Li e não consegui chegar ao final da notícia. Mãe inválida, pobre, separada, com quatro filhos e um dos quais, com oito anos, morre na sequência de picadas de vespas. Uma tragédia a juntar-se a outras agruras da vida. O problema agora, este é o essencial da peça jornalística, é o de saber quem paga o funeral perante um quadro de óbvia carência.
Este tipo de notícia nem notícia deveria ser. Entendo que situações desta natureza, neste caso, de uma família desestruturada e pobre, deveriam estar devidamente diagnosticadas e, por isso, deveriam ser os serviços competentes para o efeito, a tomarem a iniciativa de protecção social que se impõe. É evidente que não me passa pela cabeça que o problema não seja resolvido, todavia, sê-lo-á a reboque da denúncia na comunicação social e, certamente, de alguma burocracia a cumprir.
Há aqui hipocrisia até na morte. Os governantes são céleres a anunciar três milhões de euros para uma praia de areia em Machico, mas mostram-se hipócritas na morte de uma criança que custará um pouco mais de € 1500,00. É nestas situações que se vê a sensibilidade dos políticos e das políticas sociais.
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