. O presidente do Nacional deve-lhe públicas desculpas.
Duas notas finais: primeira, se ao longo da vida demonstrei e aperfeiçoei alguma capacidade de organização e de trabalho, devo-a às responsabilidades que assumi no tempo da Mocidade Portuguesa, organização à qual tínhamos inicialmente de pertencer, não no plano ideológico (que não senti) mas no plano das actividades. Não havia grande diferença com os Escuteiros. Fiz muito desporto e participei em muitas acções de solidariedade social que, aliás, ainda há dias, aqui escrevi e publiquei fotografias minhas desse tempo (fardado!); segundo, o meu diferendo com o Dr. Alberto João Jardim é político. Ele nada me deve nem eu nada lhe devo. Fartou-se de me insultar, isso sim, ao longo da vida, tal como outros do seu rebanho. Respondi quando tinha de responder e ponto final. E continuarei a fazer, sempre que se justificar.
Uma nota final: Muito obrigado a todos quantos me manifestaram a sua solidaridade perante este ataque que não tem nada de político.
Ilustração: Google Imagens.

quarta-feira, 24 de novembro de 2010

ESCÂNDALO NACIONAL


Libertaram-se dos debates incómodos, mas deram mais um tiro na DEMOCRACIA. Pobre Povo que se deixa governar por pessoas que assim se comporta! O Parlamento não é um lugar para "palhaçadas". O Parlamento é um Órgão que emana do Povo e esse Povo, estou certo, se estivesse atento, perceberia que estes senhores estão a mais, envergonham-no com as suas atitudes.

"Quem semeia ventos
colhe tempestades"
Não me resta a mais pequena dúvida que o que se passou esta manhã, na Assembleia Legislativa da Madeira, constitui a mais evidente prova do descalabro do exercício da política na Região. O mais evidente desprestígio do primeiro órgão de governo próprio.
Ninguém com um mínimo de bom senso e de respeito pelos mais elementares princípios democráticos, por razões "absolutamente atendíveis" (aqui, sim), obviamente, teria suspendido a sessão plenária. Aquilo que se passou seria impensável nas Assembleias da República ou da Região Autónoma dos Açores. O que se passou corresponde ao bloqueio total da Democracia. E muito sinceramente, pasmo, como é possível gente adulta e respeitável, no plano político comportar-se daquela maneira.
Estranho, não é, até porque este filme já aconteceu em um outro momento. Fizeram exactamente o mesmo, só que agora de forma premeditada, o que é muito grave. "Despachar" 43 pontos da agenda de trabalhos em cerca de duas horas é um caso que pede a intervenção do Presidência da República e, talvez, das instâncias europeias. É a DEMOCRACIA que está em causa, o respeito pelos partidos e o funcionamento normal da instituição Assembleia. O problema é que estão todos coniventemente calados. Mas também serão responsabilizados na hora certa, pelo que não fizeram e pelo seu silêncio cúmplice.
Passam-se semanas sem um único plenário e logo no dia de "greve geral", o PSD, fruto da sua maioria absoluta, impôs um plenário, premeditado, sem um pingo de compreensão pelos grupos parlamentares e representações de partido, solidários com essa decisão das organizações de trabalhadores. "Limparam" a agenda, cujos projectos "chumbados" não poderão voltar a ser apresentados nesta sessão legislativa. Libertaram-se dos debates incómodos, mas deram mais um tiro na DEMOCRACIA. Pobre Povo que se deixa governar por pessoas que assim se comporta!
O Parlamento não é um lugar para "palhaçadas". O Parlamento é um Órgão que emana do Povo e esse Povo, estou certo, se estivesse atento, perceberia que estes senhores estão a mais, envergonham-no com as suas atitudes. Fazem o Regimento da Assembleia de acordo com os seus interesses, bloqueiam a palavra, chumbam tudo sem a mínima atenção pelo conteúdo das propostas, comemoram as efemérides que lhes interessam, mas negam o 25 de Abril, chumbam os inquéritos e/ou audições parlamentares, ofendem, insultam, enfim, fazem daquele espaço um recreio.
Não é esta a Assembleia na qual desejaria estar enquadrado. Desejo uma Assembleia de políticos com P maiúsculo, que debatam com seriedade as propostas que por ali passam, independentemente, do resultado da votação final. Pertenço a um Parlamento para o qual trabalho para que tudo seja deitado no lixo. Tenho em mãos um diploma com 180 artigos que levou meses a elaborá-lo. Sei que será "chumbado". Um trabalho inglório que apenas fica "para memória futura". E tal como eu, tantos trabalham para nada ser minimamente considerado. Apenas lhes interessa o poder pelo poder, a cadeira e a castração do pensamento. Eu sentiria vergonha, confesso. 
"Quem semeia ventos colhe tempestades", diz a sabedoria popular. É isso que estão a fazer.
Ilustração: Google Imagens.

