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quarta-feira, 17 de setembro de 2008

ANALFABETISMO (VI)

Os resultados dos Censos de 2011 só serão conhecidos, penso eu, no início de 2012. Alguns não perceberam ainda, ou fazem que não percebem, que é extemporâneo estar a fazer prognósticos de taxas que implicariam um estudo subordinado ao mesmo protocolo dos Censos de 2001. Mas, enfim, essa não é a minha luta. Daí que, perante algumas atitudes indignas que vieram a público, tivesse sentido a necessidade de voltar ao assunto, fazendo publicar nas Cartas do Leitor do DN, o seguinte texto:

Nem uma das linhas que escrevi sobre o analfabetismo foi contestada. Se ainda não percebeu, Senhor Director Regional, repito: analiso mas não ofendo e não confundo relações pessoais com posicionamentos políticos. Os meus textos de opinião, publicados no DN, enquadram-se na análise política e qualquer responsável político, goste ou não, deve aceitá-los. Como aceito os dos outros. Tem o direito, democrático, de contrapor, linha a linha, mas ofender isso não. O tempo do pensamento único há muito que foi!
Uma vez mais responde com aspectos que nada têm a ver com o problema mais profundo do analfabetismo. Era esse o debate que se impunha. Mas já que optou por não debater a questão central, certamente na falta de argumentos, lembro-lhe que desde a primeira hora, publicamente, posicionei-me contra muitas medidas do Ministério da Educação. Aqui, no DN e no jornal A Página da Educação, de distribuição nacional. O Estatuto da Carreira Docente que apresentei na Assembleia Legislativa e que o seu partido chumbou, prova a minha ausência de concordância com a Senhora Ministra. Até em sede de Comissão Especializada, as 69 propostas de alteração que apresentei ao texto do governo, 60 foram rejeitadas.
De resto, não sou culpado pela inabilidade política do governo regional em construir, paulatinamente, o edifício legislativo regional, tal como acontece em matéria de política educativa nos Açores. Este facto deveria constituir matéria de reflexão para o governo. Lembro, entre tantas outras questões, a contagem do tempo de serviço que a Assembleia açoriana aprovou e, na Madeira, foi chumbada pelo PSD. Já agora, só mais uma: a insustentável prova pública de acesso ao 6º escalão da carreira imposta na Madeira pelo PSD ao contrário do que acontece nos Açores.
Continue a sorrir para a vida, tal como eu, mas não sorria para um sistema educativo que está doente e que precisa, não de pensos rápidos mas de um diagnóstico e tratamento prolongado. Eu também fico por aqui mas não desistirei de dizer o que penso.

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