Imagine o visitante deste blogue que lia ou ouvia este texto:
"Quando um Povo é livre para discutir ou criticar a vida pública, com a maior riqueza de ideias disponíveis, está mais apto para os caminhos da inovação e da dinâmica criativa, como os próprios poderes públicos são legitimamente pressionados para fazer o melhor que souberem e puderem. Ora, sendo a Liberdade um factor constitutivo dos regimes democráticos, estes sentiram ser imprescindível a alfabetização das populações, não apenas do ponto de vista de adequados sistemas educativos, mas também pela via cultural e pela via da informação".
Eu, pelo menos, nada teria a opor e, julgo eu, todos, por ser tão pacífico, tão evidente e tão lógico num regime democrático. Porém, curiosamente, quem o escreve tem tido, ao longo dos anos, um comportamento que é a antítese do que ainda hoje escreveu no jornal oficial do governo. O texto faz parte de um artigo de opinião do Presidente do Governo Regional. Curioso, não é?
Se calhar não tem nada de curiosidade. A sua política sempre foi a de baralhar, dizer hoje uma coisa e amanhã outra, assumir um discurso sensato e correcto e, logo a seguir, ao virar da esquina, combater as suas próprias posições. Tem sido assim ao longo da sua vida política. O seu objectivo é confundir as pessoas e, por essa via, construir o seu poder. Aquele texto prova isso mesmo. Desde logo, porque ele sabe:
1º Que este povo não é livre para analisar e criticar a coisa pública.
2º Quem analisa e critica é escorraçado, ofendido e torna-se num quisto social. É considerado um desgraçado, um pé descalço, um rafeiro, etc..
3º Que não há liberdade na comunicação social madeirense.
4º Que, em 32 anos de governo, a população não foi alfabetizada, ao ponto de saber cruzar a informação disponível, pelo que mantém níveis culturais muito baixos.
Não obstante isto, escreve, falando de uma LIBERDADE que não aceita. Nem a própria liberdade dos seus. Tanto assim é que foram poucos os que se atreveram a chamar a atenção relativamente às suas políticas. E esses foram borda fora ou tiveram que fazer uma travessia do deserto para purificação dos pecados.
Quando se lêem textos como aquele que justificou este apontamento, obviamente, que a pergunta que se coloca é esta: quando é que isto tem fim?
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