ESCÂNDALO NACIONAL


Entre as 10:30 e as 13:00 horas, com intervalo regimental pelo meio, o PSD "limpou" tudo, sem discussão, na mais descarada ofensa aos princípios e valores da Democracia.

Esta Assembleia Legislativa
da Madeira é um vazio!
A situação conta-se em poucas palavras. Hoje, dia de greve geral, vários partidos decidiram, uns não comparecer na Assembleia, outros, apenas marcar uma presença na primeira parte do dia de trabalhos, aproveitando a oportunidade, legítima, para anunciar que abandonariam o plenário por solidariedade para com os trabalhadores. Estavam agendados 43 pontos na Ordem de trabalhos, apenas um, à parte os diplomas para votação final global, tinha origem no Governo. A ausência de vários partidos levou o grupo parlamentar do PS a apresentar o seguinte requerimento:

"Senhor Presidente,
Na Conferência de Representantes dos Grupos Parlamentares, o Partido Socialista absteve-se relativamente à marcação de uma sessão plenária no dia de hoje, face à marcação de uma greve geral. Nessa Conferência de Representantes ficou também assumido que o dia 07 de Dezembro ficaria reservado para votações finais globais.
Entretanto, a ausência, nesta sessão, dos partidos proponentes de vários projectos constantes da agenda, determina que o PS requeira a suspensão dos trabalhos, uma vez que não nos parece correcto, no plano político, face às características específicas do dia de hoje, e por respeito aos partidos em causa, realizar-se o debate de matérias que exigiriam a sua presença. Aliás, é comummente aceite, em sede de Comissões Especializadas, o mesmo procedimento, quando, por qualquer razão o partido proponente não se encontra presente".

O requerimento foi "chumbado" pela maioria PSD. Face às circunstâncias, o grupo parlamentar do PS, logo seguido pelo CDS/PP, abandonou os trabalhos. Isto, por volta das 10:30 horas. O PSD, aproveitou, então, para votar contra as todas as propostas, exceptuando uma, do PCP, que se destina a que a República pague um complemento de pensão aos que beneficiam do Complemento Solidário de Idosos (votou a favor porque é para outros pagarem!). Entre as 10:30 e as 13:00 horas, com intervalo regimental pelo meio, o PSD "limpou" tudo, sem discussão, na mais descarada ofensa aos princípios e valores da Democracia. 
Trata-se de um "ESCÂNDALO NACIONAL", uma VERGONHA para o prestígio da Assembleia, que deveria impôr uma intervenção do Presidente da República. Mas que raio de Democracia esta e que raio de respeito existe pelos partidos?

DEMOCRACIA OU DITADURA, EIS A QUESTÃO!


Relativamente ao financiamento dos partidos políticos, a figura em questão deve, sim, perguntar ao Povo se deseja a Democracia ou se prefere a Ditadura. E deve perguntar ao Povo se quer milhões para estádios de futebol ou se deseja melhor sistema de saúde, melhor sistema de educação, melhor protecção social e empresas capazes de gerarem empregos.

