Há situações que indispõem uma pessoa por mais serena que tente andar e por mais habituada que esteja a ouvir disparates. Ontem, julgo que à entrada para o Tribunal de Gondomar, julgo, também, na qualidade de testemunha, o presidente do Marítimo, questionado pelos jornalistas afirmou que estava ali talvez "por ser fotogénico" (...) se a juíza for uma senhora ainda tenho algum problema porque a minha mulher é ciumenta (...) e se for um homem ainda podem dizer alguma coisa. Se não foram exactamente estas palavras o sentido foi aquele. Dei um salto do sofá. Como é possível uma grosseria destas à porta de um Tribunal! Nem num quadro de pretenso humor alguém com responsabilidades pode dizer uma enormidade daquelas para a comunicação social. Aquilo não foi um momento de humor mas uma declaração de refinada má educação ao jeito de alguns outros protagonistas políticos que, há anos, impunemente, por aí andam a semear ventos.
Ser educado constitui, de facto, muita areia para a carroçaria de alguns. E o fatinho e a boa gravata não traduzem o que realmente são nos seus comportamentos sociais. Como pode a Escola, pergunto, contrapor e educar com exemplos desta natureza e outros que entram pelas casas adentro, através de pessoas que, pelos lugares que ocupam, são solicitadas a se pronunciar? Convenhamos que é muito difícil.
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