Nunca concordei com a concessão, aos privados, dos parques de estacionamento públicos. Foram construídos com o dinheiro proveniente dos impostos de todos e, ainda, em alguns casos, com fundos europeus e, sendo assim, neste pressuposto, não faz qualquer sentido a entrega, seja lá a quem for e sob a forma que for, a exploração de tais parques. Refiro-me aos parques cobertos mas também aos descobertos. Se o negócio é bom para o privado por que razão não será para o sector público? Sempre houve aqui gato escondido com o rabo de fora.
Outro aspecto decorrente deste é o preço pela sua utilização. Há vergonhosos exageros que urge corrigir. Basta comparar os preços em muitas cidades portuguesas, inclusive, no centro, ou então, viajar pela Europa e estacionar em espaços não privados. Eu, que tenho, felizmente, essa experiência, sei do que estou a falar. Ora, aproximando-se o final da contratualização, por quinze anos, atribuída a uma sociedade madeirense criada para o efeito, e mesmo que o contrato preveja a possibilidade de uma prorrogação por mais cinco anos, estava na altura de dar por finda a concessão e, equacionadas todas as variáveis do processo, discutir a futura gestão dos parques de estacionamento.
Evidentemente, que o problema do estacionamento insere-se numa outra e mais vasta preocupação que a Câmara não deveria descurar, e essa é a de uma nova política de mobilidade e transportes. Mas nisso, já vimos que não há, nos sucessivos elencos governativos da cidade, quem tenha unhas para tocar tal guitarra!
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