Já houve quem quisesse
suspender a Democracia...
Relativamente às declarações do Engº Rui Alves, a propósito do financiamento à actividade desportiva profissional e considerando que apresentei, em nome do Grupo Parlamentar do PS, na Assembleia Legislativa da Madeira, um projecto de Decreto Legislativo Regional, entendo assumir o seguinte:
1. O Engº Rui Alves deve dedicar-se aos assuntos da bola. Não é aceitável que utilize a capa de dirigente desportivo para fazer política partidária ao serviço do PSD. Não deve até por respeito à centenária e respeitável instituição, C. D. Nacional e seus sócios.
2. Quanto às questões de natureza política, integre o seu partido, ascenda na hierarquia e defenda, com coerência, a sua estratégia, para que, um dia, não exija a extinção do IDRAM e dos apoios e, noutro, afirme o contrário. Aliás, não foi esta figura que disse que aspirava ser Presidente do Governo?
2.1. Entretanto, deve convencer o seu PSD, que leva 80% das subvenções partidárias, a reduzir os montantes globais em 30% tal como defende o PS.
3. Relativamente ao financiamento dos partidos políticos, a figura em questão deve, sim, perguntar ao Povo, se deseja a Democracia ou se prefere a Ditadura. E deve perguntar ao Povo se quer milhões para estádios de futebol ou se deseja melhor sistema de saúde, melhor sistema de educação, melhor protecção social e empresas capazes de gerarem empregos.
3.1. Quando aborda estas matérias, o citado empresário, deveria falar com a consciência limpa de quem não deve não teme. Deve favores ao Governo face aos milhões recebidos e, portanto, atacou o PS, instituição que nunca foi poder na Região, apenas para agradar ao seu “patrão” ideológico, na lógica das eleições regionais de 2011.
4. O que o Engº Rui Alves quis dizer é que está disposto a não aceitar o financiamento aos clubes desde que se acabe com a Democracia. E chegados a este ponto, desafio o Presidente do Governo a pronunciar-se, se apoia ou não este posicionamento. Ilustração: Google Imagens.

AUTONOMIA A PATACO


Eu não aceito a venda da Autonomia a pataco. Há uma História de Homens e de Mulheres, muito antes de 1974, que enquanto uns defendiam o Estado Novo, com artigos de opinião (vide "Voz da Madeira"), outros defendiam a Autonomia e foram perseguidos. Em memória desses e das minhas convicções, não estou disposto a perder o que foi conquistado.

Uma greve contra os mentores
deste desequilibrado Mundo.
Dia de greve geral. Um direito Constitucional dos trabalhádores. Pessoalmente, estou em greve contra este Mundo, contra os seus mentores e não apenas contra o País e contra a Região. E digo isto, porque a honestidade política leva-me a dizer que o ataque à população deve-se a muitos factores externos, a uma profundíssima crise internacional que levou, de uma ponta à outra do Planeta, à utilização de medidas extremamente penalizadoras para a esmagadora maioria do Povo que não contribuiu para essa crise. E a honestidade também leva-me a dizer que foi este mesmo governo da República que fez recuar o défice para 2,6 quando ele se situava em 6,83 no tempo dos governos do PSD e do CDS. Para não ir mais longe, ao tempo das vacas gordas, com o Primeiro-Ministro Cavaco Silva a deixar um défice de 8,9 do PIB. Isto é passado mas convém lembrar.
É evidente que ninguém aceita medidas penalizadoras de conquistas e de direitos conseguidos. Eu não aceito porque tenho uma outra visão do Mundo e da presença do Homem nesta efémera passagem do Homem pelo Mundo. E aqui o problema é muito claro: ou a Madeira utiliza a sua Autonomia para marcar a diferença, ou, então, despede-se da Autonomia e devolve-a à República, aliás, como parece que querem fazer com a Educação e com a Saúde.
Eu não aceito a venda da Autonomia a pataco. Há uma História de Homens e de Mulheres, muito antes de 1974, que enquanto uns defendiam o Estado Novo, com artigos de opinião (vide "Voz da Madeira"), outros defendiam a Autonomia e foram perseguidos. Em memória desses e das minhas convicções, não estou disposto a perder o que foi conquistado.
Entendo, portanto, que é aqui, na REGIÃO AUTÓNOMA, que este Governo  tem de decidir: ou tem capacidade para encontrar estabilizadores das medidas de austeridade, ou, se não tem, deve repensar se quer continuar a governar. Ilustração: Google Imagens.

terça-feira, 23 de novembro de 2010

UM NOVO HOTEL NO PORTO SANTO?


