Vale a pena ler a entrevista com Carlos César hoje publicada no DN-Madeira. O Presidente do Governo Regional dos Açores dá uma lição à Madeira e aos seus governantes, do que é governar com humildade, com capacidade, com inteligência e, sobretudo, sem ofensas a ninguém. Politicamente, disse o que tinha a dizer mas com uma elegância que nós, por aqui, há muitos anos, não sabemos o que é. Enquanto Carlos César desliza, sem ruídos, em relação ao desenvolvimento, aqui, a governação assemelha-se a uma caterpillar com porcas e parafusos soltos, numa arrastada que incomoda e nada resolve.
A limitação dos mandatos, as questões da Autonomia e os maus exemplos da Madeira que têm penalizado o desenvolvimento da Autonomia, a análise às relações com o Presidente da República, os indicadores que provam o desenvolvimento sustentável dos Açores em relação à Madeira, as preocupações no quadro do crescimento do turismo, a própria Lei das Finanças Regionais, enfim, ler a entrevista, conduzida de forma excelente pelo jornalista Jorge de Sousa, tendo sempre presente, como referência, a atitude do seu homólogo na Madeira, constitui uma lição de dignidade governativa, serenidade e de confiança.
Apenas mais este pormenor que define uma atitude de respeito pela DEMOCRACIA. Sublinha o jornalista: (...) a oposição queixa-se, como acontece noutros lados, de que o Governo marca muitas inaugurações para este fim de mandato, numa fase de pré-campanha. Essa situação é normal? Acho que sim. Diga-me lá se conhece algum governo que, no final do seu mandato, não tenha um ambiente propício à conclusão de obras. Há um conjunto de compromissos que se assumem, por legislatura. Tal como a oposição nos vem dizer que nós, entre 60 compromissos não cumprimos 30, 10 ou 5, nós procuramos cumpri-los. É natural que, num ciclo de quatro anos, coincida com o último desses anos a conclusão de vários empreendimentos. De qualquer modo, devo dizer que desde a minha primeira campanha eleitoral, depois de ter sido eleito presidente do Governo, nunca fiz, e não sou obrigado legalmente a isso, qualquer inauguração ou acto público nos 30 dias anteriores às eleições. No próximo dia 19 de Setembro farei a minha última inauguração.
Aqui, inaugura-se, com farra, até à véspera do acto eleitoral, ao mesmo tempo que se distribuem os últimos sacos de cimento, de areia e cabazes!
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