A vida de um desportista não se confina a uma medalha olímpica. É por isso que não estou desiludido, aliás, muito antes dos Jogos terem começado, fiz a defesa desse princípio. A medalha acontece e está sujeita a múltiplas variáveis. À dimensão da política desportiva madeirense temos sim de olhar para toda a vida desportiva do praticante e, nesse aspecto, o nosso João Rodrigues é medalha de ouro: cinco olimpíadas, múltiplos títulos conquistados, um curso de engenharia, humildade de campeão e simpatia no relacionamento são aspectos que marcarão a vida deste desportista de eleição.
Certamente que o João Rodrigues desejava chegar ao pódio. Seria a cereja no bolo que, meticulosamente, preparou durante muitos anos. Mas talvez mais do que ele, porque sabe o que é a competição de alto nível competitivo, alguns que por aí andam, brincando ao desenvolvimento do desporto, desejassem tirar a fotografia ao seu lado. Ficaram frustrados. O João Rodrigues certamente que não. A figura que é, a educação que tem, o sentido da responsabilidade que transmite e a consciência tranquila do dever cumprido, obviamente, que o fazem dormir descansado. Outros, do quadrante político, talvez não!
João Rodrigues merece, por isso, o mais alto lugar no pódio dos melhores desportistas madeirenses de sempre. Os outros, que tiveram e têm a responsabilidade do desenvolvimento do desporto (a política desportiva não pode quedar-se por uma instituição que recebe cartas e emite cheques), questionem-se e respondam a quatro perguntas muito simples:
1ª Quem substituirá João Rodrigues?
2ª Quantas velas e quantos praticantes de prancha à vela a Madeira tem? Trinta, cinquenta, sessenta?
3ª O que fizeram durante todo este tempo para promover o mar (principal instalação desportiva da Madeira) e para mudar o desporto que se faz na Escola?
4ª E que trabalho realizaram para promover a modalidade através do João Rodrigues?
O Engº João Rodrigues, repito, dorme descansado; muitos outros, certamente, têm pesadelos constantes.
Sem comentários:
Enviar um comentário