E temos razões de sobra para esta audição. Não vamos em histórias, porque já foram construídos dezenas de restaurantes pelas Sociedades de Desenvolvimento, em concorrência desleal com o sector privado, pelo que esta intenção deve ser devidamente esclarecida.


A AMEAÇA COMO "SOLUÇÃO"


Não o preocupou um livro lançado pelo Deputado Edgar Silva, dramático, porque põe a nu uma das maiores vergonhas sociais da Madeira-Nova, que se arrasta no tempo, mas quanto aos médicos e enfermeiros abespinhou-se de imediato. Curioso!


A terrível mania de quero
mando e posso.
Isto acaba mal!
Os regimes com tiques ditatoriais são assim, não analisam e não tentam resolver, seguem a via mais fácil, o "fuzilamento" na praça pública dos direitos e das pessoas. Não interessa saber quantos se manifestaram, mas quem organizou a manifestação. Rola-se a cabeça desse(s) e pronto, problema resolvido, através da intimidação e do medo. Por essa via tentam desmobilizar, fazer esquecer as razões mais profundas do grito de revolta, deixando junto do Povo a ideia de que são uns energúmenos os sujeitos que não querem trabalhar e, por isso, a empresa, mais cedo que tarde, "vai se ver livre de gente que perturba e não quer trabalhar". Estou a escrever sobre a greve dos médicos ortopedistas e, naturalmente, sobre as declarações do Presidente do Governo Regional.
Já andava a estranhar que o assunto não chegasse ao ponto da ameaça. Normalmente, quem abre a boca e tenta discordar, primeiro, é enxovalhado e, depois, ameaçado com o Tribunal. Desta vez é o despedimento. Uma declaração, penso eu, para não levar a sério e que apenas se enquadra na lógica da intimidação. Não é para levar a sério, simplesmente porque o caso é muito sério, uma vez que pode ser o rastilho para outras tomadas de posição entre os médicos das várias especialidades. Pode haver aqui o efeito de contágio e de solidariedade. E a entrar por aí seria o descalabro completo do Serviço Regional de Saúde.
Mas não deixa de ser preocupante esta tentativa de condicionamento. De bom senso seria a abertura do diálogo, sincero e disponível, com os médicos, os enfermeiros e com os parceiros sociais. De bom senso seria a negociação capaz de todos perderem um pouco para que o sistema ganhasse muito. Mas não, esta terrível mania de quero, mando e posso, esta mania de impor contra a vontade, esta necessidade de sentir que existe uma cega obediência hierárquica, esta forma de abafar os problemas, do meu ponto de vista, só trará mais problemas para resolver.
E cada dia que se passe a situação tenderá para o conflito aberto. Foi, por isso, que o PS pediu, há várias semanas, ao Senhor Representante da República, que servisse de mediador neste conflito. O problema é grave e quando o digo, não é que o domine nas suas razões mais profundas. O que sei é do domínio público, está aos olhos de todos que ninguém se entende, que o Secretário não é um interlocutor válido, que o Presidente do SESARAM não risca nada neste processo, que o Presidente do Governo lança combustível sobre o fogo e daí a necessidade de uma mediação, discreta, obviamente, porque a Região tem órgãos de governo próprio, mas necessária porque com a Saúde ninguém deve "brincar".
Não tendo nada a ver com o assunto em causa, não deixa de ser curioso, por parte do Senhor Presidente do Governo Regional, o seu silêncio relativamente à denúncia sobre a existência de prostituição infantil na Madeira, mas em relação aos médicos venha desferir a ameaça. Não o preocupou um livro lançado pelo Deputado Edgar Silva, dramático, porque põe a nu uma das maiores vergonhas sociais da Madeira-Nova, que se arrasta no tempo, mas quanto aos médicos e enfermeiros abespinhou-se de imediato. Curioso!
Ilustração: Google Imagens.

