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segunda-feira, 22 de junho de 2015

MEDALHAS HÁ MUITAS... TAL COMO OS CHAPÉUS!


É coisa a que não dou importância face à sua banalização. Sou mais sensível às instituições do que às pessoas. Embora o País tenha Pessoas (com P maiúsculo) em vários sectores face às quais me curvo. Ora, as insígnias das Ordens Honoríficas pressupõem o reconhecimento do Estado pela extrema relevância dos serviços prestados em qualquer sector ou área de actividade. O Artigo 3º, número 1, da Lei das Ordens Honoríficas refere: "As Ordens Honoríficas Portuguesas destinam-se a galardoar ou a distinguir, em vida ou a título póstumo, os cidadãos nacionais que se notabilizem por méritos pessoais, por feitos militares ou cívicos, por actos excepcionais ou por serviços relevantes prestados ao País". 


Isto parece-me muito claro que poucos peitos deveriam ostentar tais distinções. Porém, a banalização, desde há muito que anda por aí, ao ponto de hoje ter lido, no artigo do Dr. Raul Ribeiro (DN-Madeira) que até o "Costureiro da Maria" foi galardoado com a Ordem do Infante D. Henrique. O autor do artigo referia-se à Mulher do Presidente da República e ao estilista Carlos Gil. 
Mas não é este reconhecimento de Estado que aqui me trouxe, nem todos os outros, até porque desconheço os "actos excepcionais por serviços relevantes prestados ao País" praticados por algumas figuras. Situo-me na distinção atribuída ao ex-ministro das Finanças Teixeira dos Santos, quando o ex-Primeiro-Ministro José Sócrates foi o único que desempenhou tais funções e que até ao momento não foi galardoado. Podia ter sido em 2012, 2013 ou 2014, antes da prisão preventiva, mas não o foi. Não quero e não faço juízos de valor sobre o mérito ou demérito de qualquer um deles, apenas constato que, neste caso, o Presidente da República utilizou, clara e manhosamente, a sua posição para, uma vez mais, achincalhar o ex-primeiro-ministro. E Teixeira dos Santos foi na história, o que lamento, porque a coluna política jamais pode ser de plasticina. Teixeira dos Santos, aqui, também foi estilista (político, claro) cortando na casaca como quis e entendeu.
Ilustração: Google Imagens.

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