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

PORCO, DISSE ELE!


À política o que é da política e à Justiça o que é da Justiça. Ponto final! O que não são admissíveis são as palavras que saem boca fora. Desta vez foi a palavra "porco".

Até o verdadeiro porco
coloca uma máscara!

Desconheço os pormenores, mas o assunto gira em redor de uma "acção popular" que coloca em causa a "legalidade" de transmissão do espaço público, Estádio dos Barreiros, para o domínio privado. Conheço a história, tenho um longo documento que, aliás, é público e que explica este assunto, mas não quero entrar por aí. Centro-me na linguagem do presidente do governo regional quando, a este propósito, foi abordado pela TSF. Depois de assumir que desconhecia os contornos da citada "acção popular", o presidente considerou "porco" quem a promoveu e que aquela era uma atitude contra a Madeira. 
Ora bem, pode custar ao governo ter de confrontar-se com situações destas, mas são totalmente legítimas. Em democracia o reino não é o do "come e cala-te!" Há regras que têm de ser respeitadas e, portanto, competirá ao Tribunal decidir se existe ou não fundamento. Ao presidente e a todo o governo apenas restará aguardar que a Justiça dite a decisão. Tão simples quanto isto. À política o que é da política e à Justiça o que é da Justiça. Ponto final!
O que não são admissíveis são as palavras que saem boca fora. Desta vez foi a palavra "porco". Em outras ocasiões, o descontrolo tem levado a palavras e ao calão grotesco. E trago isto aqui, porque, ainda hoje, cruzei-me com uma distinta Colega de profissão, da área da Biologia, que sempre quis ser professora. Só não se aposenta, disse-me, porque não tem ainda a idade. Seria muito penalizada. Mas lá me foi dizendo que está farta da indisciplina, das atitudes malcriadas, dos palavrões, ainda por cima com jovens do 12º ano que já deveriam ter juizinho. Disse-lhe: pois é, mas como acabar com isto, quando a Secretaria da Educação assume que está tudo bem, que não existe indisciplina e quando o presidente do governo, que deveria ser o espelho do rigor, da disciplina, da exigência, dos comportamentos adequados, é o primeiro a criar situações absolutamente inauditas. Pois é, respondeu-me.
Ilustração: Google Imagens.      

A CAMINHO DE UM ENSURDECEDOR RANGER DE DENTES!


Mas que moral, que sensatez, que tipo de cara tem um político que assim actua? Onde pára a verticalidade do comportamento político, onde está o espelho das atitudes? Ora, isto só é possível numa sociedade que não se mexe, que não desconfia, que não põe em dúvida, que não questiona, que não analisa e, por isso  não se revolta contra aquele(s) que está(ão), claramente, a enganá-la.


Será que ninguém no PSD
tem um espelho?
 

Sublinha a edição de hoje do DIÁRIO que a Madeira será campeã do défice em 2011, com 12% face a 4,6% no Continente e 3% na Região Autónoma dos Açores. E os 12% da Madeira não têm em conta algumas variáveis, pelo que o valor pode até ser superior. Mas, vamos admitir que contas feitas (ainda estão em curso), em termos de grandeza, os valores se aproximam daquelas percentagens. É a prova do descalabro regional.
Por um lado, temos o PSD, particularmente, o Presidente do Governo e toda a sua estrutura, numa estridente gritaria política contra a República, contra aqueles malvados que estão a levar o País para a bancarrota, quando ele próprio conduz a Madeira para o abismo, sem a mínima consciência do que há muito anda a fazer. São décadas de políticas erradas, de gastar o que tem e o que não tem, de abusivos endividamentos, de sucessivas chamadas de atenção por parte do Tribunal de Contas e, não obstante isso, mantém a loucura de gastar à fartasana, sem um mínimo respeito pelas prioridades. Tendo como horizonte o acto eleitoral de 2011, se sempre foi assim, agora, dir-se-á que vale tudo, que se dane a dívida de seis mil milhões, a pobreza ou o desemprego, importante é mostrar "obra" física, inaugurar, meter ali pelo meio muita espetada e vinho seco, subir para cima da carroça e discursar, arrasar tudo e todos e, por via de uma sociedade anestesiada, ganhar as eleições. A estratégia é essa. Por isso, todos os momentos são óptimos para atacar Lisboa, para massacrar com a mentira conveniente, ao ponto da mentira tornar-se na verdade conveniente. 
Mas que moral, que sensatez, que tipo de cara tem um político que assim actua? Onde pára a decência, a verticalidade do comportamento político, onde está o espelho das atitudes? Ora, isto só é possível numa sociedade que não se mexe, que não desconfia, que não põe em dúvida, que não questiona, que não analisa e, por isso mesmo, não se revolta contra aquele(s) que estão, claramente, a enganá-la. E o drama disto, já aqui o escrevi, é ver o associativismo sindical e até partidos a embarcarem nesta cantilena de desresponsabilização do governo regional da Madeira. Ah, as medidas de austeridade, pois, as medidas de austeridade! E porque razão não se insurgem contra a incapacidade do governo regional em criar medidas estabilizadoras e compensadoras de tais medidas? Será que este governo é virtual? 
Uma imagem vale mais
que mil palavras.
Tenhamos consciência que, do ponto de vista institucional, temos um "país" na Madeira. Não temos um Presidente da República, mas temos um Representante da República; não temos uma assembleia da República, mas temos uma assembleia regional; não temos um primeiro-ministro, mas temos um presidente do governo; não temos ministros, mas temos secretários; não temos secretários de Estado, mas temos directores regionais, e por aí fora... 
O que faltará, então? Respondo: falta responsabilidade política, capacidade governativa, inteligência política, respeito pelas prioridades, capacidade negocial, humildade, bom senso e respeito pelo dinheiro dos contribuintes. Ah, e menos apego ao poder pelo poder!
Este Plano e Orçamento para 2011 é, por tudo isto, um desastre. Ainda hoje participei na reunião da 5ª Comissão Especializada em Assuntos de Sociais e Saúde. Os Deputados do PSD, tal como em outras Comissões, não quiseram e não querem saber de nada. É este o Orçamento e ponto final. Discutí-lo, analisá-lo e conhecer os porquês das opções é coisa que não lhes passa pela cabeça. Estão ali para obedecer. O Secretário Regional não se apresentou para esclarecer os Deputados e tudo se resumiu a uma frase: "está em condições de ser entregue na 2ª Comissão Especializada em Economia, Finanças e Turismo". Pergunto: como pode estar em condições se não foi discutido? Se não foi debatido?
Custa-me aceitar, mas esta é uma farsa que vamos pagar cara. Porque a maior crise não é a que advém das medidas de austeridade. A maior colocar-se-á a partir de 2012, quando a dívida começar a ser paga. Aí, teremos um ensurdecedor ranger de dentes. Lamento, porque gosto muito da minha terra, mas é inevitável.
Ilustração: Google Imagens.

domingo, 21 de novembro de 2010

ÂNSIA DE PODER A QUALQUER PREÇO


O maquiavelismo do poder, aquela ânsia de controlar tudo e todos, a compra de algumas consciências, conduziu, depois, a que "investissem" tudo, o que tinham e o que não tinham, na fúria inauguracionista até um nome de um secretário deram a uma rua, quando ele ficará na história como o político que sem uma visão estratégica do desenvolvimento, apenas lançou cimento sobre um mar de problemas.


Machico, um concelho que não se verga.
O Povo está a tomar consciência da mentira.


Ontem percorri o Concelho de Machico. Passei por todas as freguesias. Falei com pessoas, ouvi desabafos, observei obras, soube das graves derrapagens orçamentais e dos interesses, vi muito cimento e "alcatrão" espalhado por todo o sítio e passeei os olhos pelas casas com pessoas com ar de aflição.
Foi um dia politicamente interessante, porque permitiu-me ver os desequilíbrios, as situações de deixa-andar, o bonito por fora e amargo por dentro, o desleixo que permite deixar povoações isoladas, os gastos à tripa-forra e a falta de dinheiro para as prioridades que agora se colocam. Um dia que me deixou a pensar na inesgotável capacidade de "engolir em seco" por parte do actual presidente da autarquia, depois de tudo quando andou a dizer. 
Machico é muito mais que aquela mal enquadrada e despropositada "praia amarela" e aquela ETAR que não funciona em pleno e em zona não recomendada. Machico é um turbilhão de problemas por ausência de uma estratégia pensada de forma sustentável. O maquiavelismo do poder, aquela ânsia de controlar tudo e todos, a compra de algumas consciências, conduziu, depois, a que "investissem" tudo, o que tinham e o que não tinham, na fúria inauguracionista até um nome de um secretário deram a uma rua, quando ele ficará na história como o político que sem uma visão estratégica do desenvolvimento, apenas lançou cimento sobre um mar de problemas.
Da Água de Pena ao Caniçal, de Machico ao Santo, tomei consciência do que não foi feito, tomei consciência do intencional garrote financeiro às administrações socialistas, explicaram-me a natureza e a história dos bons projectos e sublinharam-me dos erros cometidos nos últimos anos por parte de uns que interpretam o poder não como um meio para resolver os problemas das pessoas, mas como um fim em si mesmo. 

O DEDO NA FERIDA QUE SANGRA


O povo hipnotizado. Quando o dedo aponta à beleza do luar, o cretino, idiota, fica a mirar o dedo; o regime aponta à crise continental e o madeirense, superior, olha mesmo o continente, fingindo não ver a sua própria desgraça.

Acabo de ler a Opinião do Jornalista Luís Calisto, publicada na edição de ontem do DN-Madeira. Um texto fantástico que dá para pensar. Não é o sujeito A ou B, ligado ao partido X que escreve. É o Jornalista, o observador, a pessoa independente, aquele que leva uma vida inteira a conhecer os meandros desta preocupante história.
A importantância deste seu texto, compaginado com outros que, semanalmente, qual dedo, perfura as feridas que sangram, constitui uma lição para muita gente que anda por aí distraída, acomodada ou a pagar favores. Particularmente este texto tem o condão de trazer para aqui, para o centro do debate político, as questões internas, que só a cegueira ou oportunismo conduz à sua descontextualização, endossando para a República aquilo que tem uma responsabilidade local, como se não dispuséssemos de de órgãos de governo próprio. 
Aqui fica um excerto, "para memória futura":
"Para anestesiar as hostes locais, chefe ilhéu preocupa-se com a ruína - do Continente. A maioria parlamentar descortina situações alarmantes - na Lusitânia. Aves de rapina volitando na órbita real imprecam o governo - nacional. O jornal do regime, que é regional, despeja libelos arrasadores sobre o executivo - o de lá, socialista. Cavalgando o mote, a Igreja foca as desgraças infligidas ao povo - no país. Domingo, o pároco de Machico zurziu o Estado Social, que permite ao rico "explorar uma maioria cada vez mais pobre". Aberrações com melhor visibilidade à distância. A prédica desancou "governantes incompetentes" e "bispos sonolentos". Raspanete oportuno para a situação nacional, porém mais-que-perfeito seria se chicoteasse a Madeira, sem arrebiques. Como ouvir o pregador assestar bocas de fogo para lá, sobre uma "governação que cria ódios e opressão", e não evocar o aparelho que, aqui mesmo, deita sebo debaixo da corsa desconjuntada a caminho do abismo?"
Ilustração: Google Imagens.